segunda-feira, 25 de julho de 2011

O fim da saga do mundo bruxo

Poster do filme de 2011

por Fargon Jinn

Há 14 anos o mundo foi surpreendido pelo nascimento de um fenômeno. Um evento único em toda a literatura mundial, em abrangência, dinheiro ou fanatismo. Algo que mudou os formatos e os paradigmas de editoras, autores, tradutores, livrarias e, que por fim, mudou os leitores.

Em julho de 1997 estava sendo encaminhado às livrarias da Inglaterra Harry Potter and the Philosopher's Stone. A autora, então desconhecida, à guisa do grande Arthur Conan Doyle, resolveu escrever por necessidades financeiras. Saída de um divórcio e com uma filha pequena, sentava-se diariamente numa cafeteria e imortalizava, no papel, a história de um bruxinho tímido e atrapalhado que conseguia se meter nas mais terríveis aventuras, colocando-se sempre em risco de vida.

Harry Potter e a Pedra Filosofal chegou ao Brasil em abril de 2000, e imediatamente angariou uma legião de fãs mirins. Estes contaminaram pais, amigos, professores. Assim, como em outros lugares, logo surgiram os clubes e as páginas na internet falando e opinando sobre as peripécias e o destino daquele menino esquálido, de 11 anos, que nos introduzia num mundo de magia, bruxaria, maravilhas jamais imaginadas e terríveis perigos.

J.K.Rowling no lançamento do sétimo livro
Joanne Rowling, conhecida mais tarde por J.K. (Kathleen, nome de sua avó paterna, foi acrescentado ao nome por razões estéticas e comerciais) que imaginou a saga inteira ao fazer uma viagem de trem, provavelmente, não tinha idéia do alcance que estes livros teriam. Em verdade, ela recriou o conceito do amigo imaginário. Melhor ainda, este amigo seria compartilhado com milhões de outras crianças, adolescentes, jovens e adultos pelo mundo afora.

Numa era de comunicações globais instantânea, pudemos presenciar o surgimento de uma nova nação de amplitude global. Se os conceitos para definir uma nação são língua, costumes e etnia. Vemos aqui todos estes elementos nos jovens bruxos do mundo, que falam, agem e se definem como estudantes de Hogwarts, ou de habitantes de Hogsmeade, funcionários do Ministério da Magia e muito, muito mais. A indústria literária, a cinematográfica, passando pelos jogos, brinquedos, vestuários, memorabilia e outras, se regozijou e refestelou com uma pujança que há muito tempo não se via.

Foram sete livros principais e mais três, escritos com fins filantrópicos, que complementam o universo mágico; oito superproduções para o cinema; uma infinidade de jogos para todas as plataformas, para PC ou games on-line.

Capa do jogo de 2001
Tudo acabou...! Acabou?... Como assim?... E dá prá acabar algo desse tamanho? Sinceramente, acho que não. Uma obra como 'O Senhor dos Anéis' já deu seu testemunho negando essa possibilidade. E estamos falando de um autor já falecido. J.K. Rowling ainda está muito viva. E com certeza sua criação passou a ter vida própria. Este é um legado que deverá atravessar gerações e gerações. É algo que entrou para um rol muito pequeno de grandes autores. C.S. Lewis, J.R.R. Tolkien, J.K. Rowling…  ...curioso... todos britânicos... Todos começaram com livros infantis. Todos tem iniciais por primeiros nomes...

Jurandir Filho, do Cinema com Rapadura, citou uma frase que deve dizer muito a muita gente - “Harry Potter só acabou para os trouxas!” – puxa... isso dá um nó na garganta enquanto tentamos segurar as lágrimas.

Poster do filme de 2010
            O oitavo e, muito provavelmente, último filme da saga, fechou com chave de ouro, segundo a crítica especializada. Como seria de se desejar, após tantos anos conduzindo esta juventude que cresceu acompanhando as aventuras e desventuras de Harry Potter e seus amigos. Estes jovens não só acompanharam as histórias, mas cresceram juntos com os heróis. Moldaram-se seguindo um farol de bons exemplos, num mundo inundado pelo pessimismo e conformismo. A obra da Srta. Rowling proporcionou muito mais do que entretenimento. O bom caráter do personagem principal e sua troupe mostrou a muita gente que não precisamos nos dobrar às forças sutis e maliciosas que existem à nossa volta. E que nem sempre o que parece bom e ‘legal’ é, de fato, o melhor caminho.

Fãs em todas as idades
            Conquanto, todo esse séquito, agora órfão, terá que buscar algum lenimento para a dor do abandono. Mas talvez esse não seja um remédio tão difícil de achar. A autora já está elaborando uma espécie de repositório on line, no qual os fãs e curiosos poderão se encontrar, como uma espécie de rede social. Ali poderão suprir suas necessidades de informações e convivência com outros aficcionados, e por vezes com celebridades envolvida em todo processo criativo, desde J.K. até os produtores dos filmes e jogos.

           
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            Talvez, quem sabe, ali possam beber de uma inesgotável fonte de inspiração e, quem sabe um dia, possamos ser agraciados com novas produções, seja literária, seja cinematográfica, de aventuras dos bruxinhos, ou dos muitos possíveis reinos que a obra nos apresentou.

            Com certeza, este não foi um ponto final.

Nossa nota:
Delta-Shield Diamante




4 comentários:

  1. Fargon Jinn,

    pode linkar os desenhos à vontade, basta apenas citar a fonte, numa boa.

    Obrigado pelas palavras gentis. Hemeterio

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  2. A saga no universo Harry Potter ainda vai render muitas histórias e muito dinheiro. E foi genial a jogada da JK de deter os direitos da versão digital dos livros, optando por vender por conta própria e não através de lojas como a Amazon ou iTunes Store.

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  3. É isso mesmo Andrei, valeu, excelente comentário. Tá concorrendo à camiseta, agora só vc se registrar como seguidor do blog. Abraços.

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  4. pois é, HP vai sempre ser lembrado pelos fãs. ainda mais com esse novo site, que os estão mobilizando durante esse começo de mês(31/07-06/08)com uma espécie de quiz que dará o acesso antecipado ao site, que só será aberto publicamente em outubro.

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