segunda-feira, 19 de março de 2012

Tin tin


SÉRIE: CRÔNICAS


por Phoenix

Uai! Aquele mamute me deixou tenso...!!!
A “marvada” da cachaça acompanha o homem desde a sua invenção. Nunca saiu de moda. As receitas antigas perpetuam e as novas, vêm pra ficar. Pode-se usar como pretexto para uma dose o frio, a tristeza, a alegria, a dor, vale tudo, o lance é encher o caneco.

Na telona, como na vida real, o álcool é, às vezes, vilão, fazendo o infeliz policial, triste com a separação da esposa, refém de seus efeitos embriagantes, ou sendo usado para facilitar o bote do safado, que espera a mocinha ficar meio alta para atacar. Usando de esperteza, pode-se colocar no copo do mocinho, um comprimidinho especial, que a fará dizer ou fazer o que o bandido deseja.

Em todas as cores e tamanhos
Nas classes mais abastadas, ele vem em lindas embalagens, tem nome pomposo, custa uma pequena fortuna, é servido em copos ou taças do mais rico material, com design bem elaborado, tudo para tornar o prazer de apreciar uma boa bebida em momento de classe e requinte.

Dependendo da garrafa que o visitante apresenta em sua festa, pode-se saber se ele tem bom gosto ou dinheiro, ou se não passa de um ‘pé-rapado’.

Agora, em se tratando de ‘cabramacho’, a bebida serve de anestésico. O cara está ferido, toma uma talagada das grandes, morde uma faca e, entre os dentes, diz – Vai que eu aguento! – E aí o cara é cortado e costurado. Não dá uma semana e está em batalha de novo. Pena que nunca mostram a marca da bebida. Ela funciona como anestésico, cicatrizante e antinflamatório. Que poder, né?

Um copo bem cheio pode tornar-se uma arma. Calma... não estou falando de MacGyver e sua poderosíssima mente criativa, capaz de transformar um clipe de papel em bomba, não. Estou falando de mulheres furiosas, lançando com toda sua raiva o vinho contido em sua taça, acertando em cheio a face do seu alvo, que geralmente é um marido ou namorado mulherengo, ou uma garota assanhadinha. Também pode-se usar a garrafa para bater na cabeça do bandido. Isso em bang-bang é certo. Começou a briga no saloon, lá vai garrafada na nuca alheia. E ainda sobra estoque pra continuar à venda.

Absurdos dos Brucutus à moda antiga
Por falar em bang-bang, os homens sempre têm aquelas garrafinhas de bolso, cheinhas de whisky, que eles, além de bebericarem durante o dia, usam para uma emergência, como disse antes. Tem o mix whisky-pólvora, que torna o cara mais macho ainda, onde ele toma a bebida, morde a faca, tira a bala com um punhal, enfia pólvora no buraco e taca fogo. Dá uma gemidinha e... pronto!

Lindsay Lohan na ressaca...
Alguns filmes narram a dependência do álcool e suas consequências, os dramas das famílias, o infortúnio do doente. Sempre há perdas. Perde-se família, bens, emprego, respeito e, em alguns casos, a própria vida. Esperamos por um final feliz, com o protagonista ressurgindo como uma fênix, superando as dificuldades e retomando o controle de sua vida, mas sabemos que, na verdade, nem sempre isto acontece. O que precisamos fazer é filtrar o que vimos nos filmes, pra não achar que, para ser glamoroso ou macho, precisamos de uma bebida, que só através de um pileque é que termos a coragem que precisamos. Sendo assim, podemos torcer, sem culpa, pela garota, na disputa contra o grandalhão na virada do copo.

A imagem fala por si?
O que é importante lembrar: álcool não é muleta. Se assim for usado, o ‘aleijado’ não terá, jamais, oportunidade de descobrir que ele pode andar normalmente, sem o ‘auxílio’ deste potencializador. A bebida não cria características no usuário, mas libera aquilo que ele já tem. Portanto, devemos procurá-las em nosso íntimo e desenvolvê-las. É como aprendemos a andar. Se usamos andador, e está provado, a criança demora muito mais a aprender e sempre será insegura. Se aprendemos a cair, não temos o que temer.

Saúde!!!

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