LITERATURA
por Helder Maia
A Máquina do Tempo
H. G. Wells é considerado, junto a Júlio Verne, um dos pais da Ficção Científica literária. Ele produziu obras importantes que habitam o imaginário popular, muitas delas tendo sido adaptadas para as telas de cinema: O Homem Invisível, A Guerra dos Mundos, A Ilha do Dr. Moreau e A Máquina do Tempo, entre outras.
Em A Máquina do Tempo, publicado em 1895, um cientista desenvolve uma máquina que lhe possibilita viajar tanto para o passado quanto para o futuro. Ele então embarca em uma viagem para a Terra de um futuro longínquo. Lá, ele a encontra habitada por duas espécies: os Eloi, seres belos, frágeis e de intelecto reduzido e os Morlocks, temíveis criaturas esbranquiçadas que vivem no subterrâneo.
Filme "Um Século em 43 Minutos" |
de '79 inspirado no livro de Wells |
Sendo um socialista, Wells fez de seu livro uma extrapolação alegórica sobre as barreiras sociais entre a burguesia e o proletariado. A Máquina do Tempo é uma novela curta escrita de forma extremamente objetiva, quase não havendo descrições, trazendo aquele tipo de narrativa que lhe dá vontade de ler tudo de uma vez até o fim.
O livro teve duas adaptações para o cinema. Embora nenhuma delas capture a essência da crítica ácida do livro contra uma humanidade desumana, a de 1960 tem seu charme, enquanto a de 2002 é terrivelmente ruim.
Cena do filme de 1960 |
Não deixe de conferir esta excelente obra que nos faz pensar para que tipo de futuro estamos nos encaminhando.
O Planeta dos Macacos
Este livro francês de 1963, escrito por Pierre Boulle, foi adaptado para o cinema em 1968, gerando a macacomania que produziu sete filmes para o cinema e duas séries de TV (uma em desenho animado e outra em live action).
Ele conta a história do jornalista Ulysse Mérou, que viaja com dois companheiros para a distante estrela de Betelgeuse. Lá, eles se deparam com o planeta Soror, que é incrivelmente muito semelhante à Terra. Para seu espanto ainda maior, eles descobrem humanos no planeta, embora estes não sejam a espécie dominante, mas sim os macacos! Os humanos, por outro lado, são criaturas bestiais, vivendo como selvagens na floresta e são constantemente capturados para estudos científicos. Ulysse acaba sendo aprisionado pelos macacos e tem de lutar para mostrar sua condição de ser inteligente.
Cena do filme de 19698 |
O livro, no entanto, difere bastante do filme. Nele, os macacos vivem no que seria o correspondente a uma sociedade da Terra de meados dos anos sessenta, onde vestem roupas e dirigem carros. Ao ler as descrições de macacos vestidos como humanos, me vinha sempre à mente a direção de arte e figuro do filme de 1968 com Charlton Heston. A concepção de roupas e arquitetura de edificações mais primitivas para os símios ficou, a meu ver, bem mais interessante do que no livro.
O livro traz uma narrativa a princípio arrastada, mas que depois prende a atenção. Merece ser conferido por qualquer fã da saga dos macacos no cinema.
Talvez o filme Planet of the Apes seja tão diferente do livro devido ao Rod Serling, que escreveu o roteiro. Afeito aos finais bombásticos de sua série magnus opus "Além da Imaginação", seu roteiro não poderia ser diferente e, opinião minha, bem melhor que o do livro, que se aproxima mais daquele horroroso filme de Tim Burton.
ResponderExcluirO final do Serling realmente é melhor. Inclusive considero todo o filme mais interessante que o livro.
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