sexta-feira, 30 de março de 2012

As Refilmagens de A Hora do Espanto e O Enigma de Outro Mundo (A Coisa)


RESENHA DE CINEMA
Frigth Nigth e The Thing


por Helder Maia

Acho absurda esta atual enxurrada de refilmagens no cinema americano. Isto não quer dizer, no entanto, que o problema seja refazer algo. Se olharmos para o passado, quando o número de refilmagens não era tão grande, temos exemplos de bons filmes inspirados em outras obras, como Cabo do Medo (1991), que foi inspirado em O Círculo do Medo (1961), e O Enigma de Outro Mundo, realizado por John Carpenter em 1982, e que é uma reimaginação de O Monstro do Ártico (1951).

Então, a princípio, o problema não é refilmar algo do passado, atualizando-o para as plateias de hoje, mas sim fazê-lo com qualidade. E é justamente aí que Hollywood tem falhado. Refilmagens ruins e chatas vêm se acumulando nestes últimos anos.

Falarei aqui de duas das mais recentes.


A Hora do Espanto


Vivi boa parte de minha adolescência nos anos 80 dentro de salas de cinema assistindo a clássicos como O Exterminador do Futuro (1984) e Robocop - O Policial do Futuro (1987). A Hora do Espanto é simplesmente um filme que amo de coração. Então, fiquei muito apreensivo ao ouvir a notícia de que ele seria refilmado. Afinal, como alguém poderia melhorar algo que já era perfeito? E ainda mais, com a sucessão de péssimas refilmagens dos últimos tempos, o prognóstico parecia indicar mais um desastre se aproximando.

Collin Farrel como Jerry Danridge
Mas o fato é que o filme me surpreendeu. O seu mérito é o de não apenas pegar o conceito original e formatá-lo num pacote visual contemporâneo, já que o público geralmente é preconceituoso e não gosta de assistir filmes com visual datado (figurinos e carros). Não, o filme tem uma “pegada” própria. Se o original era um misto de Terror e Comédia (o gênero Terrir, muito difundido nos anos 80), aqui o filme é totalmente de Terror.

Fera acuada
Outra coisa, o vampiro do primeiro filme era um cara bonito e charmoso, com um comportamento bem normal até mostrar suas presas. O Jerry Danridge do novo filme, interpretado por Colin Farrell, age mais como um animal, ficando inquieto quando confrontado. Outra mudança foi no personagem de Peter Vincent (outrora interpretado pelo saudoso Roddy McDowall), que passou de um ator de filmes de terror para um mágico. Ao saber desta mudança pela net fiquei indignado na época, mas o personagem cumpre seu papel de alívio cômico, e afinal, se pensarmos bem, se for para refilmar um filme frame-a-frame do original (O Gus Van Sant fez isso com seu Psicose de 1998 e saiu aquela bomba), ao invés de reimaginar, de que adianta o esforço?

Peter Vincent modernizado pegou muito bem
Gostei também do fato do “mocinho” não enfrentar o vampiro totalmente despreparado, o que é comum de acontecer nos filmes. Se pensarmos bem, é meio absurdo o sujeito ir enfrentar uma criatura toda-poderosa vestido apenas com roupas comuns.

Charley Brewster
No geral um bom filme, que não faz vergonha ao original, segundo seu próprio caminho.

Nossa avaliação:
Delta-Shield Prata





 

O Enigma de Outro Mundo (A Coisa)


Aqui se trata mais de um prelúdio do que propriamente de uma refilmagem, embora o filme tenha muitos elementos de semelhança com o original.

Após cientistas noruegueses descobrirem uma nave alienígena enterrada sob o gelo na Antártida, convocam a paleontologista Kate Lloyd (Mary Elizabeth Winstead), para ajudar. Lá, ela ajuda a desenterrar do gelo um ser alienígena aparentemente morto, mas que passa a ameaçar todos na base de ciências, enquanto uma tempestade os deixa isolados do resto do mundo.

Mary Elizabeth Winstead como a cientasta americana
O interessante aqui é que o filme busca também um caminho próprio: se o primeiro era um filme de paranóia sobre um grupo de cientistas, isolados em uma estação científica na Antártida, e submetidos a uma criatura que pode assumir a forma de quem desejar, neste prelúdio a proposta é trazer mais adrenalina e terror para a trama, com o monstro atacando os cientistas. Embora isso não seja muito coerente, afinal bastaria que a criatura se camuflasse como um dos membros da estação para escapar para a civilização na primeira oportunidade.

Atuação fraca e desinteressante
Outro problema: é a forçada entrada de personagens americanos no filme, uma decisão mercadológica dos produtores, já que o público americano dificilmente iria assistir a um filme protagonizado por noruegueses e falado em seu idioma, como o filme logicamente deveria ter sido feito. Afinal, os noruegueses não poderiam chamar um paleontologista de seu próprio país?

Outro ponto baixo é que Mary Elizabeth Winstead simplesmente não convence como heroína de ação, apesar de ser um rosto agradável de se olhar, ela é muito inexpressiva. O final, embora forçado, faz uma louvável conexão com o filme de 82: ele termina onde o outro começa, com o helicóptero perseguindo o cachorro na neve.

Devido à baixa bilheteria do filme nos EUA, ele acabou não sendo lançado nos cinemas no Brasil. E que, pelo que apurei, ainda sequer saiu em DVD ou Bluray. Outro detalhe curioso é que resolveram chamar o filme de A Coisa, em uma atitude incoerente, afinal se trata de um remake de um filme conhecido.

Ao final, um filme mediano que agrada se o expectador não parar para pensar demais na trama.

Nossa avaliação:
Delta-Shield Bronze

quarta-feira, 28 de março de 2012

Original ou não original? Eis a questão!

SÉRIE: CRÔNICAS INSTIGANTES

por Selder

Vocês já notaram que hoje em dia é muito difícil fazer alguma coisa criativa, original? Quando se fala em contar historias então... Hoje nos cinemas, o que se mais vê ou são relançamentos em 3D: Guerra nas Estrelas (quando eu era 'mininu' eu vi Guerra nas Estrelas! Não vi Star Wars. Guerra nas Estrelas é fantástico! Star Wars uma porcaria), Procurando Nemo, Titanic; ou refilmagens: Footloose, A Hora do Espanto, Psicose; ou ainda versões cinematográficas de séries de TV: As Panteras, MOB, Os Gatões. E ainda temos o fato de que os filmes e livros “originais” estão cada vez mais parecidos com os originais do passado. Esta é uma série de artigos e vamos tentar analisar o que está acontecendo, mormente sob a ótica do roteiro e da contação de histórias.

Retrato de Georgi Polti
Bem, como prá tudo tem um louco, um escritor francês chamado Georgi Polti (1868-1946) percebeu, já naquela época, que não havia muitas historias para contar, então ele resolveu tirar isso à prova, e pegou váaaaaarios autores e suas obras, de diversas épocas e lugares e começou a classificar cada historia. Ele examinou desde Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, da Grécia antiga, passou por Goethe, Cervantes, Shakespeare e muitos outros.

Primeiras edições
O resultado foi que ele encontrou trinta e seis situações dramáticas, que são essas ao final deste artigo, onde foram publicadas em forma de livro, intitulado “Trinta e Seis Situações Dramáticas” (Les Trente-Six Situations Dramatiques, 1895). Além dele, teve um outro autor (esse não me lembro o nome) afirmando que: na verdade, Polti errara, não eram trinta e seis, mas apenas vinte quatro.

Polti reduziu todas as histórias pesquisadas a simples termos, na sua forma mais genérica. Formou uma escaleta (isso vai ficar para outro artigo) bem básica que resume toda história.

Bem, tem gente que diz que isso, na verdade, é uma falácia, e que a criatividade humana é infinita (tenho minhas duvidas, mas deixemos para uma outra discussão, num outro dia), e que na verdade ele jamais poderia ter feito isso. Bom, caro explorador, se é verdade ou não, é você quem deve decidir. O fato é: ‘tá cada vez mais difícil encontrar histórias interessantes de serem vistas lidas e ouvidas. Eu, hodiernamente, pelo menos, tenho a sensação de que “já vi essa historia antes”.

Perceba então, explorador, que com a quantidade de opções para se contar histórias ficando cada vez mais escassa, pois a fonte - de criatividade - é finita (onde foi que eu ouvi isso antes?), é mais fácil e mais barato pegar o que já deu certo, dar uma ‘cara nova’, e relançar. É mais ou menos como “esquentar o almoço de ontem colocando um molho novo que fiz hoje”. Enfim, acaba que o “gosto” se perde e ninguém percebe.

Bom, você deve estar achando então que isso é tudo besteira. Portanto, eu lanço um pequeno desafio: pegue o seu filme ou livro favorito, que você achou incrivelmente instigante, etc e tal, e veja se ele se enquadra em uma destas trinta e seis situações dramáticas. Será que não?


Trinta e Seis Situações Dramáticas de GEORGI POLTI
1. SÚPLICA - um Perseguidor, um Suplicante, um Poder indeciso
2. RESGATE OU LIBERTAÇÃO - Um Desafortunado, uma Ameaça, um Libertador
3. CRIME SEGUIDO DE VINGANÇA - um Vingador, um Criminoso
4. VINGANÇA DE PARENTE CONTRA PARENTE - um Parente vingador, um Parente culpado, (uma vítima), a recordação da vítima, uma relação familiar entre os dois
5. PERSEGUIÇÃO - um Castigo e um Fugitivo (fugir de um castigo)
6. DESASTRE - um Poder subjugado, um Inimigo vitorioso ou um Mensageiro
7. SER VÍTIMA DE CRUELDADE OU DE INFORTÚNIO - um Desafortunado, um Executor ou um Infortúnio
8. REVOLTA - um Tirano, um Conspirador
9. EMPREENDIMENTO AUDACIOSO - um Líder audacioso, um Objetivo, um Adversário
10. SEQÜESTRO - um Sequestrador, um Sequestrado, um Guardião
11. O ENIGMA - um Interrogante, um Investigador, um Problema (a resolver)
12. OBTENÇÃO - um Solicitante e um Adversário que recusa, ou um Árbitro e as Partes opostas
13. INIMIZADE ENTRE PARENTES - um Parente malévolo e um Parente odiado ou Ódio recíproco entre parentes
14. RIVALIDADE ENTRE PARENTES - um Parente preferido, um Parente rejeitado, o Objeto da rivalidade
15. ADULTÉRIO ASSASSINO - dois Adúlteros, um Marido ou uma Esposa
16. LOUCURA - um Louco, uma Vítima

17. IMPRUDÊNCIA FATAL - um Imprudente, uma Vítima ou um Objeto perdido
18. CRIMES INVOLUNTÁRIOS POR AMOR - um Amante, um Amado, um Anunciador da revelação
19. ASSASSINATO DE UM PARENTE NÃO RECONHECIDO - um Assassino, uma Vítima não reconhecida
20. AUTO-SACRIFÍCIO POR UM IDEAL - um Herói, um Ideal, um "Bem" ou uma Pessoa ou uma Coisa sacrificada
21. AUTO-SACRIFÍCIO POR UM PARENTE - um Herói, um Parente, um "Bem" ou uma Pessoa ou uma Coisa sacrificada
22. SACRIFÍCIO DE TUDO POR UMA PAIXÃO - um Apaixonado, o Objeto da paixão fatal, a Pessoa ou Coisa sacrificada
23. NECESSIDADE DE SACRIFICAR SERES AMADOS - um Herói, uma Vítima amada, a Necessidade do sacrifício
24. RIVALIDADE ENTRE UM SUPERIOR E UM INFERIOR - um Rival superior, um Rival inferior, o Objeto da rivalidade
25. ADULTÉRIO - um Cônjuge traído, dois Adúlteros
26. CRIMES DE AMOR - um Amante, a Pessoa amada, (o Crime de amor)
27. DESCOBERTA DA DESONRA DE UM SER AMADO - um Descobridor, o Culpado
28. OBSTÁCULOS AO AMOR - dois Amantes, um Obstáculo
29. UM INIMIGO AMADO - um Inimigo amado, Aquele que ama, Aquele que odeia
30. AMBIÇÃO - Um Ambicioso, a Coisa cobiçada, um Adversário
31. CONFLITO COM UM DEUS - um Mortal, um Imortal
32. CIÚME EQUIVOCADO - um Ciumento, o Objeto de que ele tem ciúmes, o Suposto cúmplice, a Causa ou o Autor do engano
33. JULGAMENTO ERRADO - um Erro, a Vítima do erro, a Causa ou o Autor do erro, o Verdadeiro culpado
34. REMORSO - um Culpado, a Vítima ou a Culpa, o Interrogador
35. RESGATE DE UMA PESSOA PERDIDA - o Resgatador, um Reencontrado
36. PERDA DE PESSOAS AMADAS - um Familiar desgraçado, um Familiar que observa

Livro de Leonardo de Moraes


Bibliografia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_Polti#As_36_Situa.C3.A7.C3.B5es_Dram.C3.A1ticas
 

A lista aqui esta no seguinte site:
http://www.grupotempo.com.br/tex_36.html

e no site:

http://pt.scribd.com/doc/7391294/Leonardo-de-Moraes-As-36-Situacoes-Dramaticas-de-Georges-Polti você a encontra de forma mais completa

o Texto completo em inglês, da obra “36 situações dramáticas” esta em:
http://archive.org/stream/thirtysixdramati00polt/thirtysixdramati00polt_djvu.txt

terça-feira, 27 de março de 2012

The Fantastic Zone


Então amigos exploradores, aqui vai mais uma leva de notícias quentinhas.

Fabok traz uma péssima novidade sobre Terra Nova.

Robcop tem novo protagonista.

E Star Trek XII, vai continuar vazando... JJ está correndo atrás do prejuízo...!!!

Então é isso, aproveitem, e não esqueçam de deixar suas impressões aqui. Combinado?

Para ver as notícias acesse a aba 'The Fantastic Zone' na parte superior do site.

segunda-feira, 26 de março de 2012

O limbo de Stargate

SÉRIE: AS GRANDES SAGAS


por Fabok

Faz apenas um ano que Stargate Universe foi cancelada, mas é difícil entender como um universo que teve dezessete temporadas e dois telefilmes pode ser abandonado tão facilmente pelo estúdio, neste caso a MGM. Com a falta de novidades, o que o fã pode fazer? Infelizmente não muito...

Hoje no Brasil, encontram-se disponíveis todas as temporadas das sagas de Stargate em DVD, com exceção da segunda temporada de SG-Universe. Inclusive SG1 e SG Atlantis podem ser adquiridas em bonitos boxes com as séries completas e carregados de extras. No exterior SG Atlantis foi relançada em um box com as cinco temporadas em blu-ray. SG-U tem a primeira temporada no formato azul, mas seu último ano só foi lançado em DVD, reflexo da baixíssima audiência que a série vinha conquistando na época.

Os possíveis investidores nunca acreditaram na proposta. Infelizmente.
Se você pensou que talvez houvesse algum jogo baseado no universo... Pense novamente! Ainda quando SG-1 estava no ar o jogo Alliance começou a ser produzido e usaria elementos também de Atlantis na estória. Só que o projeto foi cancelado sem muitas explicações. Mais tarde foi anunciado a produção do MMO Stargate Worlds. O jogo parecia promissor, e foi até utilizado no primeiro episódio de SG-U, quando o Gen. O'Neal recruta o jovem Elli. Infelizmente a empresa produtora não conseguiu capital para o tamanho do projeto e acabou falindo. Numa tentativa desesperada de salvar SG Worlds, eles lançaram o shooter on-line SG: Resistence. Um produto mal acabado, que não agradou os fãs e que acabou de vez com as chances da Franquia chegar ao mundo dos jogos.

Printscreen - Stargate At War, batalha em Atlantis contra os wraith
Mas fã é fã, e vários deles criaram e criam mods baseados na série que rodam nos mais diversos jogos. Confiram no site MOBDB. Ali, no momento, projeto mais aguardado é Stargate Empire at War: Pegasus Chronicles, uma conversão total do jogo Star Wars Empire at War. O grupo promete o mod completo ainda para 2012. Parece interessante vejam aqui.

Apenas US$4,90 para kindle
Talvez a melhor opção para os fãs sejam os livros baseados nas séries, e aqui talvez esteja a única boa notícia sobre Stargate: recentemente todos os livros foram lançados no formato do leitor eletrônico Kindle da Amazon (mais de 40 títulos). E alguns deles continuam a estória após os eventos do final SG Atlantis, como a série Legacy que é muito popular entre os fãs. Ainda não tive tempo para checar estes livros, mas as críticas são bem favoráveis.

O fato é que se um dia a Franquia retornar, não será no formato como a conhecemos. Os atores e produtores já estão associados a outros projetos, inclusive Richard Dean Anderson que esteve no Brasil, no último carnaval, para participar de uma campanha publicitária. Além disso, o produtor da versão cinematográfica de Stargate, de 1994, Dean Evlin teria um projeto para um novo filme sem nenhuma relação com os eventos das séries. A questão é: quando isto vai acontecer?

O futuro da Saga, por incrível que pareça, está nas bilheterias do novo filme de James Bond (Skyfall - 2012) e das duas adaptações baseadas no livro O Hobbit. A MGM só terá um futuro se estes filmes forem bem sucedidos. Com isto, talvez ela se interesse em trazer Stargate de volta aos cinemas ou à televisão. O jeito é aguardar...


Até a próxima!

sexta-feira, 23 de março de 2012

John Carter

CRÍTICA CINEMATOGRÁFICA
John Carter: Entre Dois Mundos


por Fargon Jinn

Ultimamente temos assistido a filmes que são um espetáculo visual, fotografia primorosa, efeitos visuais e sonoros impecáveis, CGI’s indistinguíveis de objetos ou seres reais, 3D’s cada vez mais bem utilizados fazendo, por vezes, nos esquecermos de que estamos vendo um filme, parecem cenas verdadeiras.

Martin Scorsese em Hugo (2012) nos conta um pouco dessa evolução
Voltamos então ao referencial de partida da espiral evolucionária que rege o cinema. A cada vez que uma nova tecnologia eclode e a vemos num filme, tudo o mais empalidece e nos perguntamos o que será do futuro do cinema. Nesta hora esquecemos do roteiro, da atuação, da direção de arte, etc. Quando nos acostumamos a esta nova evolução, voltamos a lembrar dos atores, do roteiro, do diretor, e vemos novamente do que se trata este mundo da sétima arte. Neste ponto da espiral em que estamos, o que aparece prá valer é o trabalho do ator, a direção e a contação de histórias.

O novo filme da Disney está neste patamar. Não temos mais tecnologias que nos mesmerizem, então sobra roteiro, atuação e direção para avaliarmos.

Andrew Stanton
O diretor de Procurando Nemo (2003) e Wall-E (2008), Andrew Stanton, não me agradou desta vez. E sou fã de todos os trabalhos que ele realizou até então. Parece que é uma fase em que a Pixar não está indo muito bem, pelo menos neste último ano. Carros 2 foi problemático, e agora o primeiro live action que eles realizam também não está fazendo jus a um nome tão bem construído, nas duas últimas décadas.

John Carter inicia com um desenvolvimento lento, com muita história, mas sem atrativos. Aos poucos passa de uma total inatividade para uma ação frenética, mas sem um enredo mais profundo, chegando a ser confuso. Acompanhamos uma história que se desenvolve sem dar à audiência uma noção da motivação de seus protagonistas, ou uma ideia do objetivo da trama.

As personagens principais não fazem o público se envolver emocionalmente com seus interesses. Faltam subtramas, não existem mensagens nas entrelinhas. O enredo é monodimensional, não instiga e não empolga.

A belíssima Lynn Collins, atuação pobre
Para piorar os atores principais, Taylor Kitsch e Lynn Collins (ambos de X-Men Origens: Wolverine, 2009), foram tão simplórios quanto o roteiro. Faltou, claramente, um trabalho de direção de atuação, e isto é, para mim, um ponto fortíssimo para se avaliar um bom diretor. Ilustra-se esse exemplo ao vermos a segunda trilogia de Star Wars, com atores do mais alto gabarito, mas pessimamente conduzidos, e o resultado é fácil de conferir. Liam Neeson, Natalie Portman e Ewan McGregor nunca estiveram tão mal em qualquer outra atuação, mas Lucas é um caso clássico de diretor fraco. Andrew Stanton, por outro lado, é estreante em live action, mas teve que dirigir personagens animados, e imagino que é até mais difícil. Uma vez que primeiro são feitas as vozes, e depois a animação através dos desenhistas e artistas de modelagem digital. Acredito, e assim dizem os diretores, que o trabalho de direção de animação é muito mais minucioso em todas as suas etapas, do que observar a atuação acontecendo num set, onde pode-se corrigir e explicar aquilo que se deseja, a qualquer momento.


Fotografia espetacular
Por outro lado, tecnicamente falando, John Carter é um filme perfeito, impecável em cada quesito, som (trilha sonora e edição), imagem (fotografia, edição e efeitos especiais), guarda-roupa, maquiagem, etc. Não pude observar nenhuma falha, nenhum erro de continuidade, nada. Nisso estão todos de parabéns.

As composições visuais são maravilhosas
Mas sabe quando você sai do cinema, e acabou de ver um filme maravilhoso? Saímos com vontade de conversar, de perguntar se todos os presentes observaram tal e tal cena. O que irá acontecer com o herói, ou se o vilão pode voltar? Mas John Carter, não. Saí do cinema e fomos falar dos eventos do dia. Pronto, o filme foi esquecido.

Um detalhe que ainda gostaria de acrescentar aqui. Os exploradores têm reparado como os filmes 3D estão ficando cada vez mais escuros? Os cinemas estão tentando economizar horas de lâmpada, energia elétrica, ou é falha técnica mesmo? É o segundo filme 3D que assisto no UCI do Iguatemi (Fortaleza), neste mês, e saio do cinema com os olhos cansados pela falta de luminosidade da tela. Um verdadeiro horror.

John Carter: Entre Dois Mundos (John Carter): 2012, EUA
Direção:
Andrew Stanton
História: Edgar Rice Burroughs
Baseado em: A Princess of Mars (E.R.Burroughs), 1912
Roteiro: Andrew Stanton, Mark Andrews e Michael Chabon
Elenco: Taylor Kitsch, Lynn Collins, Willem Dafoe e Samantha Morton



Nossa avaliação:

Delta-Shield Bronze

quarta-feira, 21 de março de 2012

Gamer brasileiro sooofre!!!


SÉRIE: GAMES


por Fabok

O gamer brasileiro sofre. Se você, explorador, gosta de jogos, sabe do que estou falando. Temos até uma ótima variedade de títulos no mercado, mas os preços...

Para aqueles que jogam em consoles como PS3 e XBOX 360 a coisa fica pior ainda. Os títulos aqui são simplesmente taxados como jogos de azar e, em alguns casos, com mais de 100% de acréscimo. É por isso que lançamentos como Mass Effect 3 são encontrados na casa dos R$200,00.



Já existe uma proposição para acabar com este disparate. No final de 2011, a Comissão de Ciência e Tecnologia aprovou um projeto que estende às fabricantes de jogos eletrônicos os mesmos benefícios que já existem para os fabricantes de itens de informática. O problema é que a proposta terá ainda que passar por mais três comissões para finalmente ser aprovada pelo congresso. Há até um movimento na internet: www.jogojusto.com.br, que tem a intenção de chamar a atenção dos gamers sobre o problema.

O que podemos fazer, sem recorrer à pirataria, para termos acessos aos jogos com preços justos? Os jogadores de PC's podem recorrer a serviços de compra digital pela internet. Bastando para isso ter um cartão de crédito internacional ou uma conta no PayPal. Inclusive, o Steam (www.steam.com.br), talvez o mais popular destes, conta com uma versão do site em português. Outro muito conhecido, mas com um foco em games antigos é o Good Old Games (www.gog.com).

As vantagens para se comprar jogos assim são muitas. Uma vez adquirida a licença, você poderá fazer o download dele quantas vezes sejam necessárias. No meu caso, quando reativei minha conta do Steam, eles me deram a opção de fazer o download da coleção The Orange Box do jogo Half Life, comprado ainda em 2007 em mídia física e registrado na época via internet. Quanto aos preços, no Steam, os jogos novos saem com o preço similar ao encontrado por aqui, só que se o gamer tiver um pouco de paciência, passada a febre do lançamento começam as promoções e os valores começam a cair significativamente. Além disso, durante datas especiais como o Natal e a Black Friday(1), há descontos que chegam a 80%. Títulos recentes, que são até mais difíceis de encontrar por aqui, são vendidos com preços ótimos. Num fim-de-semana recente, por exemplo, o excelente Bioshock 2 esteve sendo vendido por menos de U$8,00.

Para os gamers de consoles, a opção é adquirir os jogos através dos seus serviços de distribuição on-line. Para os usuários de PS3, temos a PSN Brasil (Playstation Network Brasil) que, por ser ainda recente, não tem um catálogo grande. Além disso os preços ainda não são interessantes. A opção é o usuário criar uma conta na PSN americana que possui uma enxurrada de títulos com preços muito bons. O Mass Effect 3, por exemplo, custa metade do preço cobrado nas lojas físicas daqui. Na internet você encontrará vários tutoriais de como abrir uma conta por lá. Muitos têm medo de usar o cartão de crédito na PSN por causa da invasão que a Sony sofreu em seus servidores em 2011, quando os números de cartão de milhões de usuários foram acessados por hackers. Neste caso pode-se adquirir os gift cards com créditos para fazer suas compras, mas isso demanda algumas operações mais complexas. O problema é que este serviço não está disponível diretamente no Brasil. No site Mercado Livre o gamer encontra cards sendo vendidos pelos mais diferentes preços, mas infelizmente mais caros do que se comprados diretamente dos sites estrangeiros. Uma opção é o site canadense PC Game Supply (http://www.pcgamesupply.com) que oferece gift cards de jogos on-line e serviços como iTunes e PSN. O site tem uma excelente reputação e aceita PayPal. Quando você faz sua primeira compra, quase que imediatamente receberá uma ligação telefônica (em inglês) para confirmar seus dados. Daí em cerca de trinta minutos o número do gift card é enviado para o cliente via e-mail. Um detalhe: o site cobra cerca de US$5,00 de taxa administrativa em cada compra, ainda sim eles saem bem mais baratos que os oferecidos no Mercado Livre.

Não possuo o XBOX 360, mas encontrei tutoriais na internet dizendo ser possível adquirir jogos na Live (o serviço de distribuição da Microsoft) americana, já que a nacional tem preços bem salgados. Se algum explorador puder nos ajudar aqui, com mais informação a este respeito, por favor fique à vontade mandando as dicas por e-mail ou comentário logo abaixo.

Espero que este artigo possa ajudar os nossos exploradores gamers. Afinal jogar é bom demais, ainda mais quando o nosso bolso agradece.
Até a próxima!

Notas do Editor:
(1) Black Friday (sexta-feira negra): sexta-feira seguinte à 4ª quinta-feira de novembro (dia de ação de graças), a Black Friday pode ocorrer ao final de novembro ou início de dezembro.

terça-feira, 20 de março de 2012


Olha aí! Temos novidades!

Fabok tem notícias sobre a Disney, Ridley Scott, e Wing Commander.

Quais as novidades? Leiam e descubram...

Então é isso, aproveitem, e não esqueçam de deixar suas impressões aqui. Combinado?


Para ver as notícias acesse a aba 'The Fantastic Zone' na parte superior do site.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Tin tin


SÉRIE: CRÔNICAS


por Phoenix

Uai! Aquele mamute me deixou tenso...!!!
A “marvada” da cachaça acompanha o homem desde a sua invenção. Nunca saiu de moda. As receitas antigas perpetuam e as novas, vêm pra ficar. Pode-se usar como pretexto para uma dose o frio, a tristeza, a alegria, a dor, vale tudo, o lance é encher o caneco.

Na telona, como na vida real, o álcool é, às vezes, vilão, fazendo o infeliz policial, triste com a separação da esposa, refém de seus efeitos embriagantes, ou sendo usado para facilitar o bote do safado, que espera a mocinha ficar meio alta para atacar. Usando de esperteza, pode-se colocar no copo do mocinho, um comprimidinho especial, que a fará dizer ou fazer o que o bandido deseja.

Em todas as cores e tamanhos
Nas classes mais abastadas, ele vem em lindas embalagens, tem nome pomposo, custa uma pequena fortuna, é servido em copos ou taças do mais rico material, com design bem elaborado, tudo para tornar o prazer de apreciar uma boa bebida em momento de classe e requinte.

Dependendo da garrafa que o visitante apresenta em sua festa, pode-se saber se ele tem bom gosto ou dinheiro, ou se não passa de um ‘pé-rapado’.

Agora, em se tratando de ‘cabramacho’, a bebida serve de anestésico. O cara está ferido, toma uma talagada das grandes, morde uma faca e, entre os dentes, diz – Vai que eu aguento! – E aí o cara é cortado e costurado. Não dá uma semana e está em batalha de novo. Pena que nunca mostram a marca da bebida. Ela funciona como anestésico, cicatrizante e antinflamatório. Que poder, né?

Um copo bem cheio pode tornar-se uma arma. Calma... não estou falando de MacGyver e sua poderosíssima mente criativa, capaz de transformar um clipe de papel em bomba, não. Estou falando de mulheres furiosas, lançando com toda sua raiva o vinho contido em sua taça, acertando em cheio a face do seu alvo, que geralmente é um marido ou namorado mulherengo, ou uma garota assanhadinha. Também pode-se usar a garrafa para bater na cabeça do bandido. Isso em bang-bang é certo. Começou a briga no saloon, lá vai garrafada na nuca alheia. E ainda sobra estoque pra continuar à venda.

Absurdos dos Brucutus à moda antiga
Por falar em bang-bang, os homens sempre têm aquelas garrafinhas de bolso, cheinhas de whisky, que eles, além de bebericarem durante o dia, usam para uma emergência, como disse antes. Tem o mix whisky-pólvora, que torna o cara mais macho ainda, onde ele toma a bebida, morde a faca, tira a bala com um punhal, enfia pólvora no buraco e taca fogo. Dá uma gemidinha e... pronto!

Lindsay Lohan na ressaca...
Alguns filmes narram a dependência do álcool e suas consequências, os dramas das famílias, o infortúnio do doente. Sempre há perdas. Perde-se família, bens, emprego, respeito e, em alguns casos, a própria vida. Esperamos por um final feliz, com o protagonista ressurgindo como uma fênix, superando as dificuldades e retomando o controle de sua vida, mas sabemos que, na verdade, nem sempre isto acontece. O que precisamos fazer é filtrar o que vimos nos filmes, pra não achar que, para ser glamoroso ou macho, precisamos de uma bebida, que só através de um pileque é que termos a coragem que precisamos. Sendo assim, podemos torcer, sem culpa, pela garota, na disputa contra o grandalhão na virada do copo.

A imagem fala por si?
O que é importante lembrar: álcool não é muleta. Se assim for usado, o ‘aleijado’ não terá, jamais, oportunidade de descobrir que ele pode andar normalmente, sem o ‘auxílio’ deste potencializador. A bebida não cria características no usuário, mas libera aquilo que ele já tem. Portanto, devemos procurá-las em nosso íntimo e desenvolvê-las. É como aprendemos a andar. Se usamos andador, e está provado, a criança demora muito mais a aprender e sempre será insegura. Se aprendemos a cair, não temos o que temer.

Saúde!!!