quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Jornada nas Estrelas - as séries modernas (parte I)

por Fabok

Caros exploradores, não me interpretem mal, sou fã ardoroso de Star Trek, já assisti todos os episódios de todas as séries e posso dizer que nestes setecentos e tantos episódios há muita coisa espetacular em termos de ficção científica. O problema é que a quantidade de coisa ruim nas séries modernas de Jornada é muito maior.

Vocês já tiveram a oportunidade de assistir a Nova Geração, Deep Space 9, Voyager e Enterprise recentemente? Senão, aqui analisaremos uma por uma e tentaremos chegar a um consenso se elas estão se saindo bem com a passagem do tempo.

A Nova Geração teve as duas primeiras temporadas no mínimo regulares, para não dizer ruins. Claro que tivemos episódios muito bons, não vou discutí-los aqui. O foco deste artigo é outro. O problema destas temporadas é a falta de foco. A Enterprise viaja pela espaço, mas nada de interessante realmente acontece. E toda vez quem salva a nave é ele... sim Wesley Crusher. Confesso que quando era garoto me via na posição de Wesley, mas convenhamos não há verossimilhança alguma em ser ele a tábua de salvação da nave. Apesar disso, a série consegue se sustentar graças ao carisma dos personagens, principalmente Picard e Data.
Enterprise NCC-1701D

A partir do terceiro ano as coisas melhoram, os roteiristas começam a criar uma mitologia para a série que, apesar de trazer alguma coisa da Série Clássica, funciona de uma maneira própria. Os klingons e romulanos trocam de papéis. Diferente da era de Kirk e compania, Os klingons passam a ser honrados além de guerreiros e os romulanos são os traiçoeiros e sem honra, tudo é válido para eles atingirem seus objetivos. Mas sem dúvida a maior adição à mitologia moderna de Jornada são os borgs. Tá certo que eles foram apresentados no segundo ano, mas seu desenvolvimento pleno foi atingido somente no final assustador de The Best of Both Worlds.

É graças a esta mitologia renovada que a Nova Geração tem seus melhores momentos justamente no terceiro, quarto e quinto anos. A Federação e a Frota ganham um tom mais realista dando a oportunidade dos roteiristas trabalharem com sucesso além da ficção científica, temas mais reais como terrorismo ou discussões éticas sobre ciência, por exemplo.

Os dois últimos anos entretanto a qualidade cai demais. As tramas centradas na mitologia ficam desinteressantes, e além disso, a maioria dos episódios poderia se chamar "A Grande Família: Crônicas na Enterprise", não pelo tom de comédia e sim pelo enfoque em problemas familiares e pessoais que os episódios tomam. O personagem de La Forge fica cada vez mais estereotipado como o looser da nave, Data vira quase um figurante, Troi ora se apaixona por algum alienígena, ora tem que aturar sua mãe insuportável, Worf acompanhado de seu filho chato e assim por diante. Falando em crianças, nada mais chato que um episódio da Nova Geração centrado nelas, e olha que tem vários deles.

Outra anomalia
O que a Nova Geração tem de pior talvez seja, entretanto, os episódios ao estilo "A Anomalia da Semana". Alguma anomalia espacial 'sem pé nem cabeça' surge e a nave encontra-se à beira da destruição, só para, nos minutos finais, La Forge ou Data inventarem alguma technobubble e salvarem o dia. Ah, é claro que algumas vezes os roteiristas se superavam quando conseguiam unir crianças chatas à anomalias malucas...

Recentemente foi anunciado que a Nova Geração será remasterizada para lançamento em alta definição. Fico me perguntando, será que vale a pena? Dos cento e tantos episódio da série, quais realmente ficaram na memória dos fãs? Sinceramente, não mais de 20 vêm à minha mente. E você explorador, na real, quantos episódios da série realmente podem ser considerados memoráveis?

Na próxima semana falaremos de DS9, Voyager e Enterprise.

Até lá.

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