segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Máquinas Sentimentais (parte II)

por Phoenix

É interessante observar como o homem flerta com o perigo. Mesmo ele vislumbrando a possibilidade de uma máquina com inteligência artificial, constituída com emoções, nos colocar em algum tipo de risco, ele não se abstém de ousar, experimentar. Um computador ou robô que pense por si só, pode chegar à conclusão de que os homens são   desnecessários   e   nocivos   a  sua própria Terra.
Colossus 1980
Um bom exemplo disso é o Colossus 1980 (1970), um supercomputador programado para comandar o sistema de defesa americano durante a guerra fria, inclusive sendo responsável pelos mísseis nucleares. Mas Colossus descobre que não é o único supercomputador no comando de uma nação. O russos também haviam criado o seu, e esta máquina ultrainteligente, após adquirir vontade própria, entra em contato com o computador russo e, juntos, decidem que para evitar a autodestruição dos humanos e proteger o planeta, eles deveriam tomar o poder, colocando a população a seu jugo.

Mais exemplos se seguem, nessa busca de máquinas inteligentes e independentes, como os temidos T-800 e T-1000, da série O Exterminador do Futuro (1984 e 91) – são máquinas frias, focadas em seu objetivo, quase indestrutíveis e terrivelmente poderosas, a ponto de matar quem estivesse em seu caminho: mulheres, criança, idosos, não importa. A impressão que se tem ao ver um exterminador em ação é que ele é dotado de muito, mas muito sentimento malévolo. É o grande vilão entre os robôs.

Johnny 5
Robô Número 5, ou Johnny 5 como ele se auto-nomeia depois de ouvir a canção “Who’s Johnny?”, do filme Short Circuit (1986), vai por um caminho inverso, é um robô construído com fins militares que, quando atingido por um raio, ganha consciência e foge de sua base militar. Ele recebe abrigo da ecologista Stephanie Speck, que enche o banco de dados do robô com cultura pop e o ensina sobre a natureza da vida e da morte. Johnny temendo ser desligado pelos militares, o que, para ele, significa o mesmo que morrer, se aventura em fugas hilariantes.

Sonny de I, Robot
O filme I, Robot (2004) passa no ano de 2035, em que o uso de robôs como empregados e assistentes dos humanos é comum, e por segurança existe um código de programação, conhecido como ‘As Três Leis da Robótica’, onde os robôs: não podem fazer mal a um humano; devem obedecer as ordens dos humanos; devem proteger a própria existência, desde que cada lei não fira a anterior. Com a morte do Dr. Lanning, o detetive Del Spooner é chamado para investigar o caso. Todos acham que foi suicídio, mas Spooner acredita que Sonny, um humanóide com emoções e com a capacidade, inclusive, de sonhar, tenha cometido assassinato, quebrando, assim, as Leis da Robótica.

HAL-9000
HAL 9000 de 2001: A Space Odyssey (1969) da nave Discovery, foi feito com a mais avançada inteligência artificial, capaz de realizar reconhecimento facial e vocálico, fazer leitura labial, apreciar manifestações artísticas, interpretar emoções, raciocinar, expressar emoções e jogar xadrez. “I’m sorry David. I'm afraid I can't do that!”, diz HAL com sua voz tranquila ao Dr. David Bowman, quando este, após ter saído em uma nave auxiliar tenta regressar à Discovery. HAL havia feito leitura labial da conversa de David e Poole sobre a possibilidade de desligá-lo por conta de falhas em seu sistema. Quando, enfim, David consegue chegar até o núcleo de memória do computador, HAL tenta acalmá-lo, e vendo que não surtiu efeito, começa a pedir a David que não o desligue, demonstra medo e, por fim, começa a cantar Daisy Bell.

Eu sou você amanhã!!!
Se podemos construir máquinas e atribuir a elas os valores que quisermos, porque muitas vezes as fazemos vilãs? Destroem patrimônios, matam pessoas sem hesitar. OK, também temos os mocinhos, os bem-humorados, os heróis, mas estamos sempre brincando com o bem e com o mal, como tempero para as tramas. Na vida real há que se ter muito cuidado antes de dar autonomia a um ser que, ainda, não tem coração, senão podemos acabar sendo vítimas de nossas criações. Nos filmes, no entanto, tudo isso é válido e, se bem trabalhado, nos diverte e emociona. Portanto, viva a tecnologia!

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