segunda-feira, 30 de abril de 2012

Os Vingadores - The Avengers

CRÍTICA CINEMATOGRÁFICA
The Avengers


por Fargon Jinn

Joss Whedon é o cara. Esse é o diretor. Eu nunca imaginei que um filme de super-heróis poderia ser tão bom. Ainda mais com a bagunça de vários deles juntos. Mas é excelente.

Mark Ruffalo é Bruce Banner
Desde a abertura, sem os 'tradiciochatos' quadrinhos (uma ou duas vezes vai, mas tornar isso uma marca?!) o filme já começa e arrebata a atenção do público. Mesmo que não entenda do gênero (HQ), o filme é rico em ganchos que prendem a todos e introduz àqueles que não estão familiarizados com a saga.

Leonardo da sétima arte

Now, Joss Whedon is the King of the World! Hail the King!
Os diálogos... O quê que é isso? Que espetáculo! Mr. Whedon em sua fantástica carreira de sucesso com qualidade de produção, trazendo excelentes argumentos, roteiros, tramas e dramas bem montados, sempre nos proporcionou um show de escrita de roteiros. Os diálogos deste filme são horrorosamente perfeitos. Gosto de escrever, e sei o quanto é difícil. Mas ao ver uma obra deste tipo, Joss Whedon faz parecer tudo tão fácil que, aquele que aspira a, um dia, fazer parte deste grupo de profissionais, se sente ridículo e imbecil.

Com uma mistura de dramas pessoais leves, e diálogos bem humorados, a história vai-nos sendo contada, permitindo a todos uma boa compreensão. Em nenhum momento vemos um aprofundamento nas questões pessoais de cada personagem, e nem é isso o foco do enredo. Mas mesmo assim temos uma cena (sem spoilers, por favor) em que sentimos um 'baque' impressionante por uma perda. E somos envolvidos neste drama com meia dúzias de frases dispersadas pelo primeiro ato do filme. Mas sentimos como se fosse uma facada no nosso peito.


Salas lotadas em todas as versões

Porta-aviões da S.H.I.E.L.D, show de FX
Os Vingadores – The Avengers (alguém pode me explicar o motivo deste subtítulo?!?) está recheado de acertos e praticamente nenhuma falha. Não sei, teria que assistir algumas vezes, talvez, para detectar, com um ponto de vista mais crítico, se existem falhas. Mas se o explorador vai ao cinema com o intuito primário de diversão, vai conseguir a melhor possível.

Capitão América, Viúva Negra e Gavião Arqueiro
A fotografia é primorosa, gostaria de ter visto em 3D, mas as sessões legendadas já estavam esgotadas, vou tentar ainda mais uma vez, quem sabe, então atualizo aqui. A edição é impecável, o ritmo, com exceção de momentos absolutamente necessários em que se torna mais lento, é constante, agradável, permite uma boa compreensão de tudo o que está ocorrendo e é sempre envolvente.

Isso em 3D... ai ai!
Os efeitos especiais estão maravilhosos, houve uma única cena em que eu pediria um retoque. A movimentação de câmera é agradável, variada e não busca mostrar nada de sofisticado, apenas contar a história. Os efeitos de som e a sonografia nada menos do que perfeitas. As músicas, sob a tutela do perfeccionista Alan Silvestri, estão espetaculares. E, novamente temos AC/DC com o Iron Man (e sua camiseta nerd).

A Liga da Justiça nunca terá uma chance

Hulk smash!
Exploradores, eu gostei muito do Incrível Hulk, mas este foi o melhor Hulk que eu vi. E o mais divertido, sem dúvida. O Thor, este sim é o The Might Thor dos quadrinhos, soturno, maduro, muito forte, nada parecido com aquele do primeiro filme. E o Capitão América que foi muito bom no seu filme, agora está melhor, este sim torna-se um líder e você vê a sua liderança nascer, e como ele obtém respeito de todos.

A bela Cobie Smulders é Maria Hill
A S.H.I.E.L.D. foi muito bem também. A Viúva Negra, Nick Fury, Gavião Arqueiro e a Agente Maria Hill estão todos espetaculares. Mas, embora seja uma parte importante, a Organização é coadjuvante neste enredo. Obviamente o papel principal é para os super-heróis. Neste contexto, contudo, ainda credito ao ator Clark Gregg, o agente Phil Coulson, como aquele que roubou a cena e que, aliás, sempre fez.


Nova York é a nova Tóquio

CHUUUPAAA, Michael Bay!!!
E por fim, mas não menos importante, tenho que falar da cena da batalha final. Não é spoiler, garanto. Amigos, que BATALHA, que coisa impressionante. Digno de uma sinfonia de Beethoven. Nunca vi uma regência mais precisa. As cenas são compreensíveis, verossímeis, o expectador dança, pula e chuta na cadeira, a garota ao meu lado aplaudia e dava gritinhos em todos os lances, o público gemia, parava de respirar, soltava o ar e novamente gemia em uníssono, essa cena é uma suruba cinematográfica coreografada. Imperdível.

Então é isso, amigos exploradores, se podem acreditar no que digo, estamos aqui diante de um divisor de águas em termos de filmes de personagens de quadrinhos. Ao meu ver juntando-se todos os anteriores, mesmo levando-se em conta Iron Man, o Capitão América – O Primeiro Vingador e o Incrível Hulk, somados, não chegamos a empatar com a qualidade de The Avengers.

Os Vingadores - The Avengers (The Avengers): 2012, EUA
Direção: Joss Whedon
História: Joss Whedon e Zak Penn
Roteiro: Joss Whedon
Direção musical: Alan Silvestri
Edição: Jeffrey Ford e Lisa Lassek
Elenco: Robert Downey Jr, Chris Evans, Scarlett Johansson, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Jeremy Renner, Tom Hiddleston, Cobie Smulders, Samuel L. Jackson, Gwyneth Paltrow e Clark Gregg

Nossa avaliação:

Delta-Shield Diamante

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Assassin's Creed (2007)

SÉRIE: GAMES

por Fabok

Em Assassin's Creed você vive Desmond. Mantido prisioneiro em um laboratório de pesquisas, ele pertence à linhagem dos Assassinos, e foi capturado pela megacorporação Abstergo Industries, que nada mais é que o nome moderno da Sociedade dos Cavaleiros Templários. Os Templários e Assassinos travam uma centenária e sangrenta batalha em que a Abstergo busca vários artefatos chamados de Pieces of Eden (Pedaços do Éden) que contém um enorme poder para controlar e unir a humanidade.

Desmond Miles
Desmond é forçado a usar uma máquina chamada de Animus que o faz reviver as memórias de seus antepassados, e assim encontrar os Pieces of Eden, que se encontram espalhados e perdidos pelo mundo. No primeiro jogo da série, Desmond passa a experimentar as memórias de Altair ibn-La'Ahad, um de seus antepassados que acabou por cair em desgraça dentro da sociedade dos Assassinos e agora  precisa provar seu valor, em plena época das Cruzadas.

Parkour baseado em atletas e dublês
Assassin's Creed combina ficção científica, teoria conspiratória ao melhor estilo de "O Código De Vinci" e uma primorosa reconstrução de época. O jogo é apresentado em terceira pessoa num mundo aberto, que permite ao gamer explorar os cenários da maneira que quiser. Altair também é um especialista em parkour, o que garante uma jogabilidade de tirar o fôlego.
Altair

Para reconquistar sua honra, Altair deve matar nove alvos. Mas a cada missão ele sente que tem algo em comum com suas vítimas. O clímax do jogo é quando ele enfrenta nada menos que o Rei Ricardo I, líder do exército dos cruzados. Neste embate, a verdade será revelada e seu futuro será decidido.

A medida que Altair vai completando suas missões, mais complicada fica a situação de Desmond, no presente (o jogo se passa em 2012). Quando a Abstergo decide que Desmond não é mais necessário e ordena sua morte, a cientista que opera o Animus, Lucy Stillman (dublada pela atriz Kristen Bell de Veronica Mars) convence a Abstergo a manter Desmond vivo até que todos os artefatos sejam recuperados. Porque ela faz isto e quais os efeitos da máquina Animus em Desmond é algo que deixarei o explorador descobrir por conta própria.

Assassin's Creed está disponível em PC, XBOX 360 e PS3.

Em breve falarei das continuações desta fantástica série.

Até a próxima!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A Nova Série de J. J. Abrams: Alcatraz

SÉRIES DE TV


por Helder Maia

Hoje em dia, J.J. Abrams parece colocar seu nome em qualquer coisa. Eu até imagino ele saindo de um canal de TV com uma pasta cheia de dinheiro, após ter carimbado seu nome em mais um seriado qualquer. Não é difícil pensar assim, tendo assistido aos primeiros episódios de sua nova série: Alcatraz.

A premissa até que é interessante: em uma noite tempestuosa de 1963 é descoberto que todos os presos e guardas da famosa prisão sumiram misteriosamente. Na época atual, os presos vão reaparecendo e cometendo crimes. Ao investigar um assassinato, a detetive Rebecca Madsen, com a ajuda do nerd Dr. Diego Soto, especialista na história de Alcatraz (Intepretado por Jorge Garcia, o Hugo Reyes de Lost), acabam indo parar no meio deste mistério.

Mas o seriado tem muitos problemas. O primeiro sendo a escolha do elenco. A tal detetive parece uma adolescente, sendo jovem demais para convencer como policial. Os roteiristas até tentam justificar sua precocidade, já que ela, quando criança, lia os relatórios dos casos que o pai policial investigava e o ajudava a desvendá-los. Ai cacete!

Depois temos problemas de lógica. Sam Neill, como o irascível agente Emerson Hauser, há anos tem uma equipe montada aguardando o retorno dos prisioneiros, mas ele coloca as investigações nas mãos destes dois manés. Fala sério! Assim não dá! Some-se a isso vilões com motivações esdrúxulas. Os caras não tinham algo melhor para fazer do que voltar a cometer crimes depois de passar tantos anos na prisão? Ou que tal se questionarem como continuam jovens e por onde andaram este tempo todo?

Quanto à trilha sonora, Michael Giacchino é um bom compositor, mas ele repete aqui o mesmo estilo de música de Alias e Lost, com a mesma sempre elevando-se ao final de cada segmento dos episódios, para dar impacto e suspense, o que já ficou mais que repetitivo. Acho que está na hora de ele variar um pouco e fazer algo de novo.

Seria Alcatraz um 'Enrolost'?
Se esta série deveria ser o novo Lost, passaram foi longe. Se “Enrolost” acabou decepcionando, com a não explicação dos inúmeros mistérios criados, pelo menos, no começo, cativava pelos ótimos personagens. O que aqui não acontece. Além de que colocar um nerd como personagem para agradar a uma parcela da audiência já ficou meio cansativo, pois várias séries tem feito isto, de Heroes a Dollhouse.

Série policial disfarçada de fantasia
Apesar de parecer uma série de fantasia, Alcatraz é na verdade mais um seriado policial disfarçado por elementos fantásticos. Ao exemplo de Lost, alguns mistérios vão sendo mostrados a conta-gotas, como pessoas que trabalham para Hauser que estiveram envolvidas com a prisão e que também não envelheceram, ou o fato dos presos terem sido submetidos a experimentos, mas nada é revelado. E, devido ao fato de que alguns dos envolvidos na produção terem sido responsáveis por Lost, os enigmas devem ser esticados ao máximo, frustrando o expectador e fazendo com que a história não ande a contento.

A primeira temporada teve treze episódios exibidos pelo canal americano Fox, mas a série corre o risco de ser cancelada devido à fraca recepção do público.

Já vai tarde!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

The Fantastic Zone


Amigos exploradores, logo após o evento do Anima Expo Ano 1, chega o Fabok com todo o gás, e nos trás estas novidades no mundo da ficção, fantasia e terror.

Temos notíicas muito interessantes.

O que tem acontecido com Star Trek 2, J.J.Abrams continua com um leak 'brabo' e os informes escapando...

Saiba sobre Battleship, que estreia em breve!!! E que tal uma quentinha de Charlize Theron?

Então é isso, aproveitem, e não esqueçam de deixar suas impressões aqui. Combinado?

Para ver as notícias acesse a aba 'The Fantastic Zone' na parte superior do site.

Diário do Velho Nerd - Anima Expo Ano 1

SÉRIE: EVENTOS


por Fargon Jinn

Então amigos exploradores, neste fim-de-semana o Relatório da Situação esteve presente no Anima Expo Ano 1. A nossa equipe compareceu em peso. Arnaud, Helder Maia, Fabok, Fargon Jinn, Kalibak e a Phoenix.

Kalibak, Phoenix, Fargon Jinn, Helder Maia, Arnaud e Fabok
O evento foi animal. De tudo tinha, leilão de itens de colecionador; feira de produtos nerd, geek, otaku, tokusatsu, mangá, HQ; exibição de anime; exibição de trailers de filmes e seriados; consoles de videogames antigos do pessoal do BOJOGÁ; RPG; campeonatos de games, tanto para consoles como para os mobiles; jogos de tabuleiros do pessoal do JogaFortal; e muitas outras atrações legais.

Fomos entrevistados no CaféGeek, pelo pessoal, muito legal por sinal, do PodCafé, Danilo Dante e Marcos Ka'el, e foi um bate-papo muito agradável onde pudemos falar bem sobre a proposta do Grupo Avançado e do Relatório da Situação. Falamos também sobre as séries mais polêmicas do momento como Heroes, Fringe e Stargate. E tivemos a oportunidade de conversar com os fãs destas séries e entender suas posições sobre as mesmas.

No mesmo dia, sábado, fizemos uma apresentação no auditório sobre Star Trek e Star Wars, brincamos com os temas lançando pontos mais focados, para direcionar mais a conversa com o público, e tratamos principalmente de algumas das maiores questões filosóficas apresentadas pelo seriado de Gene Roddenberry, e depois falamos sobre toda a história da Ordem Jedi, no momento de Star Wars. Todos os participantes puderam dar sua contribuição e tirar suas dúvidas. Terminamos o momento com entrega de brindes aos presentes que responderam trívias sobre os universos de George Lucas e do Capitão Kirk.

Lançamos uma nova brincadeira, um concurso de popularidade no facebook. Publicamos as fotos de todos que toparam participar, na nossa fanpage, e as duas fotos mais curtidas até o dia 10 de maio de 2012 receberão brindes do Relatório da Situação. O resultado será divulgado aqui no site, no dia 11 de maio. Fiquem de olho. Daí, quando divulgarmos os resultados, publicaremos as fotos aqui, e os "culpados" deverão nos escrever enviando seus nomes e endereços, para podermos entregar os seus brindes.

No domingo fomos visitar o setor de quadrinhos, e falamos com os nossos amigos do Laboratório Espacial, Fernando Lima e J.J. Marreiro, além do nosso querido Diego J, que em breve estará dando sua contribuição ao Relatório da Situação.

Ainda passeamos pela feira, e fomos assistir à apresentação do pessoal do Intersect News que falou muito bem das séries do momento e dos grandes filmes que estão estreando este ano.

Terminamos o dia com um bate-papo com os amigos exploradores que curtem as obras de ficção-científica, terror e fantasia. Tratamos de Viagem ao Fundo do Mar, Túnel do Tempo, Perdidos do Espaço, Star Wars, Star Trek, O Senhor dos Anéis, Mass Effect, Blade Runner, Total Recall, Alien e muitos outros que mexem com a gente.

Entrevista com o dublador Elcio Sodré no CaféGeek
Enfim, foi um fim-de-semana muito produtivo, agradável e imperdível. Só sinto pelos que não puderam estar lá.


Grande abraço a todos os que deram sua participação, e pelo carinho com que nos receberam. Muito obrigado amigos. E muito obrigado ao pessoal da organização do Anima Expo Ano 1. Esperamos pela próxima.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Você leva tudo pro buraco da maldade...

SÉRIE: CIÊNCIA


por Fargon Jinn

Então vamos falar do tal buraco... Quem já não ouviu falar de buracos negros? Acho que até uma criança já teve contato com este termo. Mas de fato pouquíssimas pessoas sabem do que se trata.

Nossa estrela é uma formiguinha em comparação
Buracos negros são apelidos para estrelas absurdamente grandes. Tão grandes que suas massas geram campos gravitacionais colossais. Estes campos fazem com que a própria estrela fique tão comprimida que em alguns casos poderiam caber dentro de uma cidade como Aracati. E estamos falando aqui de estrelas com massas acima do equivalente a oito Sóis. Estas podem chegar a ser ainda muitas vezes maiores. Acredita-se que o buraco negro existente no centro de nossa galáxia, chamado de Sagitário A*, tenha massa equivalente a quatro milhões de vezes a do Sol. Não tentem pensar o quanto seria isso, há o risco de fundir alguns neurônios nessa tentativa.

No centro de nossa galáxia está Sagitarius A*
E então o que levou estas estrelas a terem o nome de ‘buracos’ e, ainda mais, ‘negros’? Um corpo com estes níveis de massa gera tanta gravidade que outro corpo que estivesse caindo sobre sua superfície chegaria à velocidade da luz. Obviamente, se um corpo é atraído a esta velocidade, para conseguir escapar dessa gravidade é necessário uma velocidade superior. Como a luz é o limite, nem a própria luz tem velocidade suficiente para sair desta estrela. Resultado é que não vemos a luz produzida e, portanto, para nós é um corpo negro.

Clique para ampliar a imagem
O termo ‘buraco’ tem relação com a curvatura causada no espaço. A massa de qualquer corpo gera deformações na chamada estrutura do espaço-tempo. Por isso que nada, nem mesmo a luz, se desloca em linha reta no espaço. Os campos gravitacionais curvam o espaço, maior a curvatura quanto maior for a massa. No caso de uma estrela negra a curvatura se parece com um funil longo e fino, daí o termo ‘buraco’. E nada mais justo, visto que tudo o que ali cai não retorna, como um buraco.

Telescópio do Observatório Keck na Alemanha
Daí vem a pergunta que não quer calar (nossa! que clichê!): se estas estrelas engolem tudo, luz, ondas eletromagnéticas, massa, como é que podemos saber que elas existem? Como podemos vê-las? Alguém já viu alguma?

Andrômeda em UV - utilizam-se o Hubble, o Chandra e outros, em terra,
para captar o infravermelho, ultravioleta, Raio-X e raio Gama
A resposta não é muito complicada. Ao redor de um buraco negro, logo onde começa a maior curvatura do espaço, existe um ponto chamado de horizonte de eventos. Toda matéria que está chegando a esta região sofre um estímulo muito forte, tem sua velocidade aumentada e enquanto circula ao redor emite Raio-X, luz de alta energia (ultravioleta). O bom do Raio-X e do ultravioleta é que suas ondas são tão pequenas que atravessam toda a matéria das nebulosas que por ventura estejam na região, podendo ser observadas por telescópios como o Hubble e o VLT/ESO (Very Large Telescope - European Southern Observatory) localizado ao norte do Chile, em pleno deserto do Atacama.

Via Láctea - 400 bilhões de estrelas só no núcleo
Então, ficou esclarecido? Espero que sim. Que tal falarmos agora de algumas coisas interessantes?

O buraco negro no centro de nossa galáxia está sendo objeto de uma observação muito curiosa, pois há uma nebulosa se aproximando em rota de colisão. Sua velocidade está aumentando (no momento viajando a oito milhões de quilômetros por hora), e isto permitirá aos astrônomos entenderem como todo o processo de absorção de massa ocorre nas proximidades do horizonte de eventos.

Outra curiosidade intrigante. De fato, tudo isto que está sendo observado já ocorreu. O centro da Via Láctea está a vinte seis mil anos luz de distância de nós. Portanto, o fenômeno em observação se passou há vinte seis mil anos. A humanidade vivia nas cavernas, nesta época. Mas só agora podemos presenciar estes eventos.

Não vemos a Via Láctea por estarmos nela, mas seria algo assim
Mais uma? Ok! Tudo o que se aproxima do horizonte de eventos sofre dilatação temporal. Ou seja, quanto mais perto mais lentamente o tempo passa. Em teoria, se passássemos próximos a estes lugares, num veículo potente o suficiente para não ser capturado pela gravidade, poderíamos levar uma eternidade para sair desta dilatação do tempo, e ao final, o espaço estaria muito diferente, civilizações teriam eclodido e talvez se extinguido, estrelas teriam nascido e encerrado seu ciclo de vida, a humanidade poderia ter atingido outros níveis de desenvolvimento.

Andrômeda. Toda galáxia tem um buraco negro supermassivo central?
Existem inúmeras hipóteses relativas aos buracos negros, algumas em vias de se tornarem teorias, outras de serem descartadas. Em verdade, só arranhamos a superfície deste novo universo de descobertas maravilhosas, e ainda precisaremos de muita observação e experimentos para podermos começar a realmente entender o que são e como funcionam estes corpos tão misteriosos.

Busquem leituras sobre isso na internet, exploradores, o Google e a Wikipedia têm fontes bem confiáveis e para todos os níveis de entendimento. Existem também aplicativos que são destinados ao estudo de astronomia, muita literatura impressa e em e-books. Boa sorte!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Mistérios do passado

SÉRIE: CRÔNICAS INSTIGANTES

por Fargon Jinn

Eu sempre ‘curti’ mistérios arqueológicos. Gostava muito de imaginar os fantásticos desenvolvimentos tecnológicos que teriam sido desenvolvidos por civilizações como os egípcios, os maias, os astecas, toltecas, babilônicos, persas, tibetanos, druidas, enfim, todas estes povos de antiga origem, e da qual pouco ou quase nada restou, ou aquelas que ainda estão por aí, como os chineses e gregos, mas que perderam grande parte de sua história, tiveram em seus passados, níveis de tecnologia e desenvolvimento espiritual que os permitiram alçar conhecimentos que hoje estariam irremediavelmente perdidos e totalmente fora de nosso alcance.

Cyrill Hoskins se dizia ser Lobsang
Rampa, um monge com poderes mentais
Os gregos alegaram grandes conquistas bélicas no passado, como o famoso fogo grego, que hoje em dia ninguém sabe exatamente como era feito, ou o uso de espelhos para fulminar uma armada em pleno porto, intensificando a luz do sol em escudos. Os chineses e seu taoismo, do qual grande parte de suas conquistas ‘alquímicas’, médicas e parapsicológicas se perderam. Do alegado poder parapsicológico dos monges tibetanos, do qual falava Cyril Hoskins, usando o seu pseudônimo Lobsang Rampa.

Muito se escreveu sobre estes assuntos e outros pseudoarqueológicos, como os livros do italiano Peter Kolosimo e os do suíço Erich von Däniken, o primeiro um jornalista e pesquisador, e o segundo, ladrão e um diagnosticado mitômano (compulsão obsessiva por mentira).

Stonehenge um preferido entre os arqueoastronomos
Alguns dos assuntos que mais me fascinavam eram Stonehenge, a lenda de Atlântida, os continentes perdidos de Mu e Lemúria e, claro, as pirâmides.

O que escrevo a seguir não tem o intuito de ser a única verdade. É apenas a minha verdade, aquilo que entendo como correto. Se alguém tem uma opinião contrária, é livre para fazer comentários ou escrever um artigo, que publicarei sem problema. Mas como dizia...

Alice no Pais das Maravilhas, muitas referências à vida
Todas estas grandes questões enchiam a minha mente e a minha imaginação. Há muito tempo, no entanto, estes conhecimentos saíram da minha seção de Mistérios Verdadeiros e foram para a de Devaneios Infanto-juvenis. Com muita leitura e desprendimento fui entendendo que tudo não passa de uma grande conspiração para se vender milhões de livros a curiosos e crentes fervorosos, de todas as faixas etárias e sociais pelo mundo inteiro. De real só existem os livros. Na verdade descobri que J. K. Rowling, J. R. R. Tolkien, Lewis Carroll e tantos outros autores de fantasia incluíam muito mais fatos em suas histórias, do que todos estes ‘cientistas’ detentores de conhecimentos exotéricos, colocavam de factóides em seus livros de fantasia.
Atena representa uma ciência questionadora

Recentemente resolvi dar uma olhada pela internet e ver o que se tem falado a respeito de alguns destes tópicos. E olha só que coisa interessante, amigos exploradores. Até hoje, a antropologia, a arqueologia, a história, a física e a biologia não conseguiram sequer qualquer prova ou indício de que hajam mistérios maiores por trás de todas estas lendárias teorias. Alguns podem dizer que a ciência é cega a estas proposições, por puro preconceito. Sim, já ouvi muito disso. Mas sempre lembro a estas pessoas que a ciência é cega apenas à fé. Ou seja, um cientista não pode usar fé como argumento ou ferramenta. Tudo deve ser colocado dentro do método e testado exaustivamente até que não restem dúvidas.

Big Bang a grande questão da ciência moderna
Assim como na matemática, dois e dois somados são quatro, em quaisquer condições de temperatura e pressão, todo o resto da ciência opera com estes mesmos postulados. Se algo é verdadeiro terá que o ser sempre, e resistir a todo tipo de teste e comprovação. Caso contrário jamais será aceito como ciência. Se uma proposição não pode ser comprovada, mas existem indícios, torna-se uma hipótese (hipótese do Big Bang), ao ser comprovada transforma-se em teoria (teoria da Relatividade). Aquilo que não consegue se refutar é lei (lei da ação e reação). Daquilo que só existem histórias, é fantasia ou lenda (lenda do santo graal).

Agora vamos ver algumas curiosidades?

Stonehenge, como supostamente teria sido
Stonehenge deve ter sido concluída entre 3.000 e 2.200 a.C e utilizaram-se as chamadas pedras azuis. O local mais próximo para extração destas pedras está a trezentos e sessenta quilômetros de distância, no País de Gales. Os monolitos maiores são as pedras Sarsen e o local de extração mais próximo está a cerca de quarenta quilômetros. A construção ocorreu em etapas e há indícios de que tenha sido iniciada em 8.000 a.C. Existem coincidências astronômicas, e por isso existem hipóteses de que tenha tido utilidade para o entendimento dos períodos de agricultura. Mas também há indícios de possível uso religioso. Não foram encontrados indícios de uso de magia ou tecnologia alienígena, então isso é mera fantasia.

Atlântida ainda mexe com a imaginação
Atlântida, relatada por Platão, foi fantasiosamente explicada por muita gente. Todos venderam livros e ‘documentários’ e estão bem ricos. Até hoje nunca surgiram indícios, sequer, de sua existência. E sem indícios, evidências ou comprovação tudo se torna pura especulação em cima do relato que Platão transcreveu.

Prova de Atlântida no Google Maps? Ruas com 1km de largura?
Em 2009, no entanto, o Google Maps mostrava em seus mapas uma região no fundo do mar, em que haveriam indícios de uma cidade, com ruas e quarteirões. Os ‘pesquisadores’ alegaram que aquilo estava batendo com todas as suas pesquisas e que, portanto, era a prova definitiva da existência de Atlântida. O Google foi rápido e firme em rebater os comentários, informando que tudo não passava de um glitch sensorial (um erro de leitura da análise das imagens dos satélites somadas a varreduras de sonares onde várias imagens são analisadas e utilizadas para obter-se uma foto confiável).

Imagem corrigida nas coordenadas 31 15'15.53N 24 15'30.53W.
Os crentes não ‘engoliram’ esta resposta e alegaram as conhecidas teorias das conspirações. Em fevereiro (2012) o Google fez uma revisão cartográfica e a Atlântida com quarteirões de oito quilômetros virou pequenas vilosidades submarinas iguais a muitas outras que existem. Ainda se parece com uma cidade de ruas gigantes, as larguras e comprimentos são absurdos, mas não é nada excepcional. Para os que apostam em teorias conspiratórias, porém, ela ainda está lá, apenas os dados foram falsificados.

O mundo é muito bonito, e cheio de coisas impressionantes. Mas nunca estamos satisfeitos, precisamos de mais. Harry Potter é um sucesso estrondoso por que nos fala de outro mundo que existe ao nosso lado, com maravilhas a serem descobertas. Mesmo sendo uma fantasia, nos faz querer que sejam reais. Receio que seja por isso que as pessoas acreditam com mais força em atlântidas e no poder das pirâmides do que no pouso da missão Apollo XI na Lua.

Por hoje é só, exploradores...