segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Bond girls – o sex appeal no mundo da espionagem

por Fargon Jinn


Famke Janssen como Xenia Onatopp
Ian Fleming teve uma inspiração maravilhosa ao misturar espionagem com sexo. Acrescentar, em suas histórias, mulheres fascinantes, com muito sex appeal, é o mesmo que misturar nitroglicerina com gasolina. E se nos livros a proposta já orquestrava maravilhas, com os homens discutindo as qualidades desta ou daquela agente ou espiã. Nas 'telonas' se tornaram um símbolo de liberação e quebra de tabus.
E a coisa estourou, de verdade. Inicialmente, grupos feministas e puritanos fizeram protestos. Mas o barulho não foi relevante. De fato, assim que o primeiro filme de 007 estreou, as mulheres em geral aprovaram. As roupas e os trejeitos daquelas que, posteriormente, foram chamadas de bond girls agradou tanto as mulheres como vinham agradando aos homens, e foram copiados à exaustão. Revistas de moda e de celebridades constantemente traziam nas suas capas modelos e atrizes trajando roupas ao estilo dos filmes de James Bond.
Em vários eventos glamurosos, como Oscar e Globo de Ouro, tanto os destaques, entre os famosos, como em meio ao público se viam trajes inspirados nos modelos das garotas espiãs. Por várias vezes, tivemos concursos de beleza em que a candidata a miss ostentava um vestido ao estilo bond girl arrancando suspiros do público.
Ursula Andress - Hale Barry


A primeira e mais famosa de todas foi Ursula Andress, como Honey Ryder em Dr. No (1962), exaustivamente copiada, inclusive na própria série, quando Halle Barry interpretou Jinx em Die Another Day (1997), contracenando com Pierce Brosnan. Seria isso um autoplágio, uma homenagem ou uma metalinguagem?
Eunice Gayson, não tão sexy, mas foi a única a ter duas aparições em filmes oficiais, Dr. No e From Russia With Love (1963). Maud Adams, uma sueca fabulosa, também tem duas aparições em filmes oficiais, mas como duas personagens diferentes, Andrea Anders, em The Man with the Golden Gun (1974), e Octopussy, no filme homônimo de 1983. Martine Beswick também teve duas aparições na série com personagens diferentes. Em ’63 ela interpreta uma sensual cigana chamada Zora, e dois anos mais tarde reaparece como uma assistente de Bond, Paula Caplan, que acaba assassinada na Jamaica.
Eunice Gayson como Sylvia Trench
Uma coisa curiosa é que as bond girls não são mulheres que apenas aparecem nos filmes. Além de terem beleza e corpos perfeitos, devem fazer um momento erótico ou romântico com o conquistador agente secreto. Quer ajudem ou sejam antagônicas a Bond, se estiverem dentro das condições mencionadas elas podem ser consideradas parte deste seleto grupo de pouco mais de cinqüenta atrizes. Moneypenny, um papel recorrente, com mulheres bonitas, não entra nesta categoria, já que não se trata de uma parceira de brincadeiras mais íntimas. Embora, diferentemente dos livros, nos filmes fica claro que há um interesse platônico de Moneypenny para Bond.
É difícil dizer quem foi a melhor ou a pior, a mais bonita ou a mais sexy. Em cada período existiu o seu sexydrive, e isso é algo que varia muito, desde Ursula Andress, sem bumbum, até a mulata brasileira, com sobra de ‘gostosura’, Adele Fátima (Moonraker ’79, injustamente ‘deletada’ no corte final).
Maud Adams como Octopussy
Outro ponto interessante estabelecido por Ian Fleming foi o batismo destas garotas. Sempre dentro do discreto humor britânico. As bond girls são chamadas por nomes, ou apelidos, com duplicidade de sentido. Alguns exemplos bem clássicos são ‘Pussy Galore’ (pussy no inglês pode ser ‘gata’ ou vagina e galore traduz-se como abundância); ‘Mary Goodnight’ (Maria Boanoite, nem precisa de tradução) que passa a história toda tentando levar Bond para a cama e dar-lhe uma ótima noite; ‘Octopussy’ (aqui vai uma junção de octopus, polvo, clamando seus oito braços ou tentáculos, e a junção de pussy, novamente).
Muriel Wright musa de Ian Fleming
Muriel Wright, em verdade, foi a inspiração de Fleming para criar todas as suas bond girls, piloto, esquiadora, desportista, modelo e independente. Eles tiveram um romance e ela o acompanhou em todas as suas aventuras e empreitadas até sua morte num bombardeio sobre Londres, durante a Segunda Grande Guerra. Essa foi a sua última e devotada homenagem a esta mulher que acreditou tanto nele.

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