segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A máquina do tempo (parte II)

por Fagon Jinn
6º da série FC vs Ciência

Paradoxo visual (clique para ampliar)
Nesta segunda parte do assunto viagem no tempo, estamos trazendo alguns dos principais paradoxos e algumas das fantasias mais famosas abordadas pelo cinema, e que possam contribuir com algum tipo de enfoque que aqui discutimos. Claro que não estão sendo cobertos todos os aspectos, mas apenas aqueles que consideramos mais influentes e mais polêmicos. Deixamos para a participação dos exploradores as contribuições que acharem pertinentes, ou as lacunas que não preenchemos. Aproveitem.

Paradoxos


Variação do paradoxo da mentira
Paradoxo é uma sequência de raciocínios que acabam em si mesmos, formando um círculo de ações e, por fim, quando esta cadeia lógica fecha-se sobre si mesma, chegando ao início do círculo, gera uma ação que anula a ação que deu início a todo o processo. Citamos, por exemplo, aquele que afirma que tudo o que diz é uma mentira. Sendo assim, não podemos acreditar que esta frase seja verdadeira, algumas vezes ele deve falar a verdade e, então, ele está mentindo, mas se até neste momento ele está mentindo, quando é que ele diz a verdade?

Paradoxo do avô - clique para ampliar
O paradoxo temporal mais famoso é sobre o indivíduo que viaja para o passado e assassina o seu próprio avô, antes que este tenha tido filhos. Neste caso forma-se um paradoxo. Sem avô, sem pai o indivíduo não poderá nascer no futuro e, portanto, ele não nascendo não pode viajar ao passado e matar seu avô. Como é que o avô acaba assassinado?

Outro paradoxo famoso é o do irmão gêmeo ou Langevin. Muita discussão existe sobre este paradoxo, mas acredita-se que se um irmão viajar através do espaço, em velocidades próximas à da luz, enquanto o seu gêmeo permanece na Terra, ao final da viagem, aquele que esteve na nave espacial está mais jovem do que o que permaneceu na Terra. No meu entender, isto não é um paradoxo, já que não há cancelamento da idéia que inicia a sequência de raciocínio. O paradoxo aqui está mais relacionado com os referenciais adotados, visto que para aquele que olha a nave a partir da Terra vê o irmão se distanciar. Já o que está à bordo da nave vê a Terra se distanciar, então os pontos de análise são muito semelhantes se mudarmos nossa perspectiva. Por que apenas o que viajou envelheceu mais devagar? A resposta a isso foi dada por Einstein em sua Teoria Geral da Relatividade. Tratamos brevemente sobre isso no texto sobre viagens interplanetárias.

Paradoxo da motivação - clique para ampliar
Paradoxo da motivação. Este é o mais interessante para mim. Se um acontecimento nos motiva a retornar ao passado para alterar seu desfecho no futuro, temos algo parecido com o paradoxo do avô. Tornamo-nos vítimas de nossa motivação. Uma vez sanado o fato futuro que nos motivou a corrigir o passado, como é que seremos motivados a retornar ao passado. Sem nossa influência no passado, a correção não ocorre e o fato negativo volta a acontecer no futuro.

Paradoxo dos duplos. Uma especulação com muita fantasia. Se voltamos a um tempo passado, podemos nos encontrar com ‘um outro eu’? E se o encontro ocorrer, qual a consequência? O fim do universo? A anulação mútua? Uma casualidade insolúvel? Ninguém sabe. Quanto à questão da constante universal de matéria e energia, nem vamos discutir já que isso não é, também um consenso.

Cena de 'O Homem do Futuro' (2011)
Paradoxo da interferência. Esta é outra visão paradoxal que surgiu a partir da fantasia. Os autores desejosos de criar uma narrativa interessante e divertida a suas novelas e filmes com permutações temporais criaram uma solução aos paradoxos anteriores. Ou seja, alguém que sai de sua linha temporal pode interferir em qualquer outra cadeia de eventos que fica imune aos seus efeitos. Assim, se decido retornar ao passado e exterminar meu avô, eu continuo vivo. Contudo, e aí surge o fator interessante, se eu resolvo retornar ao passado e alterar o meu futuro para que eu venha a tornar-me milionário, sendo esta a minha motivação e conseguindo meu intento, o meu duplo que é original nesta realidade não será motivado a retornar ao passado e tentar ficar rico. Obviamente, o meu duplo é o ser existente nesta linha de tempo, e eu um intruso, um impostor, um sósia. Para que eu usufrua desta riqueza, terei que assassinar meu duplo e ficar com sua fortuna.

Existem, obviamente, várias noções de paradoxos que tratam da mesma temática, mas, em geral, acabam sendo variações das que aqui colocamos. Abrimos, contudo, espaço para discutirmos todos os aspectos que desejarem. Contribuam para enriquecermos estes tópicos tão interessantes.
- Apareceu do nada!!!

Na terceira e última parte deste tópico, falaremos de como a fantasia trabalhou estes aspectos até então aqui discutidos, mencionando as principais obras realizadas. Até...

Nenhum comentário:

Postar um comentário