sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Literatura Fantástica: A Máquina do Tempo e O Planeta dos Macacos


LITERATURA

por Helder Maia

A Máquina do Tempo


H. G. Wells é considerado, junto a Júlio Verne, um dos pais da Ficção Científica literária. Ele produziu obras importantes que habitam o imaginário popular, muitas delas tendo sido adaptadas para as telas de cinema: O Homem Invisível, A Guerra dos Mundos, A Ilha do Dr. Moreau e A Máquina do Tempo, entre outras.

Em A Máquina do Tempo, publicado em 1895, um cientista desenvolve uma máquina que lhe possibilita viajar tanto para o passado quanto para o futuro. Ele então embarca em uma viagem para a Terra de um futuro longínquo. Lá, ele a encontra habitada por duas espécies: os Eloi, seres belos, frágeis e de intelecto reduzido e os Morlocks, temíveis criaturas esbranquiçadas que vivem no subterrâneo.

Filme "Um Século em 43 Minutos"
de '79 inspirado no livro de Wells
Sendo um socialista, Wells fez de seu livro uma extrapolação alegórica sobre as barreiras sociais entre a burguesia e o proletariado. A Máquina do Tempo é uma novela curta escrita de forma extremamente objetiva, quase não havendo descrições, trazendo aquele tipo de narrativa que lhe dá vontade de ler tudo de uma vez até o fim.

O livro teve duas adaptações para o cinema. Embora nenhuma delas capture a essência da crítica ácida do livro contra uma humanidade desumana, a de 1960 tem seu charme, enquanto a de 2002 é terrivelmente ruim.

Cena do filme de 1960
Não deixe de conferir esta excelente obra que nos faz pensar para que tipo de futuro estamos nos encaminhando.


O Planeta dos Macacos


Este livro francês de 1963, escrito por Pierre Boulle, foi adaptado para o cinema em 1968, gerando a macacomania que produziu sete filmes para o cinema e duas séries de TV (uma em desenho animado e outra em live action).

Ele conta a história do jornalista Ulysse Mérou, que viaja com dois companheiros para a distante estrela de Betelgeuse. Lá, eles se deparam com o planeta Soror, que é incrivelmente muito semelhante à Terra. Para seu espanto ainda maior, eles descobrem humanos no planeta, embora estes não sejam a espécie dominante, mas sim os macacos! Os humanos, por outro lado, são criaturas bestiais, vivendo como selvagens na floresta e são constantemente capturados para estudos científicos. Ulysse acaba sendo aprisionado pelos macacos e tem de lutar para mostrar sua condição de ser inteligente.

Cena do filme de 19698
O livro, no entanto, difere bastante do filme. Nele, os macacos vivem no que seria o correspondente a uma sociedade da Terra de meados dos anos sessenta, onde vestem roupas e dirigem carros. Ao ler as descrições de macacos vestidos como humanos, me vinha sempre à mente a direção de arte e figuro do filme de 1968 com Charlton Heston. A concepção de roupas e arquitetura de edificações mais primitivas para os símios ficou, a meu ver, bem mais interessante do que no livro.

O livro traz uma narrativa a princípio arrastada, mas que depois prende a atenção. Merece ser conferido por qualquer fã da saga dos macacos no cinema.

2 comentários:

  1. Talvez o filme Planet of the Apes seja tão diferente do livro devido ao Rod Serling, que escreveu o roteiro. Afeito aos finais bombásticos de sua série magnus opus "Além da Imaginação", seu roteiro não poderia ser diferente e, opinião minha, bem melhor que o do livro, que se aproxima mais daquele horroroso filme de Tim Burton.

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    1. O final do Serling realmente é melhor. Inclusive considero todo o filme mais interessante que o livro.

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