sexta-feira, 15 de junho de 2012

Splinter of the Mind's Eye

SÉRIE: LITERATURA

por Babi-Wan

A maioria dos fãs de Star Wars conhece a trilogia Thrawn de Timothy Zahn (também conhecida como The Thrawn Omnibus) como sendo as primeiras novels pós trilogia original de Star Wars já publicadas. Mas elas não foram as primeiras novels tie-in. Splinter of the Mind's Eye, de Alan Dean Foster, foi publicado, antes mesmo do Império Contra-Ataca ter sido filmado. Diferentemente da trilogia Thrawn, que relata os fatos em 9 ABY, cinco anos depois de O Retorno do Jedi, a história de Splinter está situada entre o Episódio IV: Uma Nova Esperança e o Episódio V: O Império Contra-Ataca, por volta de 2 ABY. Devido a isso, Splinter of the Mind's Eye é essencialmente a primeira novel do universo expandido.

Tudo se passa entre os episódios IV e V

Trilogia Thrawn, escrita de 1991 a 1993
A história vincula-se a Luke e Leia que estão viajando para Circarpous IV para uma reunião subterrânea rebelde na tentativa de trazer os circarpousianos para a Aliança Rebelde. A nave de Leia tem problemas e eles são forçados a pousar no planeta pantanoso Mimban. Disfarçados de mineiros, eles tentam encontrar um caminho para sair de lá. Em um bar encontram Halla, uma senhora de idade, sensível à Força, que lhes mostra uma lasca de uma pedra brilhante, o cristal Kaiburr. Alegando que o cristal completo poderá ampliar o poder dos portadores da Força, Halla promete ajudar Luke e Leia a sair do planeta caso eles a ajudem a encontrá-lo.

Luke e Leia são capturados pelos imperiais que também estão buscando o cristal Kaiburr. No entanto, se os imperiais encontrarem o cristal primeiro, Darth Vader se tornará muito poderoso para a Aliança Rebelde derrotar. Por isso, Luke precisa encontrar e derrotar Vader, a fim de evitar que o cristal caia em mãos erradas. Sem demora, Halla aparece na janela da cela deles e, uma vez que se dizia mestre da Força, ajuda não só Luke e Leia a escapar, mas também dois yuzzem – que ajudaram matando alguns imperiais enquanto Luke e Leia faziam o caminho de saída.

Também produzida em HQ - 4 volumes de 1995 a 1996 - Dark Horse
Assim, os cinco fazem seu caminho para onde Halla acredita estar o cristal Kaiburr, no templo Pomojema. A partir daqui meia dúzia de coisas acontecem. Dentre elas as mais interessantes são o duelo entre Luke e Vader – isso mesmo, eles travaram um embate antes de O Império Contra-Ataca – e Leia – um ponto maravilhoso sobre ela – que um pouco antes do duelo entre Luke e Vader, quando Luke está preso sob uma coluna, ela decide pegar o lightsaber dele e duelar com Vader por si própria. Óbvio que ela perde horrivelmente, mas ainda sim é sua primeira luta com lightsaber e, até onde lembro, a última por pelo menos quinze ou vinte anos.

Star Wars com o talento de Alan Dean Foster

Alan Dean Foster
Splinter of the Mind's Eye tem uma história interessante: ele foi escrito antes de Star Wars tornar-se muito popular, e sua história poderia ter virado a base para uma sequência, com baixo orçamento, do filme Uma Nova Esperança. A novel foi escrita com o cinema em mente, uma vez que é retratada em um planeta coberto por nevoeiro (para reduzir o custo do cenário) e não possui o personagem Han Solo, já que Harrison Ford ainda não tinha assinado para o próximo filme de Star Wars. Alan Dean Foster foi descreditado por George Lucas de ser co-autor da novelização de Uma Nova Esperança (1976), voltando ao universo expandido vinte e quatro anos depois em The Approaching Storm (2002), uma prequel novel que fornece contexto para a situação política do Episódio II: Ataque dos Clones.

Luke e Leia sozinhos numa aventura
Também existem determinadas inconsistências na história. Nessa época, 1978, C-3PO menciona que Darth Vader sabe “todos os códigos e comandos apropriados” para desligá-lo. No entanto, esta citação só teve uma explicação conveniente no Episódio I: A Ameaça Fantasma (de 1999), onde é revelado que o próprio Vader havia construído C-3PO quando ainda era o jovem Anakin Skywalker. E ainda, o maior problema: o duelo entre Luke e Vader. Apesar de não ter nenhum treinamento formal, a não ser a breve introdução sobre a Força com Obi-Wan, Luke enfrenta Vader com facilidade. Durante esse duelo, ele obtém alguns de seus poderes canalizando o espírito de Obi-Wan. Em contraponto, mesmo tendo iniciado seu treinamento com Yoda no sistema Dagobah, quando Luke encara Vader em O Império Contra-Ataca, ele, claramente, ainda não está preparado e perde sua mão por conta disso. Para explicar essa incoerência, Abel G. Peña - autor que tem escrito artigos de referência a Star Wars para diversos websites - propôs a teoria de que o Darth Vader que Luke enfrentou em Splinter foi apenas uma projeção da Força, e não um adversário de carne e osso. Através dessa teoria explica-se também o fato do lightsaber de Vader ser descrito da cor azul. Um vez que o Lord seria apenas um "holograma".

O prelúdio das inconsistências?

Acredito que as justificativas para as incoerências entre a novel e o resto do universo são um ótimo entretenimento para os fãs, talvez sejam elas que tornem-a tão interessante e valiosa. Mas temos que lembrar que as inconsistências de Splinter of the Mind's Eye não retratam o Star Wars que conhecemos, mas sim o Star Wars que poderia ter sido. Contemple o valor histórico e as possibilidades que ela oferece, aprecie com moderação.

MTFBWY

Splinter of the Mind's Eye: 1978, EUA
Autor: Alan Dean Foster
Editora: Ballantine Books

Nossa avaliação:
Delta-Shield Ouro


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