segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Metamorfoses artísticas - são kafkanianas?


por Phoenix

É impressionante o que alguns atores fazem para encarar um papel, seja na televisão ou no cinema. A vontade de surpreender, de fazer o melhor possível para dar credibilidade, veracidade à sua personagem beira maluquice aos olhos de pessoas ‘normais’. Eu não estou falando de uma

Gisele Itie, e as várias construções de Bete a Feia
linda atriz que coloca um aparelho nos dentes, óculos de fundo de garrafa e roupas largas e démodés para forjar uma feiúra, ou um ator que precisou aprender a domar cavalo para interpretar
um vaqueiro. Eu falo de casos como o de Stallone, em Cop Land, quando engordou vinte quilos para que seu pacato policial pudesse ser visto com mais realidade; também Matt Damon em Coragem sob Fogo, por emagrecer vinte quilos. Bom, emagrecer e engordar já é algo normal na vida dos atores, mas cerrar um dente em prol de sua personagem, como fez Murilo Benício, ao interpretar Juca Cipó na novela Irmãos Coragem, é extremamente radical. Se você engordar, tudo bem... pode emagrecer. Mas, cerrar um dente? Ele não vai crescer mais!
Will Smith é Ali (2001)

E o que dizer de Will Smith, ao interpretar Muhammad Ali? Ele precisou passar por uma rotina rígida de exercícios físicos, alimentação especial e treinamento de box, tendo que repetir os gestos e trejeitos do boxeador, estudar seus hábitos, seus gostos, enfim, sua personalidade. E, para aprender de verdade como ser um boxeador, levou, a seu pedido, socos reais durante seus treinos e gravações. Will viu seu corpo tomar a forma perfeita de um atleta. Todo este afinco, esta disposição para fazer seu melhor lhe rendeu ótimas críticas sobre sua atuação na pele de Muhammad Ali.

Sean Penn estrelando em Milk (2008)
Superar o preconceito da sociedade também é um dos feitos das estrelas do cinema e da TV. Temos Robin Williams em A Gaiola das Loucas, Heath Ledger em O Segredo de Brokeback Mountain, Rodrigo Santoro em Carandiru, Sean Penn em Milk, Tom Hanks em Filadélfia, e muitas outras maravilhosas interpretações, onde grandes atores se despiram de receios e preconceitos para poderem contar-nos diferentes histórias, que nos divertiram, emocionaram, encantaram.

Tom Hanks como O Náufrago (2000)
Por falar em Tom Hanks, parece que a cada filme ele é uma outra pessoa. Este é um dos meus favoritos. Ele consegue mudar totalmente. Sua atuação é impecável. De Forrest Gump a Filadélfia, de Quero ser Grande ao Náufrago, de Apollo XIII ao Código Da Vinci, ele se mostra um verdadeiro camaleão, capaz de adaptar-se às diferentes personalidades, absorvendo suas características e metarmofoseando-se sempre que necessário. Excepcional.

Estes sacrifícios, esforços ou, simplesmente, empenho, quando  feitos por profissionais que já firmaram seu nome na mídia e no meio artístico, que teoricamente não precisariam de atos extremados para mostrar seu potencial, só tem a enriquecer nossas telas e nos fazer ansiar por vê-los novamente, nos mais diferentes papéis.

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