por Fabok
Na esteira do sucesso de Lost, J.J. Abrams criou junto com seus parceiros de longa data Alex Kurtzman e Roberto Orci, Fringe que foi imediatamente vendida como a nova Arquivo-X. A série realmente bebe na fonte da obra de Chris Carter, mas ao mesmo tempo tem uma identidade própria explorando caminhos bem diferentes.
Os eventos da série giram ao redor de uma divisão especial do FBI chamada Fringe (traduzindo livremente para o português como fronteiras), formada pela Agente Olivia Dunham (interpretada pela atriz australiana Anna Torv), Peter Bishop (Joshua Jackson de Dawson’s Creek), um gênio com QI de 190 que se junta à equipe como consultor civil e seu pai Dr. Walter Bishop (interpretado pelo veterano ator australiano John Noble - Senhor dos Anéis), um brilhante cientista que após um acidente em seu laboratório é internado numa instituição para doentes mentais por 17 anos. Eles investigam uma série de eventos chamados de “O Padrão” que são casos que não podem ser explicados pela ciência tradicional. A Divisão Fringe também recebe ajuda de uma megacorporação do ramo de tecnologia chamada Massive Dynamic, cujo misterioso CEO William Bell, interpretado por um ator muito querido de Jornada nas Estrelas, fora colega e amigo de Bishop no passado. A cada investigação eles descobrem que suas vidas estão unidas por laços tão ou mais bizarros que os eventos do “Padrão”.
“Tornei-me a morte, a destruidora de mundos”,
Julius Robert Oppenheimer
Robert Oppenheimer |
Oppenheimer, cientista chefe do Projeto Manhattan, disse esta frase ao testemunhar a primeira detonação de um artefato nuclear nos anos 40. A ciência sempre teve o poder de criar e destruir e é esta dualidade que Fringe joga com o público a cada episódio. A linha que separa um Mendel de um Mengele é muito tênue. O personagem do Dr. Bishop, o arquétipo do cientista louco, tem que lidar com as consequências de seus atos, de quando ainda era jovem. Até onde podemos avançar em nome do progresso científico? E o que seria ético fazer com este progresso? Bishop é atormentado por uma decisão do passado, quando usou seu conhecimento de forma impensada e que agora pode ameaçar a existência de nosso próprio planeta. Mesmo em sua loucura Bishop é talvez o personagem mais humano e são de Fringe, graças ao excelente trabalho do ator John Noble.
Trio central da série |
Apesar da dupla de protagonistas Torv e Jackson não ter o mesmo carisma e química de Gillian Anderson e David Duchovny, em Arquivo X. Eles seguram bem a trama que, diferentemente de Lost, é bem amarrada e sua mitologia não deixa o público inteiramente no escuro. Um pequeno spoiler agora: grande parte da trama de Fringe é sobre universos paralelos. É um deleite ver as idéias que são utilizadas para mostrar as sutis diferenças entre eles, incluindo a impactante cena final do último episódio da primeira temporada.
Misteriosos 'observadores' |
É claro que temos vários aspectos da mitologia que ainda não foram explicados, e talvez o mais interessante deles são os misteriosos “observadores”, seres não inteiramente humanos que estão sempre presentes nos eventos “Padrão”, mas sem interferirem neles. Quem seriam eles e qual seus propósitos? Algumas respostas são dadas com o passar das temporadas, mas você caro explorador terá que assistir a série...
Apesar de não ser um supersucesso de audiência, Fringe tem uma excelente venda de DVDs e Blu-rays, além de ser um dos programas mais gravados nos dispositos TIVO. É por isso que a série já está na quarta temporada e a idéia é de que ela tenha pelo menos mais uma.
J. J. Abrams..., à esquerda |
Eu sei que muitos ficaram irritados com o fraco final de Lost e não querem ver nada de J.J. Abrams na TV por um bom tempo. Se você é um destes, dê uma chance a Fringe e descubra os limites da ciência.
Até a próxima!
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