segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Os Três Mosqueteiros

Milla Jovovich dá, novamente, o ar mesmerizante de sua graça nesta nova adaptação para o cinema.



por Fagon Jinn

Este clássico de Alexandre Dumas, publicado em 1844, já produziu vinte e cinco versões filmadas, uma delas para a TV, foram sete sequências, sete versões de animação e sete minisséries. Deixamos de lado as montagens teatrais, quadrinizações e jogos eletrônicos.


Desde o cinema mudo, até este último realizado em 3D, com a tecnologia RealD (mesma de Avatar – 2009), tivemos todo tipo de variação. Foram sete produções francesas, uma comédia mexicana, um musical soviético, um com base no estilo dos filmes de ação asiáticos, um nos trás Gene Kelly e Lana Turner. O primeiro, que estreou em 1903, quase nada se sabe sobre ele. Daí por diante tivemos de tudo, em 1921 foram duas estréias num mesmo ano, outros tiveram intervalos de dois ou três anos entre eles. Mas, com certeza, é um dos títulos mais recorrentes em Hollywood.

Poster oficial
Estreou no Brasil sua última versão. Espetacular. O enredo conseguiu inovar e nos trás muitas novidades. De imediato descobrimos que os mosqueteiros não são apenas a guarda real, mas uma espécie de precursores do MI6 ou da CIA. Leonardo Da Vince dá sua contribuição à trama para justificar a motivação steampunk. A história é ativa, cativante, engraçada e diverte muito bem. E para completar, o 3D é algo de fenomenal. Quem tiver a oportunidade de ver no cinema ou numa TV com esta tecnologia poderá atestar o bom uso deste recurso. Não é apenas profundidade, e não abusa da brincadeira de lançar objetos na cara do espectador. Tem horas que o público se sente sufocar com a poeira e a fumaça, em outras você tem impulsos de virar a cabeça para os lados tentando seguir um objeto que parece saltar da tela. Mas, o mais interessante é que o uso do 3D é relevante para a narrativa. Não quer dizer que se for vista em projeção normal perde-se o contexto, mas sem dúvida tira-se a beleza de muitas tomadas que só são impressionantes por causa da tridimensionalidade.

Quatro Mosqueteiros?
O elenco é muito bom. Logan Lerman (Percy Jackson – 2010) está muito bem como D’Artagnan, Matthew Macfadyen (Sheriff de Nottinghan em Robin Hood - 2010) e sua impressionante voz fazem um excelente Athos, Ray Stevenson (Titus Pullo em Roma da HBO) impõe-se como Porthos e, para completar o trio ou quarteto, Luke Evans (Apolo em Fúria de Titãns – 2010) que dá o refinamento ao grupo. Milla Jovovich desta vez faz uma deliciosa vilã. E, para completar o desfile de famosos, Orlando Bloom (Legolas em O Senhor dos Anéis – 2001) vem no papel do Duque de Buckingham.

A produção teve um custo US$90.000.000,00, mas, em dois meses fechou uma arrecadação de US$73.200.000,00. Com o tempo devido a arrecadação deverá custear e gerar renda suficiente para fazer alguém até pensar numa sequência, mas até agora o público em geral não se interessou em ver esta vigésima quinta versão cinematográfica. Uma pena que o preconceito e uma divulgação errada tenha tirado o brilho deste espetáculo feito, com certeza, com muito carinho.

MIlla e Paul Anderson
O diretor Paul W. S. Anderson, não é um dos meus favoritos, aliás, do que ele fez até agora nada me impressionou, em seu currículo vemos coisas como Mortal Kombat (1995), Event Horizon (1997), toda a franquia Resident Evil e Alien vs Predator (2004), ou seja, nada convidativo, no meu entender. Mas uma coisa que pouco vejo me conquistou: o trailler. Nunca assisto aos teasers e traillers, no cinema ou na net. Mas quando não estou interessado num filme, aí assisto, sem problema. Este me chamou à atenção. Resolvi assistir, fomos eu e minha filha, adoramos a cada tomada, desde a abertura. Foram muitos ahs e ohs. Nossos e do público. Uma surpresa realmente. E para ajudar, o som da sala 8 do UCI, no Shopping Iguatemi Fortaleza, bem como a projeção estão no pique da forma. Então foi isso, uma conjuntura de fatores que nos permitiu uma noite de diversão e muita conversa sobre os detalhes e sobre esta obra de Dumas.

Nossa avaliação: 
Delta-Shield Ouro

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Gigantes de Aço

por Fargon Jinn

Primeira cena de impacto arrebata o espectador
Uma garotinha pergunta a Charlie – Aqui é que fica o Ambush?
E Charlie responde – Sim, Ambush está aqui! Aguarde um momento!
Em seguida um monstro maciço de aço oxidado e cheio de mossas se ergue com agilidade e começa a andar dentro do caminhão em direção ao grupo de meninas que aguardam na porta da carroceria.

Cartaz do filme com Ambush
Esta cena define o visual que teremos no filme. É realmente impressionante. Nada poderia ter me preparado para o que vi naquele momento. A realidade do que estava na tela me chocava. “Existem robôs gigantes. Existem de verdade!” Na minha mente não havia outro pensamento. O filme deixa esta sensação de que estas máquinas são verdadeiras. Não é possível para os nossos cérebros admitirem que aquelas cenas são animações em CGI e animatronics.

Por outro lado temos uma perfeita coleção de clichês. Praticamente não existe um diálogo que nos pegue desprevenidos. A cada fala, prevemos a seguinte. Os roteiristas John Gatins (direção de Dreamer: Ispired by a True Story - 2005) e Sheldon Turner (roteirista de O Massacre da Serra Elétrica - 2006 e X-Men: First Class - 2011) não conseguiram inovar em absolutamente nada. Uma pena, perderam uma excelente oportunidade.

Diretor Shawn Levy
Já o diretor Shawn Levy (Doze é Demais - 2003 e A Pantera Cor de Rosa - 2006) fez um excelente trabalho. O filme todo homenageia, sem ser piegas, Rocky Balboa e, por tabela, Silvester “Sly” Stalone em todos os seus filmes. As lutas são repetições do que tivemos de Rocky: Um Lutador até Rocky Balboa. As tomadas são extremamente bem coreografadas e absolutamente reais.

No desenvolvimento do drama, voltamos aqui aos clichês. Incrível como a Indústria não sabe mais fazer, ou tem medo, de dramas originais. Nunca mais se viu um Uma Linda Mulher (1990), Ghost: do Outro Lado da Vida (1990) ou Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004). Os relacionamentos, os conflitos e os desenvolvimentos de personagens estão plastificados e classificados. Os produtores, diretores e roteiristas não se arriscam mais, ou perderam a mão em meio a tantos remakes, reboots, sequels e prequels.

Dakota Goyo como Max Kenton
A revelação é o garotinho Dakota Goyo. Vamos torcer para que ele não acabe como tantos outros talentos infantis de Hollywood, alcoólatras e viciados em drogas, sem emprego e sem carreira. Mas aí vai uma ressalva ao papel desempenhado pelo guri: fizeram uma criança que não age como criança, mais sensata e inteligente que seu pai (Hugh Jackman) e a maioria dos adultos que conheço. Deveriam criar crianças que agem como crianças e não adultos mirins ou mestres zen. Isso já cansou.

Os cenários, a fotografia, os trabalhos de câmera, de som e edição também estão impecáveis. A trilha sonora de Danny Elfman está muito diferente de seu estilo normal mas não deixa a desejar.

O filme é baseado num conto de 1956, chamado Steel, de Richard Matheson (Eu Sou a Lenda - 1971/2007, O Incrível Homem que Encolheu - 1957, Em Algum Lugar do Passado – 1980, Jornada nas Estrelas: A Série Original – O Inimigo Interior – 1967, Kolchak e os Demônios da Noite – 1972, entre muuuuiiiito mais). Já houve um episódio de Além da Imaginação (1963), com o mesmo nome, que dramatizou esta narrativa. Shawn Levy e Spielberg (produtor executivo) resolveram retratar marcos simbólicos nostálgicos dos anos 50, como as feiras rurais, as feiras estatais, as lutas clandestinas, e todo o contexto e o visual do estilo conhecido como Americana. Desde o caminhão dirigido por Charlie até o figurino nos sentimos em casa, não tem nada de estranho, distópico ou que nos lance num futuro incerto. A história acontece em 2020, e todo o referencial é bem realista, contribuindo para a sensação de que tudo ali é verdadeiro e faz sentido.

O ator se vê como o personagem numa tela, enquanto o interpreta.
Os efeitos visuais foram desenvolvidos pela Legacy Effects (empresa do falecido Stan Winston – Terminator, Jurassic Park, Aliens, Predator, etc) sob o comando de Jason Matthews. Foram utilizadas as mesmas técnicas desenvolvidas para Avatar (2009), conhecida como Simulcam. E para as cenas estáticas, vinte e seis robôs em animatronics foram desenvolvidos para contracenarem com os astros. O resultado é no mínimo espetacular e no máximo completamente real.

Em suma, o filme é divertido, interessante, a narrativa flui com tranquilidade, quando o espectador se dá conta estamos nos créditos finais. Para quem conhece os filmes de Rocky não deixará de fazer as pontes, desde alguns diálogos até as cenas de box. Outras referências podem ser encontradas que remetem a filmes com temática semelhante, como Falcão – O Campeão dos Campeões (1987) e O Campeão (1979) de Franco Zefirelli.

Não percam Real Steel 2 - com novos e impressionantes FX
Por fim a DreamWork já anunciou que estão prontos para uma sequência. Estão aguardando o resultado da arrecadação e, conforme for, Gigantes de Aço 2 terá sinal verde. Hugh Jackman e Dakota Goyo já ficam confirmados para a segunda parte, mas será necessário encontrar um espaço na apertada agenda de Hugh, que para os próximos anos já está tomada.

Gigantes de Aço (Real Steel): 2011, EUA
Direção: Shawn Levy
Roteiro: John Gatins e Sheldon Turner
Elenco: Hugh Jackman, Dakota Goyo, Kevin Durand e Evangeline Lilly

Nossa avaliação:
Delta Shield-Ouro

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Enterprise (parte I) - As séries modernas de Jornada (parte IV)

por Fabok

Com o final de Voyager no horizonte, Rick Berman anunciou mais um spin off da Franquia. Desta vez teríamos um prequel situado cerca de 100 anos antes da Série Original. Os fãs logo ficaram desconfiados. Prequel 100 anos antes? Ainda por cima numa nave chamada Enterprise e com uma primeira oficial vulcana? Tudo ia de encontro com o que fora estabelecido pelo canon. Afinal a NCC 1701 era considerada a primeira Enterprise da Frota Estelar e Spock o primeiro vulcano a servir na instituição.

Scott Bakula como Capitão Archer
Com os índices de audiência do canal UPN cada vez mais baixos, a Paramount resolveu arriscar, já que na época passávamos pelo boom dos prelúdios, iniciado por Star Wars em 1999. Tentando evitar o mesmo erro que acontecera com Voyager, desta vez os produtores procuraram um elenco mais talentoso e com um ator de renome para o papel principal. Quando o nome de Scott Bakula foi anunciado, os fãs adoraram, dissipando um pouco da má reação inicial à proposta para a série, pois ele fora protagonista de Quantum Leap, uma série de ficção científica muito popular que durou seis temporadas nos final dos anos 80 e começo dos 90.

Cena de Broken Bow (piloto 2001)
Finalmente em setembro de 2001, Enterprise estréia na TV americana com o episódio Broken Bow, narrando as aventuras da Enterprise sob o comando do Capitão Archer. A nave, a primeira da ainda jovem Frota Estelar a atingir dobra cinco, vê-se envolvida num misterioso conflito chamado de Guerra Fria Temporal, ao levar de volta ao mundo natal klingon, um guerreiro capturado na Terra.

Primeira nave batizada de Enterprise
A verdade é que prequels são complicadas. Os roteiristas ficam com as mãos atadas, pois em tese não devem escrever algo que vai de encontro ao que foi estabelecido previamente. Além disso, a equipe de produção tem que ficar atenta, no caso de uma série ou filme sci-fi, para que as tecnologias mostradas não pareçam mais modernas que as vistas na obra original. Rick Berman e equipe sempre se gabaram de pouco terem assistido à Série Original, e daí vem grande parte da antipatia dos fãs com Enterprise. Em Broken Bow, grande parte do canon original é jogado no lixo mostrando klingons na Terra, uma vulcana servindo numa nave da Frota e a própria NX-01, que parece ser mais moderna que a Enterprise de Kirk. Alguns esforços foram feitos para a série parecer low tech como a limitação de velocidade, a ausência de escudos, o armamento inferior e o teletransporte mais primitivo da nave, mas isto foi, aos poucos, deixado de lado com o passar das temporadas.

Trip e T'Pol na descontaminação
Apesar destes problemas, o piloto teve uma boa recepção com algumas ressalvas, como a música tema, a primeira, na Franquia, interpretada por um cantor; a infame cena de descontaminação protagonizada pelo engenheiro Trip e T'Pol, onde os dois, em roupas sumárias, ficam esfregando uma pomadinha sem vergonha, enquanto a câmera dá closes bem generosos no corpo de T'Pol.

Com o começo da temporada logo ficou claro que os roteiristas não tinham a mínima idéia do que seria a tal Guerra Fria Temporal, pois a cada episódio a audiência menos entendia o que estava acontecendo. Lembra quando falei sobre roteiristas de mãos atadas? Parecia que eles não sabiam também como escrever para Enterprise, pois a quantidade de episódios sem relevância era enorme. A primeira temporada acabou e os fãs se perguntavam a razão da série existir, pois não houve nenhum episódio que tratasse dos primórdios de um universo tão rico quanto o de Jornada.

Para piorar na segunda temporada, os roteiristas começaram a trazer elementos da Nova Geração, como ferengis e até mesmos borgs. Só pra lembrar, o holodeck deu o ar da graça logo no começo da primeira temporada e pior, ainda acaba nas mãos dos klingons. Além disso, o canon, mais de uma vez, é desrespeitado: aparecimento de vulcanos na Terra nos anos 50; 'Aves de Guerra' romulanas camufladas; e, Archer se tornando o primeiro humano a escapar da prisão klingon de Rura Pente.

Tripulação da Enterprise
Apesar disso, tenho que confessar que gosto desta temporada. Se você assistir Enterprise sem levar em conta as agressões ao canon, a série é bem interessante. Não querendo fazer defesa a tais atentados, para mim, caro explorador, Enterprise se encontra numa realidade alternativa. Os eventos vistos em "Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato" seriam os catalizadores desta nova linha temporal. O visual, a tecnologia, história e roteiro, tudo se justifica sob esta ótica; menos, é claro, os vulcanos ranzinzas, algo que realmente sempre detestei. Outro ponto positivo são os personagens. Todos são interessantes, você se importa e se identifica com eles. Além de Bakula, John Billingsley (Dr. Phlox), Jolene Blalock (T'Pol) e Connor Trinneer (Trip) vão ganhando cada vez mais destaque e acabam por formar o quarteto central da série. Já Dominic Keating (Malcom Reed) e Linda Park (Hoshi Sato) apesar de participações menores sempre defenderam seus personagens com competência. A nota destoante aqui vai para Anthony Montgomery que não conseguiu tornar Mayweather um personagem interessante.

Algumas das espécies xindi
Infelizmente, a maioria da audiência não vinha aceitando bem a série. Ao final da temporada, temos um reboot, quando após um covarde ataque à Terra pelos desconhecidos xindi, a Enterprise é chamada de volta à doca espacial e é transformada numa nave de guerra, inclusive recebendo uma tropa de soldados de elite chamados MACOS. Numa metáfora aos atentados de 11 de setembro, a Enteprise parte sozinha para uma estranha região da galáxia chamada de A Expansão, onde deverá impedir que o nosso planeta seja inteiramente destruído pelos xindi.

Na próxima semana falaremos como Enterprise em seus dois últimos anos se torna a melhor das séries modernas de Jornada e porque a maioria dos fãs discorda disso. Até lá...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Viagens interestelares

por Fagon Jinn 
3º da série FC vs Ciência

Uma nave parte da Terra e viaja a uma velocidade próxima à da luz, dentro desta o tempo se dilata. Se compararmos ao tempo no nosso planeta, o da nave se atrasa mais conforme a velocidade se aproxima à da luz. Quando aterrissa, passaram-se dois mil anos e a nossa civilização foi extinta, surgindo uma nova, composta de macacos.

Isso é possível?

Sim. De acordo com a Teoria da Relatividade, a velocidade da luz é constante no nosso universo. Significa que a partir de qualquer ponto que escolhermos para observar (o planeta, a nave, ou outro qualquer) a velocidade da luz será sempre a mesma.

Para explicar isso vamos usar um exemplo simples. Se você está parado em relação ao planeta e lança um objeto para a sua frente, à velocidade de dez metros por segundo, se um observador medir esta velocidade a partir de um ponto fixo, ela será realmente dez metros por segundo. Mas se você estiver se deslocando à velocidade de dez metros por segundo, e lançar o objeto à velocidade de dez metros por segundo, o observador, que permanece no mesmo ponto do exemplo anterior, verá que o objeto se deslocou à velocidade de vinte metros por segundo. Somou-se a velocidade em que você estava à velocidade que você tem capacidade de lançar o objeto.


Quando falamos de velocidades relativísticas, ou seja, velocidades próximas à da luz, o que vimos no parágrafo anterior não acontece. De um ponto no nosso planeta um observador mede a velocidade de uma nave e verifica que esta se encontra à metade da velocidade da luz. Se o ocupante da nave acender uma lanterna, obviamente a luz se propagará, afastando-se da nave, à sua velocidade normal. No entanto o observador verá que a luz, que se afasta da nave, não estará somando a própria velocidade à da nave. E não poderá viajar acima de seu próprio limite.

Como isso é possível? A resposta está na dilatação ou contração do tempo, que depende do referencial. Ou seja, o tempo sempre se modificará para que a velocidade da luz permaneça a mesma para qualquer observador. Complicado? Muito. Mas isso é um fato científico, provado. Os sistemas de GPS (Global Positioning System) que permite que nos localizemos na superfície do planeta com muita precisão, utiliza-se desta lei da física. Sem os cálculos das variações de tempo que ocorrem num satélite, nunca conseguiríamos nos localizar com precisão. É claro que um satélite não viaja em velocidades relativísticas, mas o fato de já estar mais afastado da massa do planeta interfere na passagem do tempo, e isso também faz parte desta teoria maluca.

Então como a Enterprise viaja a velocidades superiores a da luz? Isto é uma fantasia científica. Não existe base teórica para justificar as velocidades das naves estelares mostradas nas ficções científicas.

O máximo que teríamos, seriam naves viajando a velocidades de frações à da luz. Se a luz viaja a cerca de trezentos mil quilômetros por segundo, estaríamos falando de cem ou cento e cinquenta mil quilômetros por segundo. A dificuldade de se viajar a estas velocidades é que a massa de um objeto que se desloca aumenta (não pergunte) quanto mais rápido estiver. Chegando à velocidade da luz, a massa seria infinita (de novo, não pergunte). Imagine que a cada vez que sua massa aumentar, será necessário reimprimir impulso, para manter essa velocidade. Fica aí o paradoxo para digerirmos. Se tudo aumenta, aumenta também o tamanho dos propulsores, o total de combustível, mas curiosamente não o suficiente para que possamos atingir velocidades tão altas.

Dobra do Espaço-Tempo
Temos então que, em teoria, não se pode viajar muito rápido através das estrelas. Estamos presos a isso? Espero que não. Existem hipóteses que estão quase no campo da metafísica, no qual poderíamos atravessar de um ponto a outro da galáxia ou do universo, através de um buraco de minhoca. O que seria isso?

As estrelas têm campos gravitacionais tão intensos que deformam a estrutura do espaço. O que impossibilita, por exemplo, que um foguete viaje em linha reta. A reta não existe quando falamos em grandes distâncias. O espaço sempre é curvo por causa da gravidade dos corpos celestes. Acredita-se que uma força gravitacional gigantesca poderia curvar o espaço de forma que algumas regiões da galáxia poderiam tocar em outras (como uma folha de papel que amassamos), neste momento surgiria um fenômeno teórico batizado de buraco de minhoca. Como um túnel ligando uma região à outra.

Buraco de Minhoca - Star Trek: DS9
Poderemos um dia utilizar estas ocorrências naturais, ou talvez fabricá-las. E assim nos deslocaríamos através de grandes distâncias sem sofrer dilatações temporais. A franquia de Stargate explora estas hipóteses, ao utilizarem os portais que produzem um buraco de minhoca instantaneamente. Também vemos buracos de minhoca (ou de verme) em 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968), Perdidos no Espaço (1998), Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine e Contato (1997).

Recentemente, foi divulgada uma notícia onde anunciava-se que neutrinos teriam ultrapassado a velocidade da luz. O que de fato aconteceu é objeto de estudos. Mas o que quer que tenha ocorrido não é motivo para criarmos conjecturas nas quais se construiriam motores estelares capazes de gerar velocidades relativísticas.

Grande Colisor de Hádrons (HLC) - CERN
De fato, se pensarmos nos dados, veremos que pouco significam, mesmo que se confirmem as medições. E olha... Estas medições são ridiculamente pequenas... Alguém chegou sessenta bilionésimos de segundo adiantado. Dá mais prá pensar que o nosso relógio é o culpado, e não o apressadinho. Se for verdade, a nossa física atual pode se beneficiar da abertura de novos horizontes. Todos muito teóricos, é claro, algo mais para o nível da Mecânica Quântica, e que de fato traz muito pouco de prático, para o presente.

Juro que tentei ser o mais simples possível, e espero ter sido claro o suficiente...

Na próxima, iremos abordar o teletransporte... Até... 
USS Pinto - Veículo de Testes da NASA

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ficções científicas envolvendo genética

por Fagon Jinn
2º da série FC vs Ciência

Sendo um dos assuntos prediletos em FC, vemos todo tipo de ocorrência, desde manipulações genéticas até clonagem. Alguns acertam outros viajam loucamente. Mas entre viagens e acertos vemos coisas curiosas e instigantes.

Jurassic Park (1993)
O que me vem primeiro à mente é o fantástico e arrebatador Jurassic Park (1993). Esta série de filmes produzidos por Spielberg e os dois livros escritos por Michael Crichton, são extremamente interessantes e até se aproximam muito do que poderia ser algo realizável, principalmente por uma descrição cuidadosa, bem pesquisada e utilizando-se de muita ciência real.

Cena de Jurassic Park
Se fôssemos tentar criar dinossauros hoje, o que teríamos que fazer? Em primeiro lugar, teríamos que reprojetar todo o sistema respiratório dos espécimens, já que no período jurássico, a concentração de oxigênio na atmosfera era consideravelmente maior, o que, teoriza-se, propiciou os grandes animais. Então teríamos que modificar todo o sistema digestivo, para que estes animais pudessem se alimentar de plantas e animais do nosso tempo, com todo um conjunto protéico diferenciado. Depois viria a adaptação do sistema defensivo, para evitar que as doenças atuais os atingissem. Por fim um processo de programação para as condições ambientais atuais, e poder conviver com as restrições e as limitações de área, número de indivíduos, métodos de alimentação, sexualidade e maternidade. Se é que seria possível, já que mal sabemos onde isso se situa em nossa carga genética. Pior ainda para alterar essa programação, de bilhões de anos de desenvolvimento, em algumas décadas. Ao fim de tudo, não teríamos dinossauros, mas uma imitação nada barata. Algo que não poderia ser utilizado para nada além de um zoológico. Não haveria interesse biológico, já que não haveriam segredos a ser descobertos. Nós os projetamos, então é só perguntar ao programador o que esperar de cada um e pronto. Acabou-se qualquer proposta de monografia. Só quem escreveria sobre estes animais seriam jornalistas, publicitários e blogueiros.

IDIC - Infinita Diversidade, Infinitas Combinações
Jornada nas Estrelas gosta de juntar alienígenas de espécies diferentes e gerar meninos. Qual a possibilidade? As mesmas que teríamos em recriar dinossauros. Teria que ser a construção completa de um genoma, que ao final só teria os traços dos seus progenitores. Jamais poderíamos combinar seres de linhagens tão distintas quanto uma rã e uma tartaruga.

Híbrido entre humano e klingon
Se cruzamos cavalos e jumentos, obtemos burros e mulas, que são estéreis. E são muito aproximados na escala evolucionária. Não é possível cruzarmos símios com humanos, muito, muito próximos na comparação genética. Cruzamento de espécies de mundos diferentes, é algo aceitável apenas para compor a licença poética desenvolvida na Franquia, visto que a narrativa busca atingir o fim do preconceito em todas as vertentes possíveis.

Poster de A Mosca da Cabeça Branca
Neste rol poderíamos incluir A Mosca da Cabeça Branca (The Fly – 1958) e todas as suas sequências e reboots. Um computador unifica duas espécies separadas por meio bilhão de anos de evolução. Respeito a esta máquina. Perfeito exemplo de Deus Ex Machina.

Gattaca (1997), por outro lado não tem nada que a ciência não possa realizar. Aliás, é um exemplo perfeito de ficção científica: busca nos alertar onde o uso irresponsável do conhecimento pode nos conduzir. Um homem gerado sem as melhorias da manipulação genética poderia ser discriminado pela sociedade dos humanos aperfeiçoados. Nesta sociedade, as profissões são definidas pelas características programadas nos núcleos de suas células. É o fim da liberdade de escolha, seríamos gerados e destinados a um trabalho desde nossa concepção. Melhor? Pior? É a questão levantada pela obra. Cabe a nós encontrarmos estas respostas.

Alter ego de Mila Jovovich
Em 'A Experiência' (Species – 1995), alienígenas nos enviam uma codificação genética que, misturada ao nosso ADN, gera um soldado programado para se procriar e destruir-nos. Esse só dá para engolir desligando o cérebro e não tentando entender as possibilidades científicas. Mas o pior ainda vem com as metamorfoses instantâneas, produzindo exoesqueletos e 'desproduzindo', sem timidez. Por fim, o mutante ainda consegue se salvar contaminando um camundongo. Este passa a ter todas as características possuídas pelo mutante quando era meio humano.

Por fim temos Planeta dos Macacos: A Origem (2011) e podemos incluir aí A Batalha do Planeta dos Macacos (1973) e Planeta dos Macacos (2001) de Tim Burton. Todos tentam esclarecer como seria a possível explicação científica de como chimpanzés, gorilas e orangotangos, se tornam seres dominantes no nosso planeta. É preciso desligar o cérebro nestes aqui, também. Não existe uma possibilidade viável de termos uma involução de uma espécie e a evolução de outra sobre a primeira.

Uma evolução leva milhares de anos para se firmar. Ou seja, os ursos brancos não surgiram de uma geração para outra, nem em décadas, nem em séculos. Mas foram precisos milhares de anos até que toda uma população de ursos coloridos perdessem espaço para os mutantes brancos, e estes, por fim, conseguissem eliminar toda e qualquer preponderância de genes coloridos.

Cezar no novo filme Planeta dos Macados: A Origem
Mas vamos falar de inteligência. Acredita-se que o desenvolvimento da inteligência pode ter começado a mais de dois milhões de anos, quando os primeiros primatas teriam surgido. Então uns poucos mutantes conseguiram alguma diferenciação. A partir de então, qualquer possibilidade de se pegar um cérebro que derivou por outras ramificações da evolução, e que obviamente não conseguiu desenvolver uma linguagem mais rica, ou atitudes mais direcionadas a suplantar as dificuldades ambientais, uma laringe, cordas vocais, controle motor de todo este conjunto, etc, de um dia para outro, por força de vírus e outras manipulações genéticas tornar-se mais inteligente que o ser humano médio, e ainda falar, foge a qualquer crivo de realidade.

A evolução nos projetou durante milênios, e ainda está tendo trabalho. Os chimpanzés estão evoluindo, apenas para se adequarem cada vez mais ao seu meio. Nós poderíamos através de um processo eugênico selecionar os símios mais inteligentes e os aperfeiçoar, mas iríamos levar séculos de procriação para podermos ter um animal que pudesse competir em alguns aspectos da inteligência humana. Contudo, para termos um ser pensante, racional, capaz de falar, de projetar estratégias dentro de um ambiente multidimensional, seria necessário uma ajudinha divina, ou demoníaca.

No próximo falaremos de viagens interestelares... até... 


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

The Fantastic Zone






Olha lá! Bom, nem sempre tudo o que lemos nos deixa satisfeitos, temos notícias polêmicas, saíndo do forninho, e é exclusividade no Brasil!


Ridley Scott tem novos insights sobre ficção científica!


Vamos saber mais sobre Thor 2? Quem é o seu diretor ou diretora!!!??? Vocês tem favoritos?

E então está bom? Não!? Querem mais?! Não se preocupem, tem mais, confiram...


E não esqueçam! Comentem!


Para ver acesse a aba 'The Fantastic Zone' na parte superior do site.


Voyager - as séries modernas (parte III)

por Fabok

Nos meados dos anos 90, a Paramount lançou sua própria rede de TV, a UPN. Para ser o carro chefe da programação o canal encomendou mais um spin-off de Jornada nas Estrelas. Nascia então Voyager, que contava as aventuras da nave do mesmo nome, que numa missão de rotina é lançada inesperadamente ao longínquo quadrante delta.

USS Voyager - NCC-74656
O pano de fundo para a série começou a ser apresentado em DS9, no episódio Maquis. Neste, os rebeldes, de mesmo nome, são apresentados, e reaparecem logo em seguida no penúltimo episódio de A Nova Geração (Preemptive Strike). Caretaker, o episódio piloto desta nova série, mostra como a USS Voyager é lançada no distante quadrante delta, sem contato ou suporte da Frota Estelar e com uma tripulação composta de oficiais da Frota e rebeldes maquis.

O público e a crítica gostaram do episódio e parecia que seria um hit. Percebam que eu disse 'parecia'...

Caretaker
Já no segundo episódio, os problemas começaram a aparecer. Toda a tensão que deveria haver entre os oficiais da Frota e os maquis fora magicamente esquecida, além disso, nenhum oficial à bordo questionou quaisquer ordens da Capitã Janeway que, além de violarem a Diretriz Primeira, isolou a nave e tripulação há mais de 70.000 anos-luz do espaço da Federação, num ambiente desconhecido e hostil. E, claro, o mesmo episódio nos apresentava mais uma das famosas anomalias 'sem pé nem cabeça' da semana que marcou os sete anos de produção.

Tripulação da Voyager
Com roteiros muito fracos, ficou cada vez mais clara outra deficiência: o elenco com seus personagens. Voyager tem, sem dúvida nenhuma, os piores personagens de todas as encarnações de Jornada. Senão, vejamos: Neelix, cozinheiro e assessor para assuntos aleatórios da nave; Kess, a namorada sem sal do cozinheiro; Tuvok, o vulcano mal-humorado; Chakotay, o primeiro-oficial inexpressivo e 'mané'; Alferes Kim, o oficial júnior certinho; e, Janeway, a Capitã deslumbrada que sempre punha a nave em perigo para estudar qualquer aberração espacial.

Quem conseguia se salvar desta teia de canastrões eram o médico-holograma que nem nome tinha, interpretado com competência por Robert Picardo, a engenheira klingon-humana B'Elanna Torres e o navegador Tom Paris interpretados respectivamente pelos atores Roxann Biggs-Dawson e Robert Duncan McNeill. Curiosamente estes três ainda têm carreira ativa na TV.

As três primeiras temporadas são difíceis de assistir. Curiosidade: em sua segunda temporada Voyager nos dá o pior episódio de Jornada nas Estrelas. Isso mesmo, pior que 'O Cérebro de Spock' da Série Clássica. Em Threshold, Tom Paris e Janeway conseguem, numa nave auxiliar modificada, quebrar a barreira da dobra dez e transformam-se em lagartixas... e prá completar: elas procriam, deixando um monte de filhotes num planeta qualquer... Para sorte de Paris e Janeway, e azar do público, o Doutor e Tuvok conseguem reverter este estranho fenômeno. Infelizmente as 'lagartixazinhas' são deixadas para trás...

Jerry Ryan como Seven Of Nine
Com a audiência no chão, ao final da terceira temporada, os produtores trazem os borgs para serem os vilões de Voyager. Para complementar a trama, criam para os borgs um nêmesis, a espécie 8472, e praticamente dão um reboot na série. No começo do quarto ano é apresentada a personagem de Seven Of Nine interpretada pela bela e boa atriz Jerry Ryan. Além disso, a personagem Kess é despachada e ao mesmo tempo a nave é lançada 10.000 anos-luz à frente, deixando para trás todas as espécies e planetas apresentados nas temporadas anteriores.

A entrada de Seven Of Nine trouxe um pouco da audiência perdida de volta. Por isso nas quarta e quinta temporadas ela é o centro das atenções. Entretanto a cada aparição os borgs perdiam sua áurea de supervilões, já que eram constantemente derrotados pela tripulação da Voyager. Nem mesmo a rainha borg conseguia derrotar a dupla Janeway e Seven.

Voyager equipada pelos borgs
Ainda assim, os melhores momentos ocorrem a partir da quarta temporada. O personagem do Doutor ganha cada vez mais destaque e alguns rostos conhecidos de A Nova Geração fazem participações especiais. Temos episódios excepcionais como Blink of an Eye, Year of Hell e Message in a Bottle que não eram centrados em Seven ou nos borgs.

Voyager falhou ao não conseguir diferenciar-se de A Nova Geração, emulando os defeitos desta última. De certo modo, a série iniciou o declínio da franquia Jornada nas Estrelas. A audiência cada vez mais cansada não chegou realmente a dar uma chance para Enterprise que estrearia em 2001. Bom... mas isto é assunto que discutiremos na próxima semana.

Até lá...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O que são as novidades em ciência?

por Fagon Jinn
1º da série FC vs Ciência

Recentemente temos visto inúmeras informações que tem alterado a forma como vemos o universo.

Stephen Hawking explicou teorias em Uma Breve História do Tempo, depois explica teorias que parecem contradizer as anteriores em Uma Brevíssima História do Tempo e Uma Nova História do Tempo.

Trajeto do neutrino no HLC - CERN
Einstein desenvolveu a Teoria Geral da Relatividade e Heisenberg, Planck e Schrödinger, entre outros ilustres desenvolveram a Mecânica Quântica.

Viagem no tempo, teletransporte de matéria, inteligência artificial, fusão nuclear, antimatéria, transhumanismo, nanotecnologia, teoria do caos, clonagem. Entre tantos termos e teorias, muita gente acaba por desistir de tentar entender ou de prestar atenção.

Tudo o que vemos e sentimos, não é exatamente como parecem. A ciência atual tenta desmistificar isso. Se estamos num trem e soltamos um objeto, e ele cai em linha reta, não é exatamente o que está acontecendo. Isso depende do local em que está o observador. Mas até aí podemos entender facilmente. Os problemas começam quando a ciência nos diz que a luz se comporta ao mesmo tempo como energia e matéria. Ou que a cada decisão que tomamos geramos uma realidade alternativa, em que a escolha feita foi diferente. Ou quando nos falam do paradoxo dos gêmeos ou no paradoxo do avô, se referindo a viagens a velocidades próximas à da luz ou viagem no tempo.

O que disso é real, e o que é fantasia? É muito confuso para a maioria da humanidade. O raciocínio não é intuitivo, e o que é intuitivo não é reconhecido à luz das novas descobertas.

Pretendo, aqui, fazer pequenos artigos falando a respeito de cada uma das noções mais loucas que a ciência nos apresenta a cada dia, onde tentarei dar um pouco de orientação a essa balbúrdia que o cinema, a literatura ou os meios noticiosos nos apresentam de forma pouco esclarecedora. De fato, muita gente que escreve sobre estes temas pouco sabem, realmente, do que estão falando. E tentam tirar uma conclusão, quase sempre falsa, de toda esta sopa de ciência temperada com fantasia e ficção.

Antes de tudo, é preciso explicar no que fantasia difere de ficção. A ficção é uma história criada a partir de conceitos concretos e aceitos. Por exemplo, quando falamos de uma história em que o homem vai à Lua em naves espaciais, temos um exemplo de uma ficção. Mas se dissermos que ele utiliza um portal para chegar à Lua, não estamos utilizando um conceito real, mas sim um fantástico. De fantástico extraímos fantasia, e temos aí a explicação deste termo.

Clonando a Vendramini
Experiências com clonagem é ficção, mas falar em fazer uma cópia de um ser humano adulto que retenha as mesmas memórias, se pareça exatamente como o original, com rugas idênticas, fale com o mesmo sotaque, ou tenha os mesmos cacuetes, isso é fantasia.

Outro ponto que devemos deixar claro é que não existem certezas científicas. Há alguns anos atrás, café era uma bebida sem contraindicações, hoje existem inúmeros questionamentos sobre esse hábito alimentar. A teoria do Big Bang não é um fato científico, mas é a linha de pensamento mais aceita, no momento. Nada impede que alguém obtenha dados que venham questionar completamente o suposto início do universo.

Ciência Versus Fé
Diferente da fé, a ciência se baseia em postulações, experimentação e múltiplas possibilidades até que uma delas se apresente como a mais viável, mas nada é absoluto, tudo pode ser modificado desde que se apresentem novas pesquisas que lancem dúvidas nas teorias mais conceituadas. Na ciência tudo funciona como um sistema de crédito financeiro. O cliente é um bom pagador, até que ele comece a atrasar seus pagamentos, e então ele começa a ser pontuado negativamente até que perca sua credibilidade, ou a restitua caso retorne ao padrão anterior. Na fé aceitamos como verdade incontestável aquilo que não pode ser testado ou verificado. Deus existe? Você aceita isto como um fato ou não. Para ambas as respostas não existem comprovação, é uma questão de escolher. É como ‘torcer’ para um time de futebol. Por que este ao invés daquele? É uma decisão intima, não existem bases factuais.

Então amigos exploradores, vou pedir que me acompanhem pelas próximas semanas nesta série de artigos que estaremos publicando aqui, com o intuito de abrirmos uma discussão sobre o que é ciência, e quais são de fato os avanços e descobertas científicas que podemos aceitar com mais ou menos reverência. E tentar desvendar afinal o que são todas estas noções tão mal divulgadas sobre a física atual.