quarta-feira, 31 de agosto de 2011

007 – longa vida ao Agente (no cinema parte I)


Esta é a terceira de uma quadrilogia de artigos
 escritos por Fargon Jinn e Fabok


No cinema 007 foi um sucesso explosivo desde o princípio. Quebrando recordes de bilheteria a cada novo filme, levou os roteiristas e diretores a forçar a ação, tornando James Bond um agente infalível e com capacidades acima do humano normal, reunindo inteligência superior, coordenação motora perfeita, memória eidética, leitura dinâmica, entre outras, tornavam-no o espião perfeito. Curiosamente a poliglossia que o personagem possuía nos livros foi esquecida nas telonas. O divisor de águas que influenciou todos os seguintes foi em Goldfinger.
Poster do filme de 1964

A produção de 007 levou os cineastas a buscarem perfeição e espetáculo nos seus mais altos graus de excelência. A cada nova aventura cinematográfica, os fãs eram surpreendidos com bases secretas dentro de montanhas, cidades submarinas e até mesmo batalhas no espaço. O desenho de produção destes filmes até hoje impressiona e os efeitos visuais eram o que se tinha de melhor na época. As seqüências de ação, a maioria realizada ao vivo ou com maquetes, deixa no chão muito CGI de hoje. Steven Spielberg confessou que sua maior frustração, como diretor, foi nunca ter trabalhado num filme de James Bond. Quentin Tarantino não se conforma de não ter sido escolhido para dirigir Cassino Royale. Tem-se aí uma idéia da força do personagem no imaginário da cultura pop.

Grande parte do sucesso também se deve aos intérpretes do espião. Sean Connery de imediato foi lançado ao estrelato. As mulheres suspiravam por ele, e os homens queriam imitá-lo. Ele trouxe ao personagem um cinismo e frieza que marcaram época. Em Goldfinger, sua expressão ao ouvir o nome prá lá de sugestivo da Bond Girl (Pussy Galore) é impagável. Memorável também é a frieza com que ele mata uma espiã em Diamonds are Forever, de ‘71 e que marcou sua saída em definitivo da série.

Poster do filme de 1971
Connery, cansado do personagem, foi substituído pelo australiano George Lazenby em On Her Majesty’s Secret Service, de ‘69. O filme foi um fracasso, Lazenby um ator limitado, não agradou aos fãs e Connery foi chamado de volta a preço de ouro em Diamonds are Forever. Apesar disso, os profundos conhecedores da obra de Fleming alegam que, justamente Lazenby e Timothy Dalton, atores que menos filmes fizeram (Dalton só estrelou dois) é quem realmente desempenharam melhor o papel, pois foram fidedignos ao Bond descrito nos livros.

Adele Fátima
Poster do filme de 1979
Em 73 entra em cena Roger Moore. Um ator com grande experiência na TV e que já havia interpretado Bond num programa de comédia inglês anos antes. O Bond debochado de Moore conquistou os fãs e ele ficou com o papel até 1985. A melhor aventura desta fase é sem dúvida nenhuma The Spy who Loved Me, de ‘77. Um dos momentos marcantes da série acontece aqui quando Bond segura um bandido no alto dum edifício no Cairo apenas pela gravata, prometendo liberá-lo se este cooperar, só para em seguida deixá-lo despencar. Também temos aqui a Lotus submarino, o vilão de dentes de ferro Jaws e a Bond Girl mais bela, a Major Anya Amasova, interpretada pela atriz Barbara Bach.

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Foi com Moore, também, que Bond veio ao Brasil em ‘79 com o filme Moonraker. O agente vai literalmente ao espaço para evitar a destruição de toda a vida na Terra, mas ainda tem tempo destruir um dos bondinhos do Pão de Açúcar e assassinar a geografia de nosso país. Uma perseguição de barco começa no rio Amazonas e termina nas Cataratas do Iguaçú!!!!


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ridley Scott está de volta

por Fabok

Há anos afastado da ficção científica, Ridley Scott volta com força ao gênero. Atualmente trabalhando no misteriosíssimo Prometheus, filme que se situa no universo da série Alien, o diretor se prepara para assumir a continuação de Blade Runner.
Ridley Scott
Scott revolucionou o gênero e o cinema justamente com Alien - O Oitavo Passageiro de 79 e Blade Runner de 82. Dono de um estilo próprio e detalhista ao extremo, o visual ultrarrealista da nave Nostromo de Alien ou a depressiva Los Angeles de 2019 de Blade Runner foram e continuam fontes de inspiração para muitos cineastas.
Charlize Theron
Prometheus pode ser considerado um dos maiores mistérios da indústria do cinema nos últimos anos. A Fox vem mantendo segredo absoluto e controlando a conta gotas as informações sobre filme. Aparentemente se trata do primeiro contato entre um grupo de cientistas da Terra e uma misteriosa espécie alienígena, vista pela primeira vez no filme de 79 quando a tripulação da Nostromo encontra um corpo fossilizado de um gigantesco astronauta que ficou conhecido entre os fãs como Space Jockey. Entretanto, nem isto pode ser confirmado, muito menos se a estória se passa antes ou depois dos eventos da série. O elenco conta com os nomes de Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron, Kate Dickie, Rafe Spall, Logan Marshall-Green, Patrick Wilson, Idris Elba, Sean Harris, Benedict Wong, Emun Elliot, Guy Pearce e Ben Foster.
Cena de 'Alien' (1979) - Space Jockey
A falta de informações é tão grande que já surgiu um site não oficial inteiramente dedicado a descobrir os segredos da produção. Quem estiver curioso aqui vai: http://www.prometheus-movie.com.
Livro de 1968
Muito menos se sabe sobre a continuação de Blade Runner. A Alcon Entertainment, uma empresa do mesmo grupo dos estúdios Warner Brothers comprou os direitos da obra de Philip K. Dick no começo do ano anunciando a intenção de produzir filmes, jogos e até séries de TV. Os fãs logo ficaram preocupados com o que poderia acontecer, até que esta semana foi anunciado que Ridley Scott produzirá e dirigirá um novo Blade Runner. Com a contratação de Scott, a torcida é que Harisson Ford também venha fazer parte do projeto. Não se sabe ainda se a estória é uma sequência ou um prelúdio, mas foi dito que deve ser um filme independente do original (o que quer que isso signifique, amplas possibilidades). Lançamento previsto para 2014.
Cena de 'Blade Runner' (1982)


A volta de Ridley Scott pode significar o ressurgimento do gênero que nos últimos anos vem sofrendo com produções cada vez mais medíocres. Há anos seu retorno à ficção científica é aguardado e as expectativas são altas. Podem me chamar de otimista, mas pessoalmente acredito que estas expectativas serão superadas, quem tiver alguma dúvida é só reassistir algum filme do diretor que definitivamente tem muito mais acertos que erros em sua filmografia.
É só conferir...


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Na era da ovnilogia


por Fargon Jinn

Pois é, estamos revivendo um boom, um reaquecimento de uma infecção crônica. Ovnilogia para alguns, ufology para outros ou, num bom ‘portuglês’, ufologia. São sinônimos de uma pseudociência que habita os livros, as estatísticas, os jornais e, no momento, o cinema.
Grupo local, onde está a Via Láctea

A questão aqui não é a existência ou não seres alienígenas. Por que se não houver... Como diria Carl Sagan “Mas que desperdício de espaço!!!”.
Então as dúvidas passam a ser: Eles chegaram até aqui? Se chegaram, continuam aqui, ou já foram embora? Como chegaram? Como nos localizaram? Nos estudam? Como nos estudam?
Aí é que ‘a porca torce o rabo’.
Pessoalmente penso que se houver uma espécie inteligente, com avanço social e tecnológico para terem sobrevividos a si mesmos, a todos os cataclismos e ainda não evoluíram para algo mais etéreo; possuem um espírito aventureiro e explorador; que não sejam belicistas; e, por fim, possuem recursos suficientes para transladar distâncias absurdas. Então eles deveriam estar se dedicando a descobrir sobre as origens e o destino da vida e como sobreviver à maior de todas as catástrofes: O fim deste universo.
OVNI creditado à Área 51
Mas se assim mesmo eles querem estudar sobre a vida em outros lugares? Tudo bem. Então vamos analisar sobre esse aspecto.
Eles são tão avançados que já catalogaram todos os planetas capazes de manter vida superior, na Via Láctea. Eles mandaram sondas para verificar as condições de cada planeta. As sondas viajam em velocidades sub-luz ou ultra-luz? Se for sub-luz, deverão levar vários milhões de anos para fazer tais observações. Se for ultra-luz, o que será mais que eles podem fazer?

Viagem no tempo? Deslocamentos transdimensionais? Superaram as limitações da física de partículas, e conseguem se teleportar e gerar matéria a partir da energia? A energia não é mais um fator de limitação? Manipulam o tecido da realidade?

Tem alguém aí? (cena de O Iluminado)
Ainda tem algum leitor nesta altura do texto?

Tem?!

Deixe-me lhes fazer um lembrete: Agendar uma consulta com um psicoterapeuta o mais rápido possível.

Alguém pode me dizer o que é que seres com a capacidade destes caras, iriam querer fazer aqui neste planetinha de merda?
Transar com as nossas mulheres? Pfffuu!
Estudar nosso ADN (odeio esse lance de dizer DNA), para gerar um híbrido? Nããa!
Cena de 'V' (2009)
Roubar água...
Se abastecer de carne...
Chupar nosso sangue...
Nos escravizar...
Destruir tudo por que são xenófobos...
Querem nos ensinar sobre a vida, o universo e tudo o mais? Bah! 42 na cabeça!
Ocupar o nosso planetinha, por que são preguiçosos e destruíram tudo por onde passaram... manda o Greenpeace prá cima deles que os caras se matam de tédio.


Mas... vamos pensar em algo diferente... Que tal uma civilização evoluída suficientemente para abandonar o seu planeta natal.

Por que fazer isso?
Muito simples!
Pense quantas vezes a vida no nosso planeta teve que recomeçar a partir de situações extremas. A mais famosa de todas – a extinção dos dinossauros. Mas várias vezes coisas assim ameaçaram a vida. Desde choques de meteoros gigantes até eras glaciais, enchentes (dilúvio?) e secas. Nós sempre estamos vivendo um jogo de loteria cósmica, onde nossas probabilidades são mínimas.


Concepção do impacto de um meteoro
Então uma espécie que se cansou de ser alvo de cometas, se lança definitivamente ao espaço, criando colônias em estações gigantescas. E, uma vez que você já está no espaço, por que não sair em busca de novos lugares? Mais ou menos como a família Schürmann. Eles vivem num mundo ideal, totalmente controlado, podem criar ambientes ‘naturais’ para lembrar da vida no planeta, com oceanos, desertos, florestas, montanhas, vilas, enfim o que for necessário para que a vida seja maravilhosa. Estabelecem uma rota que cruze os sistemas estelares com maior possibilidade de possuir vida inteligente e, partem.

Concepção de comunidade espacial
Viajam a velocidades quase relativísticas, algo como um ou dois décimos da velocidade da luz, e assim em alguns séculos eles chegam a um novo planeta com uma civilização. Durante sua aproximação eles os estudam, mas não interferem. Afinal, lidar com uma cultura totalmente diferente da sua pode ser um desastre absoluto.


A comunicação será virtualmente impossível. Alguns usarão sinais táteis para trocar experiências, outros a luz, outros serão mímicos, outros se comunicarão com ultrassons. Como decifrar tudo isso e ainda as minúcias culturais que tornam as ações e reações algo lógico? Talvez até consigam.

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Mas ética pode ser um conceito que eles nunca desenvolveram plenamente, e resolvem que precisam testar se sua capacidade de comunicação com esta espécie é efetiva. Então eles constroem autômatos que copiam perfeitamente esta nova espécie e abduzem algumas pessoas, tentam se comunicar com elas. Falham miseravelmente. Drogam-nas para que suas memórias fiquem comprometidas, as marcam com algum chip discreto, para poderem acompanhar por algum tempo suas vidas. Seguem neste processo até que sua colônia esteja tão distante que já não é mais possível nenhum procedimento. Então eles passarão outros séculos compilando e decifrando os trilhões de yottabytes que acumularam de informações, produzirão milhões de teorias enquanto se preparam para o próximo contato.

...nisso eu acredito...


Konstantin Tsiolkovsky disse certa vez “A Terra é o berço da humanidade, mas o homem não viverá para sempre em seu berço”. Nesse caso, podemos dizer:
“A verdade está lá fora!”

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Está no ar o Áudio-Fanzine Relatório da Situação

          Pois é amigos exploradores, está no ar a nossa mais nova publicação, o Relatório da Situação em formato Áudio-Fanzine.

          A partir de hoje basta clicar na aba Áudio-Fanzine acima, ou ir direto ao endereço http://audiofanzine.blogspot.com, a periodicidade é mensal, mas poderá haver mais de um programa por mês, quando o assunto se estender muito.

         Amigos, comentem, digam suas opiniões sinceras e nos ajude a crescer com as suas dicas e sugestões.

         Divirtam-se com as trapalhadas de nossas vidas nerdianas.
         Grande abraço de todos que fazem o Relatório da Situação.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A obra de Ian Fleming – e seus derivados


Esta é a segunda de uma quadrilogia de artigos
 escritos por Fargon Jinn e Fabok

            Sir Ian Fleming escreveu quatorze livros com as histórias de James Bond, entre 1953 e 1964, ano de sua morte. Estes livros, no entanto geraram filmes para cinema e TV, jogos, brinquedos, memorabilias, e mais livros.
            Quatorze publicações originais:
·       1953 – Cassino Royale
·       1960 – Apenas Para seus Olhos
·       1954 – Viva e Deixe Morrer
·       1961 – Thunderball
·       1955 – Moonraker
·       1962 – O Espião que Me Amava
·       1956 – Os Diamantes são Eternos
·       1963 – A Serviço Secreto de Sua Majestade
·       1957 – Moscou contra 007
·       1964 – You Only Live Twice
·       1958 – 007 Contra o Satânico Dr. No
·       1965 – O Homem Com o Revolver de Ouro
·       1959 – Goldfinger
·       1966 – Octopussy and The Living Daylights

Vinte e cinco obras autorizadas.
Após a morte de Ian, Kingsley Amis escreveu Colonel Sun em 1968; John Pearson publicou James Bond: The Authorised Biography of 007; durante as décadas de 80 e 90, John Edmund Gardner produziu quatorze livros; e Raymond Benson mais nove títulos. A última obra autorizada pela família de Fleming foi de Sebastian Faulks, A Essência do Mal, que comemorou o centenário de nascimento de Ian Fleming, em 2008.
            Foram vinte e duas produções para o cinema:
·       1962 – Dr. No
·       1981 – For Your Eyes Only
·       1963 – From Russia With Love
·       1983 – Octopussy
·       1964 – Goldfinger
·       1985 – AView to a Kill
·       1965 – Thunderball Os Diamantes são Eternos
·       1987 – The Living Daylights
·       1967 – You Only Live Twice
·       1989 – Licence to Kill
·       1969 – On Her Majesty’s Secret Service
·       1995 – GoldenEye
·       1971 – Diamonds Are Forever
·       1997 – Tomorrow Never Dies
·       1973 – Live and Let Die
·       1999 – The World Is Not Enough
·       1974 – The Man with the Golden Gun
·       2002 – Die Another Day
·       1977 – The Spy Who Loved Me
·       2006 – Cassino Royale
·       1979 – Moonraker
·       2008 – Quantum of Solace
Está previsto para 2012 Bond 23.
Seis foram os atores selecionados para interpretar o espião mais famoso do mundo:
·       Sean Connery 1962 a 67, 71 e 83*
·       Timothy Dalton 1987 e 89
·       George Lazenby 1969
·       Pierce Brosnan 1995 a 2002
·       Roger Moore 1973 a 85
·       Daniel Craig 2006 até o presente
*Sean Connery estrelou o filme não oficial de 1983 – Never Say Never Again.
James Bond - Lego
Aliado a estas mídias ainda vieram os jogos, começando com o Commodore 64, Atari, passando pela Nintendo e, terminando na Eletronics Arts que produziu jogos para todas as plataformas mais importantes. Mais recentemente a Activision é quem vem produzindo os jogos para a franquia.
Temos que admitir que tivemos pouco contato com os livros de Ian Fleming. Nos tornamos fãs da série através do cinema, e em reprises na televisão.
Gadget - isqueiro-câmera fotográfica

Os filmes se distanciam e muito das obras literárias originais e algumas vezes os roteiristas utilizaram partes de vários livros em um único filme. O interessante é que os primeiros são bem mais "reais", se é que se pode chamá-los assim do que o que estamos acostumados nas aventuras de Bond.


Beretta 950B .22 - short


O Autor sempre buscou exagerar no charm do personagem e no padrão de vilania dos criminosos, mas a ação, a investigação e até os equipamentos tinham sempre um tom de realismo. Um pouco de sorte no jogo e até na obtenção de informações contribuíam para o fechamento da trama, dando sempre um toque de humanidade a Bond. As únicas coisas que elevavam o Agente a um nível de divindade eram a mira absolutamente impecável no uso de sua Beretta 950B calibre .22 de cano curto (sua arma preferida, na literatura), e o sucesso com as mulheres.