segunda-feira, 5 de setembro de 2011

V 2009: Impressões

por Fabok

Recentemente, tive a oportunidade de finalizar a segunda e última temporada de V. Série que foi cancelada. Refilmagem ou reinterpretação do clássico dos anos oitenta, a nova V teve um início promissor, mas a falta de foco da primeira temporada acabou por espantar a enorme audiência conquistada na exibição do primeiro episódio.

Morena Bacarin como Ana
A premissa da série é a mesma. Uma frota de naves alienígenas chega à Terra e sua líder oferece aos humanos uma nova era de paz e progresso tecnológico. Na verdade, os Visitantes têm uma agenda própria que ameaça a existência da humanidade.

Na série original, a real missão dos Visitantes era roubar água e usar-nos como comida. De fato, eles eram répteis que escondiam sua forma verdadeira por trás de uma aparência humana. A grande sacada do seriado era a analogia, nada sutil, ao nazismo. Os uniformes, o comportamento e até o símbolo dos alienígenas remetiam aos regimes fascistas da Segunda Guerra. Era a expressão "Lobo em pele de cordeiro", ou melhor, "Lagarto em pele de Humano" na sua melhor forma.

Já, em V de 2009, demorou-se muito tempo até que os reais motivos dos Visitantes fossem revelados. Não vou dizer aqui quais eram eles, mas já adianto que são bem diferentes dos da série original. Em boa parte da primeira temporada um pequeno grupo de humanos, do nada, desconfia da extrema benevolência dos alienígenas e começa meio que no grito a tentar minar os planos de Ana, interpretada pela atriz brasileira Morena Bacarin.

O problema da série foi o uso excessivo de personagens clichês, "a quinta coluna", nome do movimento de resistência, é composta pelos personagens mais previsíveis possíveis: o alienígena que se volta contra sua espécie, o padre que vê nos Visitantes uma ameaça à sua crença, a agente do FBI que passa a combatê-los e seu filho que os idolatra e que, mais ainda, “atenção”... se apaixona pela filha da comandante alienígena que, mesmo sem saber, a faz mudar de lado. Meio óbvio, não?

Jane Badler como Diana V (1983)
Apesar disso, o elenco consegue passar um pouco de credibilidade às personagens. É muito divertido assistir ao cinismo de Ana. "Nossa, esses humanos são muito trouxas" tá escrita em sua face, a cada encontro com os de nossa espécie. Num episódio ela vai ao Vaticano buscar apoio da Igreja, só para, sem nenhuma cerimônia, chantagear o alto clero... impagável.

Outra coisa que me causou estranheza foram os efeitos visuais. Eles vão dos mais incríveis aos piores possíveis em questão de segundos. No episódio do Vaticano, nunca vi um efeito de Chroma Key, aquele em que um fundo verde é substituído por um cenário, tão mal feito. Outra vítima desta irregularidade dos efeitos são as tomadas dentro da nave mãe, feitas em cenários virtuais, assim como as que mostram a real forma dos Visitantes, e que ficam, em diversas ocasiões, muito artificiais.

Uma das atrações da segunda temporada foi a entrada da atriz Jade Badler, a vilã Diana da série original, aqui fazendo o papel da mãe de Ana e que acaba por roubar todas as cenas em que aparece. Com a ameaça do cancelamento, os produtores deixaram a série mais ágil e muito mais interessante, mas já era tarde demais. O excelente último episódio deixou várias pontas soltas que infelizmente jamais serão resolvidas. E nos momentos finais mais um ator da série original é introduzido, o canastrão Marc Singer vive aqui o general Las Tremont que teria um papel importante na terceira temporada.

Jane Badler atualmente
Apesar do cancelamento, V 2009 vale ser conferida, mesmo que seja apenas para ser comparada à sua antecessora. Talvez se ela fosse produzida como minissérie, com um roteiro mais enxuto e focado, poderíamos ter descoberto se os Visitantes e seus planos teriam sucesso ou não.

Delta-Shield Bronze
 

Um comentário:

  1. A série tinha tudo para ser boa, mas a lentidão da trama e os protagonistas chatos, a deixaram boba e sem sentido. Uma pena.

    ResponderExcluir