sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Super

por Helder Maia

Depois de desperdiçar preciosas horas da minha vida assistindo ao péssimo Piratas do Caribe 4, ao mediano Priest e à decepção Hobo with a Shotgun decidi ver pela segunda vez Super, e que filme: emocionante, surreal, violento, engraçado e reflexivo.

Super é um conto de moral que narra a história de Frank D'Arbo (Rainn Wilson), um homem abandonado pela mulher Sarah (Liv Tyler), a qual vai viver com um traficante de drogas, o ótimo Kevin Bacon. Frank, podendo estar louco ou atuando sob inspiração divina, resolve combater o crime e as injustiças, por menores que sejam, como o herói The Crimson Bolt.

The Crimson Bolt
Super traz um excelente roteiro, trilha sonora inspirada, grande direção, com movimentos de câmera orgânicos, e ótimas interpretações. E ainda traz uma das melhores conclusões de filme que já vi. Mas como nada é perfeito, a única coisa do filme que não gostei foi a abertura animada em formato musical. Ela é chata e não acrescenta nada ao filme, poderia ter sido facilmente descartada.

Uma curiosidade: tanto Bacon como Page já participaram de filmes de super-heróis tradicionais, ele como o vilão Sebastian Shaw do ótimo X-Men: Primeira Classe e ela como Kitty Pride em X-Men 3 - O Confronto Final.


Portanto, não percam tempo vendo os filmes citados mais acima e assistam Super, pois a diversão, emoção e reflexão são garantidas.

E se você estiver pensando: “eu já vi Kick-Ass, para que vou ver uma imitação?’, não se engane, apesar da temática parecida são filmes bem diferentes. Se poderia até dizer que Super seria um Kick-Ass para adultos.

Super: 2010, EUA
Roteiro e Direção: James Gunn
Elenco: Rainn Wilson, Ellen Page, Liv Tyler e Kevin Bacon

Nossa avaliação:
Delta-Shield Ouro

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Trilogia da Totalidade

por Fabok

Finalizando aqui, a nossa série de artigos sobre as três trilogias, discutiremos aqui a Trilogia da Totalidade, como ficou conhecida este último grupo de livros.


Em Captain's Peril, Kirk e Picard vão desfrutar merecidas férias em Bajor, logo após o final da Guerra Dominion. Eles se juntam a um grupo de cientistas que estão estudando as ruínas de uma antiga cidade bajoriana submersa quando membros da equipe são mortos e seus equipamentos sabotados cortando todo o contato com o mundo exterior. Com uma premissa a là Agatha Christie, os dois capitães devem utilizar toda sua experiência para solucionar o mistério. É aqui que Kirk se lembra de uma situação vivida logo após assumir o comando da Enterprise, e que tem um paralelo com os eventos que eles estão enfrentando em Bajor. E esta é, com certeza, a melhor parte do livro. O leitor deve ficar atento aos acontecimentos vividos por Kirk ainda como um inexperiente capitão, pois eles têm ligação direta com a nova ameaça que se aproxima. Ameaça que só fica clara no último capítulo.


Em Captain's Blood, o Império Romulano encontra-se em crise por causa do fracassado golpe de Shinzon. Spock volta a Romulus para mais uma vez trabalhar na unificação entre romulanos e vulcanos, apenas para ser morto numa audiência pública. A Frota Estelar e a Federação estão de mãos atadas já que Spock agira por conta própria. Com a Enterprise em reparos por causa do ataque final de Shinzon, Kirk consegue a ajuda do Capitão Riker da USS Titan, e junto de seus velhos e novos amigos, inclusive seu filho Joseph partem para o coração do Império Romulano.


A aventura se passa após os eventos de Nemesis (2002) e trabalha muito bem com os acontecimentos mostrados naquele filme. Kirk e Picard acabam por descobrir, em Remus, que a verdade sobre a morte de Spock esconde uma ameaça muito maior, a Totalidade. Uma entidade de outra dimensão, com enorme poder e, que simplesmente, quer acabar com a vida como conhecemos por todo o universo.

Mas o que é a Totalidade? E por que a enviada deles, Norinda, que Kirk encontrara pela primeira vez ainda como capitão da Enterprise, tem um interesse especial em seu filho? Estas são as grandes questões que acompanham o leitor durante este épico.

Capitan's Glory é o final desta saga. A Totalidade prepara seu assalto final. De uma hora para outra, naves por todo o quadrante são destruídas ou danificadas simplesmente ao entrarem em velocidade de dobra. Distâncias que podiam ser percorridas em semanas, agora podem demorar séculos isolando planetas, naves e estações espaciais. A Federação novamente se encontra à beira do caos.

Apesar da ameaça, Kirk e Picard estão em lados opostos em como enfrentar a Totalidade cabendo a Riker e Troi serem a ponte entre os dois. Qual o preço que Kirk pagará para tentar salvar a Galáxia? Será ele absorvido pela Totalidade? Num final emocionante, encerra-se a saga de James T. Kirk no século XXIV.

Collision Course:
A última parceria de Shatner e o casal Reeves-Steves, traz Kirk de volta a seus dias na Academia da Frota Estelar. Aqui vemos o primeiro encontro de Kirk e Spock ainda na academia. Infelizmente o livro não agradou. Talvez por ter sido lançado muito próximo a Star Trek de J.J. Abrams e com uma temática muito parecida. O livro apresenta alguns dos mesmos problemas do filme de 2009 que incomodaram os trekkers, mudanças na cronologia e no canon. O que era para ser uma nova trilogia, aparentemente ficou restrito a uma só obra.



clique para ampliar
Não podemos ainda comentar Collision Course. Está na fila de leitura, e faremos o review assim que o lermos. De qualquer maneira, o fã de Jornada que conhece um pouco de inglês não pode deixar de conferir os livros do Shatnerverse. O trabalho de Shatner e do casal Reeves-Steves é sem dúvida alguma o que há de melhor na extensa carreira literária de Jornada nas Estrelas. Colocando-os na categoria de “livros que tenho que ler, obrigatoriamente”.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

The Fantastic Zone

Paramos as prensas para trazer estas novidades para você! Fresh news! Olhem agora!
Isaac Asimov; novos Bluray's de Star Wars; o segundo filme de Jornada nas Estrelas e mais... José Padilha, Fuga no Século XXIII, aproveitem!!!
Ah! Importante! Comentem!
Para ver acesse a aba 'The Fantastic Zone' na parte superior do site.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Máquinas Sentimentais (parte I)

por Phoenix

 
Os robôs e computadores do cinema e da TV têm características interessantes, intrigantes ou até mesmo cômicas. Eles são personagens importantíssimos nos filmes de ficção científica e, por muitas vezes, acabam recebendo de seus idealizadores sentimentos exclusivamente humanos, e por isso nos proporcionam momentos em que nossas mentes divagam, acreditando que aquele pedaço de metal e fios realmente pensa, fala, sente. Não nos contentamos em vê-los apenas como objetos, sentimos a necessidade de promover a antropomorfização das máquinas. Talvez por considerarmos nossa espécie perfeita em sua anatomia e psiqué, o que, ao nosso ver, seria um presente para nossos seres cibernéticos.


Robô-Gigante tokusatso (1967 a 68)
Temos bons e inesquecíveis exemplos de máquinas que ultrapassaram os limites da ciência, como Robby de Forbidden Planet (1956), cordial e preocupado com a proteção e preservação da vida humana. Ficou famoso e acabou por participar de um outro filme da MGM The Invisible Boy (1957).

B-9 de Perdidos no Espaço (1966 a 69) tem uma força sobre-humana e uma inteligência bastante avançada, capaz de realizar cálculos complexos e deduzir fatos. Foi programado com diversos assuntos e especialidades. Não bastasse ser uma máquina de grande utilidade, ele também ri, fica triste e faz algumas zombarias, além de cantar e tocar guitarra.

Wall-E (Pixar 2008)
Um robozinho encantador é WALL-E, do filme de animação homônimo de 2008. É um compactador de lixo, que tem como função fazer a limpeza da Terra, após sua população ter sido evacuada em naves estelares. WALL-E foi o único robô que sobrou. Desenvolveu consciência e tornou-se o grande amigo de uma barata. Apaixona-se por EVA, uma robô altamente avançada, que vem à Terra em busca de sinais de vegetação. Os sentimentos de WALL-E são tocantes, suas expressões nos faz vê-lo como um ser vivo.


Marvin (Guia do Mochileiro 2005)
Em 'O Guia do Mochileiro da Galáxia' encontramos dois representantes bem distintos: o animado e bem-humorado Eddie, computador da nave Coração de Ouro, que está sempre bem disposto, alegre e otimista; e Marvin, um robô com inteligência imensurável, que foi projetado com a tecnologia PHG (Personalidade Humana Genuína), é dono de um cérebro do tamanho de um planeta, mas que por ser requisitado para trabalhos pequenos, de nenhum valor intelectual, vive deprimido, pessimista, de baixo-astral e com um desprezo imenso pela vida.

'O Gigante de Ferro' (animação de 1999) é um robô doce, carismático e ingênuo, que se torna amigo de um menino. O “gigante” parece ter um coração bondoso em meio a tanto aço. Inofensivo, ele se transforma quando é atacado, fica altamente perigoso, e reage furiosamente.

Agora, as grandes estrelas do cinema que não poderiam deixar de ser citados são R2D2 e C3PO, astros de Star Wars (1977). Sempre metidos em aventuras e missões variadas, esta dupla é a grande responsável pelos momentos divertidos na saga. R2D2 é responsável pela manutenção e navegação de astronaves e se comunica através de ruídos e bípes. Tem um compartimento com inúmeras geringonças, com todo tipo de função. C3PO construído por Anakin Skywalker para que ajude a sua mãe. Inicialmente ele fica com seus mecanismos expostos, mas depois ganha placas de revestimento. Ele é um robô programado para atuar como intérprete e relações sociais. R2D2 e C3PO são uma atração à parte e mereceram um desenho animado, não tão bom, só para eles, com aventuras hilárias e emocionantes.

Cena de Bicentennial Man (1999)
O Homem Bicentenário (1999) mostra Andrew, um robô inteligente, com emoções e personalidade própria, curioso, e que vai tomando, cada vez mais, características humanas. Com sentimentos, Andrew torna-se confuso, tem dúvidas e conflitos a respeito de sua existência. Ele passa a buscar sua liberdade e a chance de se reconhecido como um humano.

Cena de AI (2005)
David Swinton, em AI (2001) é um garoto andróide, construído para amar seus pais eternamente, e é adquirido por um casal cujo filho está prestes a morrer. O filho se recupera e David acaba por ser considerado um ameaça por causa de um acidente do qual não teve culpa. Com medo de que o menino-robô seja destruído, Mônica, sua “mãe”, abandona-o em uma floresta junto com Teddy, um pequeno urso de pelúcia. Daí em diante David segue na luta por sobreviver e poder tornar-se um menino de verdade, sempre com esperanças de voltar para sua mãe.

Em Star Trek: The Next Generation (1987a 94) surge Data, segundo oficial e chefe de operações da nave USS Enterprise. Um andróide constituído para ser como um humano, mas sem os sentimentos. Ao contrário de Spock, vulcano meio-humano que suprimia o sentimentalismo, Data queria sentir emoções. Quando lhe foi implantado um circuito integrado emocional, Data teve dificuldades em entender o comportamento humano.


Seja na ficção ou na vida real, o homem tem procurado dar mais vida possível às suas invenções. Sejam elas robôs, computadores, jogos, há sempre a busca da interação homem-máquina, real-virtual, sempre o desejo de ver um boneco falar, ou o action figure de sua amada coleção ostentar a expressão exata de sua personagem, ou, também, quem sabe, poder conversar com o seu andróide preferido... E tantos são os “brinquedos” que reproduzem sons e movimento que vocês, amigos exploradores, podem citar em seus comentários para que não fique nenhum sem a merecida referência. Um exemplo é o action figure do Bender, de Futurama (1999 a 2003), que fala algumas de suas frases como “Bite my shiny metal ass!”.
Com tudo isso, o que nos faz dotar nossas máquinas de sentimentos humanos? Carência, solidão, timidez, sentimentalismo exacerbado, a necessidade de mostrar através de outro o que temos dentro de nós? Talvez tudo isso, ou, talvez, nada disso, apenas a criatividade sendo explorada e externada de formas diversas, para nosso deleite.
Batalhar é preciso

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ponto de LaGrange 5 – Sociedade L5 (parte II)


por Fagon Jinn

Em setembro de 1974, um físico norte-americano e professor na Universidade de Princeton, Dr. Gerard K. O’Neill, publicou um trabalho que muitos considerariam produto de uma mente doentia, caso tivesse sido outra pessoa. Mas O’Neill tinha já uma bela reputação, e estava longe de ser um cientista louco.

Gerard K. O'Neill
Quando, ainda, estudante, foi o inventor do ‘Anel de Armazenagem de Partículas’, um equipamento essencial para conduzir experimentos de física de partículas em alta-energia. Isto lhe permitiu, em 1965, na Universidade de Stanford, realizar o primeiro experimento da história de uma colisão de partículas. Estamos falando aqui dos rudimentos de um acelerador cíclico de partículas, que permitiu chegar aos ciclotrons, e o que é hoje conhecido como: o Grande Colisor de Hádron, localizado na fronteira franco-suíça.

Livro de 1976
Daquele trabalho de ‘74 surgiu um livro, The High Frontier: Human Colonies in Space (1976), nele discute-se e mostra a forma como construiremos e viveremos em estações espaciais colossais num futuro não muito distante. Ali, ele trata de sua proposta para uma colônia, construída em dois cilindros com rotações opostas, cada um com um comprimento de trinta e quatro quilômetros por oito de diâmetro. Permitiria a ocupação de uma população que poderia chegar a dez milhões de habitantes.

Os locais indicados para serem ‘ancorados’ os Cilindros de O’Neill seriam os pontos de LaGrange L4 e L5.

Cilindros de O'Neill
Em 1975, Keith Henson e sua ‘então-esposa’ Carolyn Meinel, fundaram a Society L5 que trazia em seu bojo a idéia de angariar fundos para a construção e ocupação do que passou a se chamar de 'Cilindros de O’Neill'. Esta Sociedade prosperou e conquistou espaço entre empresários, economistas, cientistas e políticos. Houveram massivas doações para campanhas e desenvolvimentos de estudos para a operacionalização das propostas publicadas.

O Dr. O’Neill, ainda acrescentaria outra peça a este tabuleiro. Mais um de seus inventos estava para produzir frutos. Em 1977, estudantes do MIT, construíram o protótipo Mass Driver 1 que, em outras palavras, é uma catapulta eletromagnética que lançaria objetos para a órbita do planeta, evitando-se assim o uso de foguetes, que acabam sendo extremamente caros. Em sua proposta original o Mass Driver catapultaria as partes a serem utilizadas para a construção das estações espaciais, a partir de fábricas lunares, para os pontos L4 ou L5.

Este invento possibilitou muitas outras aplicações industriais, mas parece que se tornou pouco interessante para colocação de objetos e naves na órbita da Terra. Hoje em dia existem protótipos de vários inventos, inclusive armas, que são construídos utilizando-se dos princípios do Mass Driver.

A Society L5 atingiu o auge de atuação política quando, em 1980, conseguiu barrar o Tratado Lunar junto ao congresso norte-americano. A proposta era para regular o uso internacional dos corpos e órbitas do Sistema Solar, obviamente excluindo-se a Terra. Acabou, por efeito cascata, sendo rejeitado em todo o mundo, inclusive na ONU, principal patrocinadora da proposta.

Este fato marcou o início do fim da Society L5, mas, também, o nascimento de um novo caminho, cujos objetivos ainda estão por ser delineados ao público, em geral.

Werner Von Braun e sua Estação Anel
Em 1986, a Society L5, tinha atingido a fabulosa soma de dez mil militantes, em todo o mundo. Membros estes que permeavam os meios mais distintos de nossa sociedade global. Poucos cientistas da NASA e da ESA (European Space Agency) não tinham ainda se alistado. Cientistas como Carl Sagan e Stephen Hawking, escritores como Arthur C. Clarke, Isaac Asimov e J. Michael Straczynski (olha só de onde podemos tirar Babylon 5), empresários como Bill Gates e Steve Jobs, e muitos outros, todos prestavam seus apoios moral e financeiro a esta causa. E, nesta época, resolveram dar um passo à frente e unindo-se aos vinte e cinco mil membros do National Space Institute, fundado por Von Braun, nos anos 50, e formando a National Space Society (NSS). Que existe até os dias de hoje e ostentando os mesmos status, nos meios científicos e acadêmicos de uma das várias Royal Societies da velha e boa Inglaterra.



Hoje a NSS foca seus interesses em desenvolvimentos paralelos para prover a transição da era da informação para a era da sociedade espacial. Os objetos de estudo ainda são um tanto obscuro para a maioria dos mortais, mas vislumbramos, aqui ou ali, referências a ciências conhecidas como mimética (a capacidade da cultura se transferir de mente em mente, como se fosse um processo viral), nanotecnologia (o desenvolvimento de máquinas em dimensões micrométricas), criogenia (a suspensão das funções vitais, por tempo indeterminado, provido por temperaturas extremamente baixas), propulsão tether 'corrente' (o desenvolvimento de elevadores orbitais, cabeamento intra-orbital ou de momentum orbital), transhumanismo (tecnologia para o desenvolvimento da condição humana como longevidade, estrutura física, inteligência e psicologia) e, por fim, inteligência artificial.

Obviamente, a proposta original, embora não seja mais o ponto principal, subsiste. Mestres, alunos e simpósios se desenvolvem mundialmente, gerando estudos de engenharia e arquitetura espacial, com o intuito do desenvolvimento de processos viáveis de construção espacial.

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Num futuro, talvez não tão próximo, mas bem definido, a humanidade irá finalmente deixar seu berço, assumindo o seu lugar no cosmo, não mais presa às estruturas planetárias, às questões territoriais, às economias de subsistência, ao extrativismo, mas criando comunidades autônomas que se deslocarão entre sistemas estelares, cruzando a Galáxia, ou até mesmo se aventurando através dos grandes vazios do universo. Nesta época poderemos ter encontrado o legado de Ponce de Leon, e viveremos longamente e, definitivamente, em paz e prosperidade.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011




E finalmente, temos a conclusão de nosso programa em homenagem a uma das melhores sagas épicas do nosso tempo. A terceira parte do Áudio-Fanzine, comemorando o Jubileu de Safira, que são os 45 Anos, de Jornada nas Estrelas, está no ar. Apreciem o programa e vejam o conjunto da obra de aniversário.

Não deixem de comentar, mandem seus e-mails, procure retribuir desta forma.

Mas isso não acaba aqui, em Outubro teremos mais novidades, outra temática... Suspense... O que será?


Cliquem aqui, ou na aba, no topo da página, para irem ao link do Áudio-Fanzine.





Grande abraço de todos que fazem o Relatório da Situação.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Trilogia do Universo Espelho

por Fabok

A nova empreitada de Shatner levou os leitores a revisitar o 'universo espelho', muito querido pelos fãs. Spectre já começa com Picard encontrando, num distante canto do quadrante, a perdida USS Voyager, sob o comando de Tom Paris, mas alguma coisa não parece certa. Enquanto isso, de volta à Terra pela primeira vez depois do incidente da Enterprise B em Generations, Kirk é sequestrado por uma misteriosa mulher sob as ordens de Spock (aquele que apareceu no episódio "O Espelho").

Através dele, Kirk descobre que suas ações, mais de cem anos antes, tiveram consequências devastadoras naquele universo (vide os episódios do 'universo espelho' em Deep Space 9). Pior ainda, seu próprio universo encontra-se ameaçado pelo implacável Tiberius, um homem cruel e vingativo que não vai parar enquanto não tiver os dois universos sob seu controle.

O livro traz velhos os velhos e queridos personagens da série clássica McCoy e Scotty trabalhando lado a lado com personagens de A Nova Geração e Voyager. E pra quem gosta de batalhas espaciais... sem spoilers, a mostrada aqui em Spectre é de tirar o fôlego.

Para aqueles que forem ler este livro, seria interessante checar os episódios do 'universo espelho', tanto da 'Clássica' quanto DS9.

Em Dark Victory, o próximo livro da série, a ameaça de Tiberius cresce. Kirk acaba por descobrir uma organização secreta operando dentro da Frota Estelar chamada de Project Sign, que tem por missão defender a Federação de toda e qualquer ameaça externa. Sua origem data da missão original de cinco anos de Kirk. Alarmados com a enorme quantidade de ameaças que a Enterprise NCC 1701 encontrou em sua missão, e dotados dos recursos mais modernos, esta organização vem, secretamente, ajudando os rebeldes do universo espelho a combater Tiberius. Entretanto o Project Sign tem uma agenda própria e acaba em entrar em confronto com Kirk. Curiosidade: a similaridade desta organização com a Seção 31 que vimos em DS9, é no mínimo suspeita...

Dark Victory abre a caminho para a conclusão explosiva da trilogia. É aqui também que Kirk se casa com Teilani e descobre que vai ser pai. Tiberius como uma sombra prepara sua vingança a Kirk. O final da trilogia, Preserver, é considerado o melhor livro baseado em Jornada nas Estrelas. Mas o leitor tem que ser avisado, você precisará estar bem atualizado com o canon da série. As referências são tantas, mas muito bem colocadas, e aqui o mérito vai inteiramente para os co-autores da obra, o casal Reeves-Steves. Os episódios A Manobra Carbomite, A Cidade à Beira da Eternidade e A Síndrome do Paraíso da Série Clássica são alguns dos essenciais para a trama de Preserver. Esta é a aventura de Jornada que todo fã sempre quis ver nos cinemas. E prepare-se para a batalha entre a ISS Enterprise E e a USS Enterprise E. Desculpe pelo pequeno spoiler e, sim, teremos Kirk na ponte de uma Enterprise novamente. Coisa que nos foi negada em Generations.

Na próxima semana falaremos da Trilogia da Totalidade e por fim do último trabalho da parceria Shatner e do casal Reeves-Steves. Até mais! 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Bond girls – o sex appeal no mundo da espionagem

por Fargon Jinn


Famke Janssen como Xenia Onatopp
Ian Fleming teve uma inspiração maravilhosa ao misturar espionagem com sexo. Acrescentar, em suas histórias, mulheres fascinantes, com muito sex appeal, é o mesmo que misturar nitroglicerina com gasolina. E se nos livros a proposta já orquestrava maravilhas, com os homens discutindo as qualidades desta ou daquela agente ou espiã. Nas 'telonas' se tornaram um símbolo de liberação e quebra de tabus.
E a coisa estourou, de verdade. Inicialmente, grupos feministas e puritanos fizeram protestos. Mas o barulho não foi relevante. De fato, assim que o primeiro filme de 007 estreou, as mulheres em geral aprovaram. As roupas e os trejeitos daquelas que, posteriormente, foram chamadas de bond girls agradou tanto as mulheres como vinham agradando aos homens, e foram copiados à exaustão. Revistas de moda e de celebridades constantemente traziam nas suas capas modelos e atrizes trajando roupas ao estilo dos filmes de James Bond.
Em vários eventos glamurosos, como Oscar e Globo de Ouro, tanto os destaques, entre os famosos, como em meio ao público se viam trajes inspirados nos modelos das garotas espiãs. Por várias vezes, tivemos concursos de beleza em que a candidata a miss ostentava um vestido ao estilo bond girl arrancando suspiros do público.
Ursula Andress - Hale Barry


A primeira e mais famosa de todas foi Ursula Andress, como Honey Ryder em Dr. No (1962), exaustivamente copiada, inclusive na própria série, quando Halle Barry interpretou Jinx em Die Another Day (1997), contracenando com Pierce Brosnan. Seria isso um autoplágio, uma homenagem ou uma metalinguagem?
Eunice Gayson, não tão sexy, mas foi a única a ter duas aparições em filmes oficiais, Dr. No e From Russia With Love (1963). Maud Adams, uma sueca fabulosa, também tem duas aparições em filmes oficiais, mas como duas personagens diferentes, Andrea Anders, em The Man with the Golden Gun (1974), e Octopussy, no filme homônimo de 1983. Martine Beswick também teve duas aparições na série com personagens diferentes. Em ’63 ela interpreta uma sensual cigana chamada Zora, e dois anos mais tarde reaparece como uma assistente de Bond, Paula Caplan, que acaba assassinada na Jamaica.
Eunice Gayson como Sylvia Trench
Uma coisa curiosa é que as bond girls não são mulheres que apenas aparecem nos filmes. Além de terem beleza e corpos perfeitos, devem fazer um momento erótico ou romântico com o conquistador agente secreto. Quer ajudem ou sejam antagônicas a Bond, se estiverem dentro das condições mencionadas elas podem ser consideradas parte deste seleto grupo de pouco mais de cinqüenta atrizes. Moneypenny, um papel recorrente, com mulheres bonitas, não entra nesta categoria, já que não se trata de uma parceira de brincadeiras mais íntimas. Embora, diferentemente dos livros, nos filmes fica claro que há um interesse platônico de Moneypenny para Bond.
É difícil dizer quem foi a melhor ou a pior, a mais bonita ou a mais sexy. Em cada período existiu o seu sexydrive, e isso é algo que varia muito, desde Ursula Andress, sem bumbum, até a mulata brasileira, com sobra de ‘gostosura’, Adele Fátima (Moonraker ’79, injustamente ‘deletada’ no corte final).
Maud Adams como Octopussy
Outro ponto interessante estabelecido por Ian Fleming foi o batismo destas garotas. Sempre dentro do discreto humor britânico. As bond girls são chamadas por nomes, ou apelidos, com duplicidade de sentido. Alguns exemplos bem clássicos são ‘Pussy Galore’ (pussy no inglês pode ser ‘gata’ ou vagina e galore traduz-se como abundância); ‘Mary Goodnight’ (Maria Boanoite, nem precisa de tradução) que passa a história toda tentando levar Bond para a cama e dar-lhe uma ótima noite; ‘Octopussy’ (aqui vai uma junção de octopus, polvo, clamando seus oito braços ou tentáculos, e a junção de pussy, novamente).
Muriel Wright musa de Ian Fleming
Muriel Wright, em verdade, foi a inspiração de Fleming para criar todas as suas bond girls, piloto, esquiadora, desportista, modelo e independente. Eles tiveram um romance e ela o acompanhou em todas as suas aventuras e empreitadas até sua morte num bombardeio sobre Londres, durante a Segunda Grande Guerra. Essa foi a sua última e devotada homenagem a esta mulher que acreditou tanto nele.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ponto de LaGrange 5 – Sociedade L5 (parte I)



por Fargon Jinn

Pintura de LaGrange
Joseph-Louis de LaGrange, apesar do nome, foi um matemático italiano, do século XVIII. Mas o que tem ele de especial?! Simplesmente, um gênio. Aos 16 anos era mestre da Escola Real de Artilharia em Turin, e aos 19 desenvolveu a mecânica analítica de quatro dimensões. Aos 28 anos recebeu o Grande Prêmio da Academia Francesa de Ciências, por ter solucionado um problema que atormentava a todos desde Newton. O então conhecido "Problema dos Três Corpos".

Se você observar duas massas no espaço, como Vênus e o Sol, por exemplo, e considerar suas gravidades, com certeza deverá imaginar que em algum ponto entre estes dois corpos, as forças gravitacionais são equivalentes e anulam-se. Ou seja, o planeta ainda exerce sua atração gravitacional, mas quanto maior a distância que o observador está do centro de massa do planeta, menor a influência gravitacional que ele sofrerá, embora sempre haverá uma força atuando sobre o observador.

Quando estamos no espaço, temos a sensação de gravidade zero. Mas isso é um erro. De fato, seu corpo está a uma velocidade absurda de dezoito a vinte e dois mil quilômetros por hora, tentando ir em linha reta, enquanto a gravidade do planeta lhe desvia do caminho fazendo-o cair. A estas velocidades, você consegue anular a aceleração da gravidade, como a água que não cai de um balde em movimento giratório.

Os 5 pontos de LaGrange
Voltando a Vênus e o Sol, com o observador parado entre os dois, ou seja, sem o deslocamento orbital, sente-se a gravidade (mais fraca quanto maior for a distância), mas nunca será nula. A influência gravitacional se espalha indefinidamente. No entanto, em algum momento a força gravitacional de Vênus será tão pequena que acaba suplantada pela do Sol, ainda muito longe, mas muito mais forte. Existe ali, em algum ponto, um local em que as duas gravidades são idênticas. O que causa um equilíbrio, que  pode ser estável ou instável, o que não vem ao caso no momento. Mas, aparentemente, neste ponto de equilíbrio, temos gravidade zero. O observador pode ficar neste local indefinidamente, sem nunca se deslocar em direção a qualquer um dos corpos.

E, num caso como o Sol, a Terra e a Lua, existiria algum ponto de equilíbrio neste sistema? Foi aí que LaGrange entrou. Ele encontrou não um ponto, mas cinco. Eles ficaram conhecidos em astronomia e astrofísica como os pontos de LaGrange ou L1 a L5.

Esfera de Bernal (Island 1 e 2)
O que isso significa para nós?

Significa que, se resolvermos construir estações espaciais para criarmos comunidades espaciais, estes pontos seriam de grande interesse.

De fato, um deles já está na mira de um grande empreendimento imobiliário. A entidade é conhecida como Sociedade L5 (L5 Society ou apenas L5). Fundada em 1975 por Carolyn e Keith Henson, que basearam-se nos trabalhos do físico norte-americano Gerard K. O'Neill.

O'Neill desenvolveu uma proposta para uma estação espacial composta por dois cilindros de oito quilômetros de diâmetro, por trinta e dois de comprimento. Rotacionando em direções opostas. Batizando o projeto como Island 3, para dar continuidade em relação aos seus projetos anteriores Island 1 e 2, estações espaciais baseadas nas propostas, que são conhecidas como 'Esfera de Bernal', ambas com mil e seiscentos metros de diâmetro.

Cilindros de O'Neill
Os Cilindros de O'Neill, seriam uma solução para o desenvolvimento de tecnologias industriais que se beneficiam da microgravidade. Além disso, como os movimentos rotacionais gerariam gravidade artificial entre 0,9 e 1G (semelhantes à gravidade da Terra), o ser humano não sofreria os problemas orgânicos causados pela baixa gravidade, como seria se o homem estabelecesse comunidades na Lua ou em Marte. Teríamos energia solar em abundância, não haveria necessidade de combustíveis, não haveria poluição, tudo seria reciclado não ocasionando problemas de lixo ou destruição do meio-ambiente. Aos poucos a humanidade absorveria os mesmos princípios para uso no planeta, e até haveria possibilidade de abandonarmos definitivamente a Terra, onde não estaríamos tão sujeitos aos cataclismos naturais.

Espaçonave Argo
Com base nisso, um grupo de artistas e cientistas criou um projeto para uma webserie de ficção científica hard. L5 é a história de uma equipe de astronautas que retornam à Terra após duzentos anos de uma viagem espacial em hibernação, somente para encontrar um planeta vazio. No ponto 5 de LaGrange, eles encontram este gigantesco Cilindro de O'Neill, e ao que parece, também vazio.

O projeto vem se desenvolvendo há dois anos, e os profissionais são todos fanáticos por ficção científica classificada como hard, ou seja, aquela na qual as leis da física são interpretadas com realismo, não existe fantasia científica. A matemática, a física e a biologia atuais são respeitadas ao extremo. Quer dizer, nave espacial ao ser vista no espaço, viaja em silêncio, ou ao som de músicas, não de efeitos sonoros de aeronaves ou motores de foquetes. Eles se baseiam em autores como Arthur C. Clarke, Isaac Asimov, Alan Dean Foster e Ray Bradbury, e mais um monte de cientistas da NASA, MIT e CalTech, que atuam como consultores.



Curiosamente, o projeto conta com financiamento popular, através de doações, veiculadas pelo site kickstarter, onde foram realizadas duas fases de doação, a primeira com meta de US$10.000, e angariaram $10.400, e outra com meta de $2.500, onde atingiram $3.700. Eles estão atrasados, contudo. As previsões iniciais seriam de estrear na primavera deste ano, mas já está acabando o verão americano e eles ainda não estão prontos.

Com certeza o argumento é excelente, o projeto é viável, e deverá, se for tudo concluído a contento, ser um 'megasucesso'. Daí virão propostas de Hollywood e muitas outras oportunidades. Vamos aguardar.

Para saber mais: http://www.bagtaggar.com/l5series/ 
                                 http://l5production.blogspot.com
                                 http://www.studiohemogoblin.com

quinta-feira, 15 de setembro de 2011




Olá, amigos exploradores, a segunda parte do nosso Áudio-Fanzine, com a continuação da nossa singela homenagem aos 45 Anos de Jornada nas Estrelas, está no ar. Queridos, recebam mais este trabalho, que preparamos com carinho para vocês.

Mas não deixem de continuar mandando as críticas e o feedback de vocês.

Mandem seus comentários, e-mails, mantenham este suporte.

Para os próximos dias teremos mais novidades, aguardem. Vem aí coisa muito boa.


Cliquem aqui, ou na aba, no topo da página, para irem ao link da segunda parte. Divirtam-se.





Grande abraço de todos que fazem o Relatório da Situação.