segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O Velho Nerd no SANA Fest 2012 2º Dia


DIÁRIO DE EVENTOS


por Fargon Jinn e Phoenix

Bem, exploradores, hoje foi o segundo e último dia do Velho Nerd, no SANA. Ali pudemos rever amigos e fazer novas amizades, trocar conhecimentos e admirar diferentes formas de arte, comprar suvenires, jogar board games excepcionais e assistir à molecada dançar freneticamente no pump-it-up.

Muita participação de um público inteligente e interessado
Além de tudo isso, ainda tiveram diversas outras atrações muito legais de se ver e participar, como o nosso painel de debates, por exemplo. Foi uma continuidade do que se conversou ontem, mas com novos enfoques que geraram discussões bem participativas e entusiasmadas, além de um número bem maior em relação ao sábado, onde muitos que assistiram no dia anterior voltaram trazendo amigos, ou pessoas que passavam ali e se interessaram pelo calor da conversa.

Destacamos aqueles que mais contribuíram com seus conhecimentos e suas dúvidas para enriquecer o debate: Alison Rodrigues, Evilásio Jr, Antônio dos Santos, David Freitas, Rebeca Mesquita Duarte, Leonardo Martins e Paulo Lincoln. Várias outros participaram, mas não conseguimos pegar o nome de todos, desculpem.

Nossa equipe de trabalho
Um grande destaque vai para Vitor Hugo Santiago, que trabalhou nos dois dias dando todo suporte, orientação e oferecendo sugestões para todos os momentos da nossa atuação, um jovem de talento, sem dúvida.

Mas o dia começou cedinho. Queríamos muito ter um contato mais apurado com o board game de Battlestar Galactica. Há um bom tempo que estava interessado em conhecer mais sobre este jogo. Então nos sentamos com o Damião, do JogaFortal que nos passou as regras e, pacientemente explicou a mim, Phoenix e Helder Maia sobre o andamento do jogo, além de jogar conosco durante três horas. Com certeza vou comprar o meu (hahaha!) o jogo é muito bom. Não notamos o tempo passar e fomos pegos de surpresa, quando percebemos que já eram quase 13h00.

Um comércio respeitável
Dalí procuramos um cantinho para ‘fazer uma boquinha’ e então fomos às compras. As camisetas muito divertidas da Fora da Rota eram um dos itens que eu não poderia deixar de levar. As artes autografadas de Al Rio, na Revista & Cia e o número 1 de Oigo por Diego J, HQ adulta e de produção independente, muito boa mesmo.

Nos reencontramos com J.J. Marreiro e Fernando Lima, amigos que já não tínhamos um contato mais próximo há um bom tempo. Foi muito bom revê-los. Muitos projetos futuros virão com as dicas do Fernando. É só esperar.

Fomos entrevistados pelo pessoal do Who’s Nerd?, o Igor Queiroz e a Helosa Araújo, que ficaram para cobrir a nossa atividade do dia. Um pessoal muito carinhoso e sinceramente interessados.

Por fim abrimos o nosso painel e demos a nossa contribuição para o SANA Fest 2012. Estivemos todos juntos novamente, Arnaud, Fabok, eu, Helder Maia, Kalibak, Machine e a Phoenix.

Jogos para os mais variados gostos
Amigos, neste fim-de-semana fizemos muitas fotos e algumas publicamos neste artigo e no de sábado. Mas o grosso será disponibilizado ainda esta semana, já que são muitas e teremos ainda um bom trabalho em selecionar as que ficaram excelentes daquelas que tiveram algum problema. Portanto, dêem um olhada neste artigo nos próximos dias que estaremos publicando as demais.

Um grande abraço a todos e até o próximo SANA e o próximo artigo.

Enfim aqui vai o link para as fotos, desculpem a demora. Para ver as fotos clique aqui.

Os filmes que vi recentemente

por Helder Maia


Período de férias é também para colocar a cinefília em dia. Seguem abaixo alguns dos filmes que vi estes dias.


A Lonely Place to Die (Reino Unido - 2011)


Melissa George estrela este suspense onde um grupo de amigos alpinistas parte para as montanhas em mais uma aventura. O que eles não esperavam era encontrar enterrada na mata uma garota sequestrada. A partir daí eles serão perseguidos pelos sequestradores.

Tentativa no gênero suspense, o filme apresenta um roteiro mal estruturado, que falha em costurar bem a trama, gerando um filme arrastado, apesar de ter apenas noventa e nove minutos. Destaque para as belas cenas nas montanhas. 

Delta-Shield Bronze



 

The Ruins (EUA, Alemanha, Austrália - 2008)

 

Este foi um desperdício de tempo absurdo. Um filme de terror que demora cinquenta minutos para trazer qualquer cena de terror, é um fracasso para mim. Só aguentei até tanto (o normal é desistir após meia hora, se um filme não estiver bom) porque esperava uma cena de sacanagem entre uma garota magrinha e bonitinha e um dos outros personagens masculinos, mas quando vi que não ia rolar desisti. Fuja deste.



Delta-Shield Ferrugem





I Saw the Devill (Akmareul boatda – Coréia do Sul - 2010)


Bom filme de vingança coreano. A vida do agente secreto Kim Soo-hyeon é destruída quando sua noiva é morta por um sádico criminoso sexual serial. Então ele resolve fazer de sua vingança a mais brutal possível, seguindo o criminoso e agredindo-o várias vezes, mas sem nunca matá-lo.

Produção caprichada e bela fotografia mostram como os filmes coreanos são de alto nível. Só achei o filme muito longo, mas assisti à versão coreana, existe uma internacional mais curta e com um pouco mais de sangue. 

Delta-Shield Prata


 

 

Butch Cassidy (EUA - 1969)


Como nunca tinha visto este famoso faroeste, resolvi conferir. O filme é bom, com ótimas interpretações de Robert Redford e Paul Newman como a lendária dupla de assaltantes a banco Butch Cassidy e Sundance Kid. A direção de fotografia é soberba e a trilha sonora traz a clássica canção Raindrops Keep Fallin' on My Head.

No entanto, não sou fã de filmes que trazem uma visão ingênua e idolátrica de criminosos. Bandido boa-praça só mesmo no cinema. Sou muito mais os personagens amorais do clássico faroeste spaghetti 'Três Homens em Conflito' (1966).
Delta-Shield Prata

sábado, 28 de janeiro de 2012

O Velho Nerd no SANA Fest 2012 1º Dia


DIÁRIO DE EVENTOS


por Fargon Jinn

Eu digo ‘O Velho Nerd’, mas de fato é a equipe do Relatório da Situação que resolveu fazer uma cobertura do SANA Fest.

Grupos de cosplays da melhor qualidade
Temos conhecimento do SANA, desde seu início. Quando o Grupo Avançado foi chamado para participar em sua criação. Um pouco por preconceito, um pouco por ser um foco a mais ao qual não poderíamos nos dedicar, ficamos de fora.

Kalibak e uma linda cosplay
Na verdade, víamos a dificuldade que tais eventos sofriam por falta de um público interessado. Já que tínhamos experiência, ao fazer as, até então, maiores convenções de fandon, que este Estado já tinha visto.

Vimos muitos grupos tentar alcançar alguma visibilidade e fracassar. Os únicos que tinham encontrado um lugar ao Sol, era o nosso (Grupo Avançado) e o Videotempo, especializados em vídeos de séries antigas, principalmente Perdidos no Espaço.

Então, não acreditamos que este novo grupo teria muita chance, logo com uma temática aparentemente tão pouco atraente.

Uma bela cosplay morena
Olha, até esta época, animes se resumiam a Patrulha Estelar, Cavaleiros do Zodíaco e Saylor Moon. Era só o que chegava até nós. Mangás eram coisas muito distantes, e os desenhos japoneses eram coisas que tinham ficado para trás nos anos 70 e início dos 80.

Qual não foi nossa surpresa quando vimos um sucesso de público desde as primeiras edições do, hoje, SANA (acho que na época tinha outro nome).

Em todas as cores e padronagens
Nos últimos anos eu tentei ir a vários, mas sempre tinha um compromisso ou outro que me impedia.

Este ano eu disse – EU VOU! – compramos os convites (eu e a Phoenix), e nos preparamos.

Nesta semana, nos últimos dois dias antes do evento, recebemos um e-mail com a proposta de fazermos uma apresentação de Jornada nas Estrelas e Star Wars, no sábado e domingo.

Pensei: Puxa, e eu que me achava aposentado de eventos. Mas vamos lá.

Em todos os tamanhos
Pessoal, é muito legal. A gurizada é ótima. Tudo muito bem organizado e tudo na mais santa paz. Profissional no úrtimo.

Tivemos contato com conhecidos de longa data, como o Silvio da Revista & Cia, na estreante Comic Con, e conhecemos muita gente jovem e nova. Vimos espetaculares cosplays, jogos de todos os tipos, artistas plásticos como Edinho Maga, que faz lindas esculturas de nossos heróis favoritos. Quadrinistas, artistas gráficos, gamers e fãs de todo tipo de coisas ligadas a esta cultura otaku.

Capitão Jack Sparrow estava lá
Depois de passearmos, muito fomos encontrando nossos amigos do Relatório da Situação que iam chegando aos poucos. O pessoal respondeu prontamente. Todos quiseram atender ao pedido da organização do SANA.

Às 15h30, estávamos prontos para começar nosso evento. Optamos, principalmente pela exiguidade de tempo, em não irmos para o caminho da palestra tradicional, e demos preferência para um painel de debates.

Tivemos uma carinhosa participação de um público atencioso
Não poderíamos ter escolhido melhor. Tivemos muita gente presente acompanhando, principalmente, nossas discussões de Star Wars, mas conversamos também sobre a nossa querida Jornada.

Debate sobre as trilogias de Star Wars e seus personagens

O pessoal respondeu muito bem à brincadeira. Luiz Oliveira e Raíssa mostraram suas posições em relação ao que Yoda representa para as trilogias original e a nova, bem como sua representação nas nossas vidas. Francisco Muniz nos brindou com excelentes colocações sobre o épico em todas as suas versões. Rafael demonstrou sua intriga com as mudanças nas feições de Darth Vader. E Felipe, convocado a falar sobre quadrinhos não deixou a desejar.

Participação interessada e colaborativa de muitos presentes
Na hora de Star Trek, houveram muitas dúvidas sobre o foco da série, já que boa parte dos presentes nunca tinham tido um interesse maior pela Franquia.

Por fim fizemos uma trívia para presentear duas camisetas aos participantes, com perguntas sobre os tópicos abordados. Mas o que que é isso, meus amigos? Lembrem-se, o número de registro das Enterprises de Kirk e Picard é NCC-1701, isto é fundamental.

Uma equipe unida e focada é formula de sucesso
Pois é amigos exploradores, gostamos muito de estar presente a este momento. Esperamos que outros convites venham. Amanhã tem mais. Boa noite deste que vos escreve.

E como última atualização (18 de fevereiro de 2012), fomos citados no Diário do Nordeste, no caderno Zoeira, num artigo da jornalista, Amanda Alboino com o fotógrafo Humberto Mota, clique aqui, para ler o artigo.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Notícia de 27 de janeiro de 2012


EXTRA! EXTRA! PLANTÃO FANTASTIC ZONE COM NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA!!!




por Fargon Jinn

SANA Fest 2012, está ocorrendo neste fim-de-semana (28 e 29 de janeiro) em Fortaleza, no Centro de Convenções do Ceará. E sabem quem está fazendo as apresentações de Jornada nas Estrelas e Star Wars? Pensem um pouquinho... Isso mesmo! Nós, o Grupo Avançado, através da equipe editorial do Relatório da Situação.


Quem for ao SANA Fest, nos procure no saguão da 1ª Comic Con de Fortaleza, no horário das 15h30 às 18h00, nos dois dias.


Quem se fará presente: Fabok, Fargon Jinn, Helder Maia, Kalibak, Phoenix, e mais dois colaboradores, Machine e Arnaud.







Sherlock Holmes I e II


CRÍTICA DE CINEMA


por Fargon Jinn

Re-assisti Sherlock Holmes (2009), e fui em seguida assistir ao novo filme (2011). Não me parece que seja algo que respeitou o espírito da obra de Sir Arthur Conan Doyle. Os contos deste personagem sempre foram inteligentes, absolutamente cerebrais, pouquíssima ação, mas nem por isso entediante.

Aliás, diria que é exatamente o contrário. As tramas e o acompanhamento do método dedutivo descrito nas histórias podem ser muitas coisas, menos cansativas. De fato, o leitor não consegue largar a leitura. A narrativa é extremamente dinâmica e na sua pouca atividade há muita agitação mental. É um espetáculo ver a inteligência embutida nas tramas criminosas e nos processos de dedução do nosso herói e seu sidekick Watson.

Os dois filmes, no entanto, são um fracasso neste aspecto. Enquanto nos perdemos em correrias e pancadarias, ficamos distraídos da falta de inteligência nestes roteiros. Neste último, em que conhecemos Moriarty, o temível arquiinimigo de Holmes, não vemos nada em especial na personagem. Fora a atuação impecável de Jared Harris (O Último dos Moicanos, 1992) Moriarty não nos assusta ou impressiona. Nos livros ou na série da BBC (ver belíssimo artigo de Fabok, Sherlock), o vilão é impressionante, suas ações e tramas o apresentam de forma magistral. É um choque ao vê-lo no final da temporada, na série de TV. Dá vontade de dizer a famigerada frase “Achei que você fosse mais alto!”. Mas não há nada de decepcionante. Já no seu clone cinematográfico, fiquei o tempo todo com a sensação de estar sendo enganado pelo diretor Guy Ritchie. E do 'cara' que dirigiu Snatch - Porcos e Diamantes (2000), eu sinceramente esperava muito, muito mais.

Estes dois Sherlock Holmes são muito divertidos. Robert Downey Jr. e Jude Law estão maravilhosos e dão um show de atuação e dedicação ao papel. Não deixa de ser um programa de primeira. Muitas risadas, ansiedades, adrenalina e aventura. Mas é isso. É um ótimo filme de uma boa aventura policial. Nada mais.

Em relação ao primeiro pude ver que no 'Jogo das Sombras' há um crescimento no desenvolvimento da trama e questões técnicas. Tudo é bem superior ao filme de 2009: som, iluminação, movimento de câmera, edição, efeitos e atuação. E, mesmo que na primeira meia hora do filme eu tenha tido dificuldade em permanecer acordado, no geral, este novo está bem melhor do que o primeiro.

Jared Harris é Professor Moriarty
Espero sinceramente que o terceiro, previsto para 2014, possa trazer uma trama com mais respeito à obra original, onde possamos ver mais sobre a arte dedutiva. Que parem de tentar dar a Sherlock um ‘que’ de homossexualismo em relação ao Dr. Watson. E que retratem Lestrade como um detetive inteligente e com sensibilidade suficiente para ver que está lidando com um mestre, ao invés daquele cansativo, e nada original, ar de vaidade ferida.

Ah! E, por favor, chega de Moriarty! Arthur Conan Doyle falou deste bandido umas poucas vezes dentro de tantas obras. Por que é que o cinema e a TV só trazem histórias com ele? Será que teremos que mudar o enfoque e tornar o tal Professor a principal personagem destas histórias?


Assistam, amigos exploradores, num cinema próximo de você. E vamos debater sobre a matéria... Coloquem seus comentários e vejam se haverão respostas. Até a próxima!

Sherlock Holmes: 2009, EUA
Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras (Sherlock Holmes: A Game of Shadows): 2012, EUA
Direção: Guy Ritchie
Elenco: Robert Downey Jr. e Jude Law

Nossa avaliação:
Delta-Shield Prata

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A Centopeia Humana


RESENHA DE CINEMA:
The Human Centipede - First Sequence



por Helder Maia

Fazia tempo que havia ouvido falar do filme A Centopeia Humana, de 2009, cujo título inusitado havia me deixado curioso, mas por algum motivo inexplicável, sendo eu um grande fã de terror e filmes bizarros, ainda não o havia assistido. Então aproveitei para vê-lo, assim como sua sequência lançada ano passado.

Depois de tantos prequels, sequels, reboots, remakes, 're-o-escambau' foi um prazer assistir a um filme com um conceito original. Nele, um renomado cirurgião alemão aprisiona três turistas (duas americanas e um japonês) em passagem pela Alemanha, a fim de concretizar um demente projeto, a criação de um inusitado animal de estimação, uma centopeia humana, ligando cirurgicamente a boca de um ao ânus do seguinte, fazendo com que todos os membros da centopeia compartilhem um único sistema digestivo.

Ashley C. Williams e Ashlynn Yennie
Como se pode ver, o filme tem um fiapo de história, mas ela é bem desenvolvida e executada. Na verdade, o filme prende bastante a atenção do expectador, algo cada vez mais raro. Filmada em formato digital, a produção traz boa direção, edição e interpretações na medida certa. Apesar de ser uma produção holandesa, o filme é falado em sua maioria em inglês, provavelmente para dar maior receptividade ao projeto.

Dieter Laser como Dr. Josef Heiter
O destaque do elenco vai para Dieter Laser como o médico louco Dr. Josef Heiter, com seu rosto de expressão bizarra e cara de poucos amigos. É impagável a cena em que ele olha para as turistas e diz: “Eu não gosto de seres humanos.”

Alguns poderão achar o filme de mau-gosto e sádico, mas eu particularmente gostei. Ele tem drama, suspense, ação e violência na dose certa. Até torci para que os personagens não escapassem ao seu fatídico destino, pois queria ver a centopeia pronta. E é por isso que não vamos mostrar aqui nenhuma foto da centopeia montada, pois em grande parte o prazer do filme é a expectativa de vê-la finalizada. Quer ver a centopeia feita de humanos? Então assista ao filme!


Ah, e evite assistir ao trailer, pois ele mostra demais, tirando as surpresas do filme.

Na semana que vem falarei da continuação, A Centopeia Humana II. 




A Centopeia Humana (The Human Centipede - First Sequence): 2009, Holanda
Direção e Roteiro: Tom Six
Elenco: Dieter Laser, Ashley C. Williams e Ashlynn Yennie

Nossa avaliação:
Delta-Shield Prata

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Outcasts


SÉRIES BRITÂNICAS


por Fabok

Série de 1994
A colonização de novos mundos sempre foi um dos temas mais recorrentes e fascinantes da ficção científica. O conceito já foi levado às TVs várias vezes, mas curiosamente não consegue atrair um grande público. Steven Spielberg tentou ainda nos anos 90 com Terra 2 e foi um retumbante fracasso, mesmo assim ele não se deu por vencido e tentou novamente em 2011 com Terra Nova (não deixem de conferir o excelente artigo de Fargon, Terra Nova e Terra Nova II). O seriado acabou sua primeira temporada e está enfrentando grandes dificuldades para ser renovado. Ainda no mesmo ano foi a vez da BBC com Outcasts, mas que acabou sendo cancelada após oito episódios.

Hermione Norris e Liam Cunninghan
A série nos mostra o dia a dia dos pioneiros colonizadores do planeta Carpathia, uma homenagem ao navio de mesmo nome que foi o primeiro a prestar socorro as vítimas do naufrágio do Titanic em 1912. Assim como o navio, o planeta é um porto seguro, só que agora os náufragos são os sobreviventes do que restou de uma Terra incapaz de sustentar vida após um devastador conflito que resultou em guerra nuclear. A vida em Carpathia é difícil e cheia de desafios, mas já faz 10 anos que os primeiros colonos chegaram e hoje Forthaven, único assentamento humano no planeta, é a última esperança de sobrevivência para a espécie humana.

Jamie Bamber como Mitchell Hoban
A aparente tranquilidade do lugar é quebrada quando Mitchell Hoban (Jamie Bamber, o Apollo de Batlestar Galactica - 2003 a 2009), integrante de grupo de colonos responsável pela exploração do planeta e segurança externa de Forthhaven chamados de Expedicionários, em um ataque de fúria, mata a mulher e foge do assentamento levando seu filho. As ações de Hoban acabam por expor a verdade sobre os momentos negros da história do assentamento, quando os colonos foram expostos a um vírus mortal e o destino dos Advanced Cultivars, um grupo de clones criados para sobreviver em condições ambientais adversas. Quase ao mesmo tempo, provavelmente a última nave transportando sobreviventes da Terra se aproxima, trazendo consigo o ambicioso Julius Berger (Eric Mabius, mais conhecido por seu trabalho em Ugly Betty - 2006 a 2010) que tem uma agenda própria entrando em conflito com o presidente de Forthhaven, Richard Tate (Liam Cunningham,  Game of Thrones - 2011) e Stella Isen (Hermione Norris, Wire in the Blood - 2002 a 2009) responsável por manter a ordem da colônia.

Como é tradição nas séries inglesas, Outcasts é bem cerebral, com muitos diálogos e com ótimas interpretações principalmente de Cunningham e Norris. Claramente os roteiristas tentam fazer um paralelo com a conquista do oeste americano. O visual empoeirado e seco de Forthaven parece saído dos filmes western. Também ajuda o fato das gravações terem sido feitas na África do Sul e a fotografia tira proveito da desolação natural do lugar para transformá-lo num planeta alienígena.

Advanced Cultivars (clones)
Outcasts, entretanto, apresenta alguns problemas. Apesar de um enredo interessante, falta um pouco de ação. Além disso há algumas incongruências. Por que não há veículos aéreos ou mesmo terrestres na colônia? Todas as explorações são feitas a pé. Estranho, já que estamos em 2060. Em algum ponto é mencionado que o planeta tem um forte campo magnético e de radiação ao seu redor, o que dificulta naves no processo de reentrada, mas não fica claro se este seria o motivo da ausência de veículos motorizados. Carpathia não possui vida animal. Até aqui tudo bem, mas em nenhum momento vemos animais em Forthaven. Nem ao menos um cachorro de estimação. Será que os colonizadores não trariam animais para criação, nem mesmo cavalos para facilitar a exploração do local? E num erro de continuidade (ok, podem me chamar de chato...) em um determinado episódio, vemos um pássaro voando tranquilamente durante uma cena. Sobre o destino da Terra, nada é dito explicitamente, você tem que ficar atento às entrelinhas. Mas nada disso torna a série menos interessante.

Amy Manson e Daniel Mays
A sensação de isolamento é muito bem trabalhada. As constantes explorações feitas pelos oficiais de segurança Fleur Morgan (interpretada pela bonita atriz Amy Manson), Cass Cromwell (Daniel Mays) e o expedicionário Jack Holt (Ashley Walters) só aumentam a sensação de solidão e mistério de Carpathia. Com tão pouco do planeta explorado, estariam os colonos realmente sozinhos? Outcast em inglês pode ser traduzido como pária ou exilado, e à medida que descobrimos quem é quem na série, fica difícil determinar quem são os outcasts. Seriam os colonos, os AC (clones) ou algo mais?


Infelizmente esta pergunta ficará sem resposta, pois a série foi bombardeada com críticas negativas que acabaram por prejudicar a audiência. Além disso, na época de sua estréia, a BBC estava sendo muito criticada por sua guinada criativa dando ênfase em produções de ficção científica, que ainda é considerando um gênero menor por muitos. O ambicioso projeto criado por Ben Richards acabou por se tornar um grande fracasso, só restando à BBC cancelá-lo ao final da primeira temporada.

A pergunta é: Vale a pena assistir? A resposta, exploradores, é um retumbante "sim". Apesar do final prematuro, vários mistérios são resolvidos ao final da temporada. E ainda que Outcasts apresente alguns problemas, foi uma das melhores produções de ficção científica de 2011. Portanto, não deixe de conferir.

Até a próxima!

Outcasts: 2011, Reino Unido
Criação: Ben Richards
Roteiros: Ben Richards, Jack Lothian e David Farr
Elenco: Liam Cunningham, Hermione Norris, Amy Manson, Daniel Mays, Ashley Walters, Michael Legge, Langley Kirkwood, Jeanne Kietzmann, Eric Mabius e Jamie Bamber

Nossa avaliação:
Delta-Shield Ouro

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

As Aventuras de Tintin: O Segredo do Licorne

CRÍTICA DE CINEMA:
The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn


por Fagon Jinn

Assisti a Tintin!!! Q u e   e s p e t á c u l o !

Primeira história inspirou o primeiro filme
Conheci os quadrinhos quando criança, numa biblioteca do SENAC. Edição de luxo, capas duras, papel couchê. Fiquei alucinado. Até então só tinha visto quadrinhos em 'formatinho', Mickey, Tio Patinhas, Mônica e Cebolinha.

Li toda a série, e foi uma revelação para mim. Só a partir daí é que soube que gibi poderia ser algo mais. Então fui buscar Batman, Mandrake, Namor e o que se tornou, até hoje, o meu predileto: Fantasma...!! ...ah! ...sei lá, aquela ideia de que existem gerações de um herói perpetuando um mito por séculos, acho 'foda' demais. Prá quem não sabe, eles passam o comando de pai prá filho, procriando cavalos brancos e cães negros, indefinidamente para manter o mesmo aspecto. Escrevem tudo em diários e os arquivam numa caverna para os descendentes aprenderem com as experiências dos antepassados. Demais!!!

Mas estamos falando aqui de mais uma obra prima de Steven Spielberg, um cara que só nesta semana me pegou por duas vezes. Uma com Cavalo de Guerra. Que filme! E outra com Tintin.

Criado por Hergé, conta a história de um jovem jornalista belga, seu cachorro Milu e seus amigos, Capitão Haddock, detetives Dupond e Dupont, entre outros interessantes personagens. Eles viajam o mundo solucionando mistérios e crimes de uma forma aventuresca e emocionante. Hergé me mostrou de onde George Lucas foi buscar elementos para compor Indiana Jones.

A personagem é construída a partir do homem comum, sem poderes ou características especiais. Seu diferencial é que Tintin se importa. Além de estar sempre buscando matérias jornalísticas, ele não gosta de ver o mal prevalecer e sempre tentará desvendar e arruinar os planos malignos de qualquer mente criminosa.

Hergé em seu aniversário de 60 anos
Os quadrinhos de Hergé, assim como Asterix, Lucky Luke (Uderzo e Goscinny) e outros, fazem parte dos trabalhos de um grupo de artistas franco-belgas que divulgaram suas obras no mundo inteiro, na primeira metade do século passado, e que ajudou na transição da leitura de um sem número de crianças, indo de seus personagens infantis aos de leituras mais maduras como Sandman e 'Fracasso de Público'. Hoje em dia, Tintin e os outros gibis não me causam mais as emoções que sentia quando pré-adolescente, mas sempre que tenho acesso não perco nada do que se refere a estas histórias, muito pela nostalgia, mas muito pela qualidade, criatividade e apuro estético, do texto, da arte gráfica e do humor muito bem elaborado.

Nos anos 90, tivemos a produção de vários episódios em vídeo. Ficou muito bom, já que não foi uma versão, mas uma transposição dos quadrinhos.

Este ano Spielberg nos presenteia com este show em tecnologia, roteiro, estética e respeito à obra. Somente este diretor e Peter Jackson poderiam ter feito isto desta forma. São pessoas que, no geral, respeitam as obras originais. É uma versão, mas uma versão que atinge a todas as idades, e é fiel ao espírito da série.

Excelência técnica, observe a iluminação e a textura
A modelagem gráfica ficou acima de todas as minhas expectativas, quem me conhece sabe que não assisto a traillers, portanto a experiência me foi absolutamente surpreendente. E, sinceramente, não consigo mais imaginar até que ponto a tecnologia e a arte poderão nos conduzir. Produzido em RealD 3D, foi algo que me deixou muito satisfeito, você sabe que está vendo um desenho animado, mas é tão real que nos esquecemos disso, e as cenas acabam se tornando vivas. Se eu encontrasse Tintin ou Milu hoje, no meio da rua, não ficaria impressionado. Me pareceriam pessoas normais. Obviamente descontados os exageros, sei diferenciar um personagem de desenho de alguém vivo. Mas a profundidade, as expressões, os trejeitos, tudo te faz querer crer que são verdadeiros. É uma loucura, a mente se divide. No final, o emocional dá o veredito.

Só critico, e isso eu não sabia, que na versão para o idioma inglês, existem muitas mudanças nos nomes. Como assisti legendado, vi um Tintin com sotaque britânico. Deveria ser francês ou belga. Os nomes das personagens também são todos diferentes, isso agride um pouco. Foi feito para o mercado americano... Paciência...!!

Detetives Dupond e Dupont
Infelizmente, aqui no Brasil não teremos um sucesso grande. Pelo que vi, o publico infantil, pelo menos em Fortaleza, não tem noção de quem é Tintin. O filme está passando em apenas duas salas, e no meio de uma grade mista. Ou seja, passa apenas uma ou duas sessões do filme, e em seguida entram outros títulos na mesma sala. Uma pobreza e uma pena. Não houve uma boa divulgação e o público que mais conhece os quadrinhos são adultos, mas os horários de exibição são para o público infantil.

Recomendo este primor para quem quiser. Agradará a todas as idades, desde que tenha a sua criança interior ainda viva. Mas se não gosta de animação, então vá pelos quesitos técnicos. Não sairá decepcionado. Garanto.

As Aventuras de Tintin: O Segredo do Licorne (The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn): EUA, 2011
Baseado: Aventures de Tintin, por Hergé – 1929
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Morrat, Edgar Wright e Joe Cornish
Produção: Peter Jackson, Steven Spielberg e Kathleen Kennedy
Elenco: Jamie Bell, Andy Serkis e Daniel Craig
Música: John Williams

Fotografia: Janusz Kamiński
Estúdio: Amblin
Distribuição: Paramount
Orçamento: US$135 milhões
Bilheteria: US$350 milhões

Nossa avaliação: 

Delta-Shield Diamante