sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O pouso do homem na Lua é o momento de maior carinho na história da NASA


por Fargon Jinn
Neil Armstrong, MIchael Collins e Edwin 'Buzz' Aldrin
           
             Trinta e dois anos atrás o homem pousou na Lua. Há um mês atrás encerrou-se  mais um capítulo nesta saga de mais de seis décadas, com o fim das missões do Space Shuttle.
            Em 29 de julho de 1958, em plena guerra fria, nascia o instrumento governamental norte-americano que desempenharia um papel sem igual na história da humanidade. Substituindo a NACA, um comitê criado um ano antes, a NASA surge com o objetivo de elaborar um estudo e projetos de longo prazo sobre a exploração e o uso civis do ambiente extra-terrestre.
            Assustados com o lançamento do Sputnik o congresso e público pediam medidas urgentes. Mas, um pouco antes, neste mesmo ano, Eisenhower havia criado um projeto para desenvolvimento de tecnologias secretas chamado ARPA, com intuito de desenvolver mísseis balísticos e aplicações militares para o espaço. A NASA viria com o intuito de desenvolver tecnologias de visibilidade pública, para competir na guerra de propaganda política perante o resto do mundo.
Armbadge padrão do pessoal da NASA
            Durante algum tempo, tecnologias e pessoal, dentre eles Wernher Von Braun e seus foguestes Jupiter-C, foram permutados, entre os dois órgãos (NASA e ARPA) com o intuito de dar uma resposta ao sucesso soviético. Foi a partir de 61, com Kennedy, que a nação americana decidiu-se por um caminho arriscado e glorioso. Iriam dentro de dez anos levar um ser humano, em segurança, à superfície da Lua, e trazê-lo de volta.
            Hoje a NASA coleciona um histórico impressionante de sucessos e fracassos. Muito mais sucessos do que fracassos, que fique claro.
            Esta agência sozinha é responsável por seis programas tripulados: Mercury; Gemini; Apollo; Skylab; Space Shuttle (onibus espacial); International Space Station “ISS” (estação espacial internacional). Por mais de quinze projetos não tripulados de sondas espaciais e planetárias: Mariner; Pioneer; Voyager; Viking; Helios; Hubble Space Telescope; Magellan; Galileu; Mars Global Surveyor; Discovery; Mars Exploration Rovers; New Horizons; Kepler Space Telescope; LCROSS; Centaur; LRO; etc.
            Mas de todo este corolário de glória, existe um ponto muito sensível a todo pessoal que compõe seus quadros. O momento de maior realização, alegria e bravura, é tido por alguns como um embuste, uma mentira, uma conspiração contra o povo americano e a humanidade.
            Alan Shepard descreve em seu livro “Moon Shot” esta aventura de uma forma branda e terna, da qual emprestamos o trecho a seguir:
            [tradução própria]
Livro de 1988
           “Neil Armstrong parado na soleira do módulo lunar deu uma passada para trás. Ele estava se dirigindo para um lugar onde nenhum ser humano jamais foi: A superfície de um mundo desprovido de vida, uma superfície com crateras e poeira sem fim – um mundo alienígena contendo os escombros do eterno bombardeio cósmico.
            Ele parecia estranhamente confortável. Seus pés calçados em botas astronáuticas tocavam os degraus da escada com confiança, enquanto bilhões na Terra, distante, olhavam fixamente, em seus televisores, para uma figura fantasmagórica num traje espacial, movendo-se lenta e seguramente escada a baixo.
            Subitamente lá estava ele.
            Bilhões testemunharam quando Neil tocou a superfície lunar.
            Touchdown.
            Seu pé esquerdo pressionou com força sobre uma superfície finamente granulada às 22h56 no horário da costa leste americana, em 20 de julho de 1969.
            Este pequeno passo para um homem, é um salto gigantesco para a humanidade! - disse Neil lentamente conforme olhava para baixo, estudando o solo abaixo de suas botas - A superfície é fina e pulverosa! - ele reportou para um mundo fascinado - Ela adere em finas camadas, como pó de carvão, à sola e laterais das minhas botas. Eu apenas afundei uma fração de polegada, talvez uns 3 milímetros, mas posso ver as marcas das minhas botas em detalhes nestas partículas de areia.”

Pegada de Armstrong
            Neil não sabia naquela hora, mas foi esta pegada de tão alta definição que físicos de 'fim-de-semana' ofereceriam como “a prova” de que a caminhada na lua foi uma farsa.
            A humanidade preferiria pensar o pior de si mesma do que o melhor.
            Os 'céticos' clamaram que Neil e Buzz apenas deixariam marcas, tão definidas, em solo úmido. Mas um acurado exame do solo lunar trazido de volta à Terra, mostrou areia virgem. Os grãos ainda tinham suas bordas escarpadas. Eles não foram rolados pelos ventos e erosão da atmosfera terrestre. No vácuo, suas bordas afiadas se encaixam uns nos outros deixando uma superfície tão suave quanto areia úmida nas praias.
            “Onde estavam as estrelas?” os céticos perguntaram. As câmeras da NASA enviadas à Lua tinham que trabalhar com curta exposição para captar a brilhante superfície lunar e os astronautas em seus trajes espaciais. As estrelas, tão facilmente vistas por Armstrong e Aldrin, ficaram muito fracas e subexpostas, igual às que, hoje, são obtidas durante as missões do Space Shuttle ou na ISS.
            “Por que o foguete de descida não cavou uma cratera no solo lunar?” a resposta é simples: Se um helicóptero não deixa marcas ao pousar num solo arenoso, o foguete de frenagem do módulo lunar, que tem menor potência de empuxo do que um helicóptero leve, jamais poderia produzir tais marcas. É apenas um jato de gases com dispersão. Se na nossa gravidade um helicóptero não deixa marcas para pousar ou levantar voo, por que o faria o jato do estágio de descida, no solo lunar? Todas as missões posteriores mostraram que também não foram produzidas tais crateras, por que a Apollo XI deveria ser única missão que geraria tal efeito?
Armbadge da missão Apollo XI
           Os astronautas tiveram dificuldades em fixar a bandeira no solo lunar. O solo logo abaixo da areia é mais rígido, a ponto de ter sido necessário bater para que o suporte conseguisse ficar meramente em pé. A haste utilizada era leve e muito flexível. Obviamente, sem a resistência do ar, ela oscilou por mais tempo que normalmente oscilaria na atmosfera terrestre. Os movimentos da bandeira foram posteriormente reproduzidos no programa Mithbusters do Discovey Channel e na câmara de vácuo do Centro de Voo Espacial Marshall, em Huntsville, Alabama, o resultado confirmou o mesmo tipo de oscilação vista durante a missão de Armstrong
            Aldrin ainda depositou, no solo lunar, um espelho multifacetado, com o propósito de se fazer a medição da distância Terra-Lua através da reflexão de lasers. Este instrumento começou a ser utilizado minutos após a sua instalação, por universidades e observatórios no mundo inteiro. Este equipamento não poderia ser depositado automaticamente, foi preciso vários minutos em contato com Houston até que os ajustes precisos fossem concluídos. São aferições feitas através de parafusos com precisão micrométrica. Se a tripulação da Apollo XI não fez aquilo, naquele dia, quem é que estava fazendo? Este espelho ainda hoje é utilizado.
Foto do LRO - 2009
            Precisou quatro décadas, mas, finalmente, os apelativos protestos silenciaram. O LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter) enviou fotos do local de pouso de seis missões, inclusive da missão Apollo XI no Mar da Tranquilidade. A prova é definitiva. Contudo, por incrível que pareça, todos os dias ainda surgem conjecturações geniais, 'provando' por qualquer que seja a ideossincrasia, que os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin, juntamente com 44.000 funcionários, técnicos e cientistas da NASA, acrescido de duas nações inimigas (China e a antiga URSS), compactuaram para a maior mentira da história da humanidade.
            I rest my case, your highness...

2 comentários:

  1. Pois é Fargon, a ida à Lua é um acontecimento tão poderoso que muitos têm dificuldade de acreditar. Sim, há mais de 40 anos chegamos lá, simplesmente porque o Espírito Humano é indomável!

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  2. Com certeza Fabok, e negar esta realização é a grande depreciação deste Espírito Humano. Acredito até que quem faz isso reflete a sua sensação de incapacidade nos outros, na humanidade inteira. Grato pelo comentário.
    Fargon Jinn

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