por Phoenix
Os robôs e computadores do cinema e da TV têm características interessantes, intrigantes ou até mesmo cômicas. Eles são personagens importantíssimos nos filmes de ficção científica e, por muitas vezes, acabam recebendo de seus idealizadores sentimentos exclusivamente humanos, e por isso nos proporcionam momentos em que nossas mentes divagam, acreditando que aquele pedaço de metal e fios realmente pensa, fala, sente. Não nos contentamos em vê-los apenas como objetos, sentimos a necessidade de promover a antropomorfização das máquinas. Talvez por considerarmos nossa espécie perfeita em sua anatomia e psiqué, o que, ao nosso ver, seria um presente para nossos seres cibernéticos.
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Robô-Gigante tokusatso (1967 a 68) |
Temos bons e inesquecíveis exemplos de máquinas que ultrapassaram os limites da ciência, como Robby de Forbidden Planet (1956), cordial e preocupado com a proteção e preservação da vida humana. Ficou famoso e acabou por participar de um outro filme da MGM The Invisible Boy (1957).
B-9 de Perdidos no Espaço (1966 a 69) tem uma força sobre-humana e uma inteligência bastante avançada, capaz de realizar cálculos complexos e deduzir fatos. Foi programado com diversos assuntos e especialidades. Não bastasse ser uma máquina de grande utilidade, ele também ri, fica triste e faz algumas zombarias, além de cantar e tocar guitarra.
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Wall-E (Pixar 2008) |
Um robozinho encantador é WALL-E, do filme de animação homônimo de 2008. É um compactador de lixo, que tem como função fazer a limpeza da Terra, após sua população ter sido evacuada em naves estelares. WALL-E foi o único robô que sobrou. Desenvolveu consciência e tornou-se o grande amigo de uma barata. Apaixona-se por EVA, uma robô altamente avançada, que vem à Terra em busca de sinais de vegetação. Os sentimentos de WALL-E são tocantes, suas expressões nos faz vê-lo como um ser vivo.
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Marvin (Guia do Mochileiro 2005) |
Em 'O Guia do Mochileiro da Galáxia' encontramos dois representantes bem distintos: o animado e bem-humorado Eddie, computador da nave Coração de Ouro, que está sempre bem disposto, alegre e otimista; e Marvin, um robô com inteligência imensurável, que foi projetado com a tecnologia PHG (Personalidade Humana Genuína), é dono de um cérebro do tamanho de um planeta, mas que por ser requisitado para trabalhos pequenos, de nenhum valor intelectual, vive deprimido, pessimista, de baixo-astral e com um desprezo imenso pela vida.
'O Gigante de Ferro' (animação de 1999) é um robô doce, carismático e ingênuo, que se torna amigo de um menino. O “gigante” parece ter um coração bondoso em meio a tanto aço. Inofensivo, ele se transforma quando é atacado, fica altamente perigoso, e reage furiosamente.
Agora, as grandes estrelas do cinema que não poderiam deixar de ser citados são R2D2 e C3PO, astros de Star Wars (1977). Sempre metidos em aventuras e missões variadas, esta dupla é a grande responsável pelos momentos divertidos na saga. R2D2 é responsável pela manutenção e navegação de astronaves e se comunica através de ruídos e bípes. Tem um compartimento com inúmeras geringonças, com todo tipo de função. C3PO construído por Anakin Skywalker para que ajude a sua mãe. Inicialmente ele fica com seus mecanismos expostos, mas depois ganha placas de revestimento. Ele é um robô programado para atuar como intérprete e relações sociais. R2D2 e C3PO são uma atração à parte e mereceram um desenho animado, não tão bom, só para eles, com aventuras hilárias e emocionantes.
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Cena de Bicentennial Man (1999) |
O Homem Bicentenário (1999) mostra Andrew, um robô inteligente, com emoções e personalidade própria, curioso, e que vai tomando, cada vez mais, características humanas. Com sentimentos, Andrew torna-se confuso, tem dúvidas e conflitos a respeito de sua existência. Ele passa a buscar sua liberdade e a chance de se reconhecido como um humano.
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Cena de AI (2005) |
David Swinton, em AI (2001) é um
garoto andróide, construído para amar seus pais eternamente, e é adquirido por um casal cujo filho está prestes a morrer. O filho se recupera e David acaba por ser considerado um ameaça por causa de um acidente do qual não teve culpa. Com medo de que o menino-robô seja destruído, Mônica, sua “mãe”, abandona-o em uma floresta junto com Teddy, um pequeno urso de pelúcia. Daí em diante David segue na luta por sobreviver e poder tornar-se um menino de verdade, sempre com esperanças de voltar para sua mãe.
Em Star Trek: The Next Generation (1987a 94) surge Data, segundo oficial e chefe de operações da nave USS Enterprise. Um andróide constituído para ser como um humano, mas sem os sentimentos. Ao contrário de Spock, vulcano meio-humano que suprimia o sentimentalismo, Data queria sentir emoções. Quando lhe foi implantado um circuito integrado emocional, Data teve dificuldades em entender o comportamento humano.
Seja na ficção ou na vida real, o homem tem procurado dar mais vida possível às suas invenções. Sejam elas robôs, computadores, jogos, há sempre a busca da interação homem-máquina, real-virtual, sempre o desejo de ver um boneco falar, ou o action figure de sua amada coleção ostentar a expressão exata de sua personagem, ou, também, quem sabe, poder conversar com o seu andróide preferido... E tantos são os “brinquedos” que reproduzem sons e movimento que vocês, amigos exploradores, podem citar em seus comentários para que não fique nenhum sem a merecida referência. Um exemplo é o action figure do Bender, de Futurama (1999 a 2003), que fala algumas de suas frases como “Bite my shiny metal ass!”.
Com tudo isso, o que nos faz dotar nossas máquinas de sentimentos humanos? Carência, solidão, timidez, sentimentalismo exacerbado, a necessidade de mostrar através de outro o que temos dentro de nós? Talvez tudo isso, ou, talvez, nada disso, apenas a criatividade sendo explorada e externada de formas diversas, para nosso deleite.
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Batalhar é preciso |