segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Sedução - dos beijos ao sexo


CRÔNICAS


por Phoenix

Mark Damon e Gigliola Cinquetti - Dio Come Ti Amo
O sexo, a sedução, o romance, acompanham o homem em suas criações, sejam elas esculturas, livros, músicas, filmes, etc, desde que o mundo é mundo. Isso não muda, sempre existirão. O que muda é forma como isso nos é apresentado. No início do cinema, quando tudo era tabu, vergonhoso, proibido, vemos bocas se encostarem, com uma música romântica, ela sendo envolvida nos braços dele, cabeça levemente caída para trás, e num rápido movimento, um abraço desesperado, e o beijo, simples toque de lábios. Bons exemplos são Casablanca (1942), com Humphreu Bogart e Ingrid Bergman e Dio Come Ti Amo (1966), com Gigliola Cinquetti e Mark Famon. Esses filmes mostram o romantismo, a paixão, mas as cenas quentes não passam de um simples beijo. É interessante observar que nessa época, os atores e diretores tinham um trabalho maior para transmitir ao público as emoções, pois não só o beijo era simples mas, também, os gestos. Fazer uma ‘carinha’ lânguida seria algo bem ousado.

Humphrey Bogart e Ingrid Bergman - Casablanca
Com o passar dos tempos e a quebra de vários, senão todos, tabus, passamos a ver beijos melados e chupados, mãos audaciosas, corpos nus e sexo, muito sexo. Mas não estou falando dos filmes pornôs, não, falo de filmes como Instinto Selvagem (1992) e a quentíssima cena de sexo de Sharon Stone e Michel Douglas. Ufa, que cena! Eu disse que não é um filme pornô? Bom, retomando, após um copo de água gelada, cito, também, 9 ½ Semanas de Amor (1986), com um Mickey Rourke, ainda lindo, e Kim Basinger, gostosíssima, numa cena antológica de sexo gastronômico, que até hoje é comentada e imitada ou parodiada.

Kim Basinger e Mikey Rourke - 9 1/2 Semanas de Amor
A diferença de como se conta o amor ou, simplesmente, o desejo, do cinema antigo para o moderno, é imensa. Não sou puritana e acho muito boa essa evolução mas, sem contar os filmes pornôs que são voltados absolutamente para o sexo em si, o cinema e a televisão precisam ser bem cuidadosos para não perderem o tom, e usar cenas de sexo sem sentido nenhum com o contexto, como em Atração Explosiva (1995), quando os personagens de William Baldwin e Cindy Crawford se atracam dentro de um trem, sem mais nem menos. Por mais que a cena seja aggressive (me desculpem os tarados de plantão) gosto bem mais quando se percebe que tem um clima propício e então, depois de uma boa provocação, a cena acontece. Seriam as preliminares cinematográficas. É... Mulher é sempre mais romântica... Mas, também é gostoso quando a coisa acontece aos tapas e beijos, e tapas, mais um tapinha, e sexo, sexo bem nervoso, naquele esquema: a mulher diz que não, que o odeia, bate no cara, depois agarra o coitado, crava as unhas e o deixa maluquinho. Clichê, mas bem instigante. E, se é na telona, melhor ainda. A luzes estão apagadas e ninguém precisa se envergonhar de estar gostando.

Pastelão no capricho com Charlie Sheen e Valeria Golino
Também curto muito quando se utiliza o sexo como instrumento cômico, como nos pastelões Loucademia de Polícia (1984 a 94, sete filmes) e Top Gang (1991 e 93, dois filmes). Este último parodia as cenas citadas acima (Instinto Selvagem e 9 ½ Semanas de Amor). Tudo muito over e fantasioso, como um bom pastelão deve ser e, neste caso, a intenção não é excitar o espectador e, sim, causar boas risadas. Quem ficaria excitado vendo uma mulher, numa calcinha pra lá de folgada, pulando de um trampolim em cima de seu homem, e, no auge da transa (que não é mostrada, apenas insinuada), “cavalgar” no cara rodando um chapéu de cowboy e dando tiros de revólver? Meio difícil, né?

Forte cena de pedofilia em Trust
Difícil mesmo é falar seriamente de sexo e sensualidade se tratarmos com enfoques polêmicos. Pedofilia, por exemplo, é um tema chocante, mas muito presente nos dias de hoje, aliás, sempre houve, mas nunca foi tão falado. O que antes era tabu, hoje é mostrado nos jornais, na internet e no cinema, entre outros meios. Como Meninos e Lobos (2003) dirigido por Clint Eastwood, que conta a história de três amigos que se separam após um deles sofrer abuso sexual. Eles se reencontram, já adultos, e tentam se livrar da sombra do passado. Já Lolita (1962) dirigido por Stanley Kubrik em início de carreira, conta a história de um professor que se apaixona por uma menina de doze anos e, para ficar mais próximo dela, casa-se com sua mãe. Mais tarde torna-se amante da menina. E, mais recentemente (2010), o menos badalado Trust, de David Schwimmer, que trata de abusos infantis utilizando-se da internet. São filmes tensos que nos mostra aquilo que sabemos que existe, e muito, mas que tentamos fingir que não. Muitas vezes existe em nossas casas, com pais abusando de filhas, ou em igrejas, com padres se aliviando em seus coroinhas. Assistir a um filme assim faz muita gente ter mais cuidado com o seu ambiente.

Rebecca De Mornay e Tom Cruise - prostituição em Negócio Arriscado (1983)
E a prostituição? Bom, este é um tema que, ao contrário da pedofilia, dá pra ser observado pelo lado iluminado da 'Força'. Afora as questões de abusos, explorações dos cafetões, e toda a tristeza por trás da vida da maioria das prostitutas, dá pra ser cômico, como em “Os Normais 2” (2009) quando Rui ( Luiz Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres) resolvem apimentar a relação fazendo um ménage-à-trois e contratam uma prostituta. Ela coloca os dois pra dormir e faz uma “limpeza” no apartamento deles.

Richard Gere e Julia Roberts - sensação dos anos 90
Bom, e temos uma comédia romântica deliciosa: “Um lindo Homem” ops, desculpem, “Uma Linda Mulher” (1990, direção de Garry Marshall). É que, com Richard Gere no elenco, dá até pra confundir o título. Um filme de 1990 que até hoje é comentado. Mostra a vida de uma linda prostituta (a gatíssima Julia Roberts) que conhece um milionário (o gostoso Richard Gere). Ele a contrata e os dois se apaixonam. Entre sortes e revezes da vida, os dois terminam juntos, como num conto de fadas ("- ...Cindefuckrela...!" - num dos antológicos diálogos do filme). Previsível, mas uma história bem contada, muito bem interpretada e dirigida. Filme prá assistir com bastante guaraná e pipoca doce.

Para Wong Foo! Obrigada Por Tudo! - elenco renomado
O Segredo de Brokeback Mountain (2005) mostra o amor entre iguais, num drama onde dois homens, vaqueiros, lutam contra o desejo de ficarem juntos. Cada um segue sua vida, o personagem de Jake Gyllenhaal casa, têm filhos, mas quando, anos depois, se reencontram, a paixão reacende e eles se beijam loucamente. Um filme que choca, uma vez que a sociedade está acostumada a ver o tema disfarçado em comédias e, amenizado por personagens esteriotipados. Geralmente é um cabeleireiro ou uma Drag Queen, como em “Para Wong Foo. Obrigada Por Tudo!” (1995), onde três “amigas” vão para Hollywood para um concurso de beleza gay e, devido a um imprevisto, elas param em uma pequena cidade, trazendo glamour e alegria a seus moradores. É aquela coisa, enquanto parece ser de brincadeira, ok, aceitamos, mas quando a coisa é séria, tapamos os olhos e, sequer mencionamos.

Polêmica cena de sexo anal - Último Tango em Paris (1972)
Mas, como havia dito, o sexo e suas vertentes sempre farão parte das obras dos artistas pois é vital para todos. Alguns negam, alguns disfarçam, outros escancaram.

Então, amigos exploradores, qual a cena que mais lhe agradou, dos beijos antigos ao sexo explícito atual? Comentem, sem vergonha nenhuma.

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