por
Fargon Jinn
De todos
os 100 bilhões de seres humanos que já viveram, nenhum já viveu
permanentemente sob o mar. Enquanto nós temos a tecnologia para
colonizar este vasto domínio tridimensional há mais de meio século,
este permanece vazio de entrepostos, colônias ou cidades – ou
mesmo um único habitante que seja. Enquanto este imenso território
cobre quase três quartos do globo, ninguém jamais foi até lá para
ficar.
Dennis
Chamberland relata, em seu livro “Undersea Colony” (Colônia
Submarina – tradução livre, visto que não há versão em
português) a história desta exploração desde suas primeiras
tentativas em 1962 (num experimento de vinte quatro horas sob o
oceano), até os dias atuais. Surpreendentemente, esta cuidadosa
coletânea dos registros históricos da penetração do homem no
oceano, revela inícios mal conduzidos, incompreensão da capacidade
humana de adaptação e, eventualmente, o grande abandono deste
objetivo. Ainda, em seu livro, ele revela os projetos visionários
para os pioneiros deste século, onde colonos e famílias serão os
primeiros habitantes de Aquatica, a primeira cidade submarina.
Concepção do submarino da Virgin Oceanic |
Por outro
lado, temos as primeiras conquistas da iniciativa privada, com Sir
Richard Branson. Fundador do Virgin Group, depois de bater
recordes em balões, vencer o X
Prize com o seu Spaceship One,
produzido por sua empresa, Virgin
Galactic (que irá disponibilizar
para a próxima década as primeiras viagens comerciais do homem ao
espaço), chega agora com a Virgin
Oceanic, empresa que utilizará submarinos
para três pessoas que poderão chegar a três quilômetros de
profundidade.
A NASA
também vislumbra as profundezas como um meio de se chegar a Marte. O
lago Pavilion, na Colúmbia Britânica (estado canadense), surge como
lar de um mistério biológico. Estruturas similares a corais,
formadas por depósitos de bactérias, conhecidas como microbialites
formaram o fundo do leito deste lago canadense. O incomum é que,
provavelmente é a única ocorrência que existe, deste tipo, em água
doce. Mas o mais incomum é o motivo de astronautas estarem
explorando o fundo deste lago. A Lua não tem lagos e os de marte, se
algum dia existiram, não está na pauta de exploração da NASA. Mas
o verdadeiro motivo reside na logística empregada neste tipo de
operação. É um processo muito semelhante aos métodos
exploratórios que seriam utilizados em outros planetas.
A
humanidade, depois de ir buscar respostas fora de nossa atmosfera,
descobre que podemos aprender muito ainda a respeito do universo,
aqui mesmo, nas profundezas do nosso planeta.
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