Esta
é a primeira de uma quadrilogia de artigos
escritos por Fargon Jinn e Fabok
Capas dos livros de Fleming |
Em
1953, Ian Fleming criou um personagem que daria ao mundo um formato para o
então obscuro mundo da espionagem.
Vivendo
no pós-guerra e em plena guerra fria, o mundo experimentava o temor de um novo
conflito. A situação, aos olhos dos homens comuns, beirava o desespero, num
mundo no qual a energia nuclear poderia vir a ser usada sem escrúpulos.
Segredos
de Estado estavam ameaçados em qualquer país. Termos como espionagem, contra-informação
e agentes duplos, faziam parte do vernáculo dos tablóides e eram explorados
pelos governantes para justificarem despesas em relação aos mecanismos de
defesa, e ataques políticos contra pessoas ou nações.
Fleming
foi um ex-agente do Serviço Secreto de Inteligência (SIS) ou MI6 (Military
Intelligence section 6). Inspirando-se na vida de um agente duplo, o iugoslavo
Dusko Popov, resolveu escrever um romance sobre espionagem, na qual haveria um glamour envolvendo a vida e o trabalho
do agente secreto britânico James Bond e
seus inimigos. O autor baseou-se no ornitólogo autor do livro Birds
of the West Indies, para batizar o
seu personagem.
Curiosamente, a denominação de agente ‘secreto’, foi
sempre absurda no caso de Bond. Apenas as pessoas comuns não tinham
conhecimento das atividades dos agentes naquele universo. Todos os demais
envolvidos nos serviços de inteligência e espionagens tinham fichas completas
de todos os agentes de campo, com informações que iam desde habilidades
especiais, aparências, históricos, preferências, vícios mais incomuns e pontos
fracos.
O
espião recebia o chamado para dirigir-se ao MI6, e já estava sendo caçado pelos
inimigos, por uma missão em que poderia ou não ser designado.
Ian Fleming |
007 é o código de James
Bond, os dois zeros na frente do sete lhe garante o poder de matar, sem ser
levado a julgamento. Um poder que nem juízes ou reis recebem. Mas este agente
poderia decidir, baseado no seu ponto de vista, em que momento uma pessoa
poderia ser assassinada.
Qual
ser humano não trocaria de vida num piscar de olhos com uma pessoa com aquelas
referências. Os agentes mais parecem saídos de agências de modelos masculinos.
As mulheres sempre extremamente sedutoras, com corpos exuberantes e roupas
absurdamente sexys e caras. Todos
possuem recursos financeiros inesgotáveis, podem gozar de luxos obscenos em
qualquer lugar do mundo. Os carros são extremamente chamativos e cheios de
trucagens de todos os tipos, desde uma simples troca de placas automática, até a
transformação em submarinos ou aviões. Os relógios, jóias e os ternos ou os
vestidos sempre representam grifes de renome internacional.
Mas
o melhor de tudo são os vilões. Estes é que realmente trabalham em sincronia
para engrandecer tudo o que o agente Bond faz. Não são criminosos comuns, em
geral eles planejam a dominação mundial, ou até mesmo o extermínio da população
global. São geniais e muito ricos. Poderosos e influentes, curiosamente são
desconhecidos por todos os envolvidos na investigação. Suas atividades passam
despercebidas pelos serviços de inteligência dos países mais poderosos, e
geralmente só acabam sendo detectados por um incidente pueril.
Mas
o melhor destes nêmesis é a capacidade de síntese de todo o seu plano malévolo.
E eles sempre resolvem exercer este dom após capturarem o nosso herói,
prendendo-o a uma máquina que o matará dentro de um certo intervalo de tempo.
Então todo o seu plano é revelado ao espião, que após sua fuga da morte ‘certa’
terá todas as informações necessárias para frustrar a maquinação do bandido
asqueroso que, em geral, acaba assassinado pelo agente, ou morto por um rebote
de sua própria maldade.
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